sábado, 17 de abril de 2004

A VASSOURA

Em Espanha, Zapatero e o PSOE ganharam as eleições com um programa que incluía a retirada das forças espanholas do Iraque. O programa foi feito, como é óbvio, antes dos atentados do 11 de Março.
Com uma notável transparência, Zapatero veio agora confirmar que iria retirar do Iraque em 30 de Junho (data «fixada» pelos americanos para entregar o poder aos iraquianos) e que a posição do seu Governo seria de completa oposição a todos os terrorismos.
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Neste extremo da Península, neste País do «faz de conta», eis que uma voz se levantou:
- Criticando a posição espanhola. A propósito, alguma vez ouviram o PSOE, então na oposição espanhola, criticar as opções do Governo português?
- Afirmando que a segurança não se compra e acabando por dizer que Portugal era um país muito mais seguro que Espanha, apesar destas cedências e posições dúbias.
- Esquecendo que na génese da presença estrangeira no Iraque está uma colossal mentira arquitectada pelos americanos e ingleses, com a colaboração espanhola e a hospitalidade portuguesa. Se houvesse moral nestas coisas, deveria haver mesmo uma retirada sem condições, um pedido de desculpas e uma indemnização pelos danos causados. Para esta última não ser demasiado grande, o derrube de Hussein seria mencionado na coluna do «Haver» apesar de ter sido uma ingerência inadmissível num País soberano. Mas como se costuma dizer «perdoa-se o mal que fez, pelo bem que soube».
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Com um Primeiro-ministro assim, não precisaremos de inimigos nem de terrorismos, para viver em permanente desassossego. Este nosso Primeiro, que é político de carreira, que já foi Ministro dos Negócios Estrangeiros, deve ter-se passado dos carretos. Só pode!
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Sinceramente vos digo: começo a ter medo de viver neste jardim à beira-mar plantado.
Medo de estar doente. Medo de ser assaltado (já fui). Medo de ser preso. Medo de não ser julgado. Medo de ser julgado.
O custo de vida a subir. O desemprego a aumentar. O Governo a desgovernar e a tornar-se ridículo e inconveniente. Os incêndios a voltarem. O nosso quotidiano a futebolizar-se. Sensação de viver num Big Brother gigante.
Só não grito por socorro com medo de uma intervenção estrangeira. Tudo já é possível. Nem sei porque raio os E.U.A. têm cá um Embaixador. Não faltam por aí representantes de Bush: no Governo, na Assembleia, nos Jornais.
Só espero que a mesma vassoura que levou Aznar, leve também Bush, Blair e Durão. Para ver se as coisas mudam para melhor, nem que seja só um bocadinho. Aliás, parece que para pior seria impossível.

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