terça-feira, 7 de outubro de 2003

SONHAR É PRECISO!...


Quase todos nós sonhamos quando dormimos. Há os sonhos bons e os pesadelos. Há os sonhos fantasiosos e os sonhos quase reais. Há pessoas que esquecem os sonhos mal acordam; outras lembram-se de tudo até ao mais ínfimo pormenor. Há os que adormecem desejando ter determinado sonho e conseguem; há a maioria que não atinge esse objectivo.
Há quem interprete os sonhos, interpretação muitas vezes suspeita. Porventura haverá uma explicação psicológica, ou ao nível do subconsciente, mas cada caso será um caso e não entrará numa mera tabela, do género dos signos astrais.
Há ainda as superstições: sonhar com dentes, significaria a morte; sonhar com dejectos, significaria (ironia?) fortuna, dinheiro ou riqueza.

Mas não eram estes sonhos que queria abordar. Estes entram no domínio da ficção, fazem reviver momentos já passados ou são muitas vezes resultado de preocupações ou de medos.
Queria salientar, sim, a nossa capacidade, mesmo necessidade, de sonhar acordados.
Como tudo na vida, também os sonhos são relativos. O menino da rua sonha com um pão ou uma bola de trapos, o menino rico com uma guloseima ou um vistoso brinquedo. O sem-abrigo sonha com uma cama e um tecto, quem tem tecto sonha com uma casa maior ou melhor, com a melhoria do seu recheio ou até com uma segunda casa. Quem não estuda, sonha com a escola; quem frequenta um curso, sonha terminá-lo; quem já tem um diploma sonha com um emprego ou uma carreira.
O desempregado sonha com um emprego, quem já tem emprego sonha com outro melhor ou com uma promoção.
A criança sonha com a adolescência, o adolescente com a maioridade. Quem tem saúde sonha em não perdê-la, o doente sonha com a cura, mesmo quando ela é improvável. Quem é pobre, sonha ser rico; quem é rico sonha em aumentar a sua riqueza.
Claro que há também o marginal que sonha com um golpe genial, o potencial ditador que sonha em dominar o seu povo ou o belicista sonhando (e desejando) a guerra. Oxalá a maioria destes últimos sonhos não se concretizem, pois são já do foro social ou patológico.

Uma certeza porém: efectivamente, «pelo sonho é que vamos»! Sonhar é necessário, mas sonhos que nos perspectivem uma vida e um Mundo melhores. Mal de quem já perdeu a capacidade de sonhar pois, como disse o poeta, «o sonho embala a vida».
Mas não basta sonhar… O sonho, só por mero caso, se concretiza por si próprio. Tem de haver igualmente a capacidade de saber sofrer, de insistir, de não desesperar e de lutar. Tem de haver, sobretudo, força de vontade. Sonhar é fundamental, mas não basta. Está dentro de nós, e nas nossas mãos, o segredo dos vencedores.
«Pelo sonho é que vamos», mas apenas se soubermos acompanhar os nossos sonhos com o nosso querer, sem jamais vacilar!

gabrieldesousa@megamail.pt

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