Todos os que hoje tenham pelo menos cinquenta anos de idade se lembrarão das Campanhas de Dinamização Cultural levadas a cabo pelo M.F.A., junto de homens e mulheres que, muitas vezes, não tinham ouvido falar em política nem na possibilidade de decidirem os seus próprios futuros. Um dos homens que se notabilizou nessa época, quanto a mim, foi o Capitão Faria Paulino. Ele dava ainda a cara num programa também do «Movimento das Forças Armadas» na R.T.P.. Sentia por ele uma enorme empatia. Ouvi pela boca dele muitas coisas que eu há muito pensava.
O processo revolucionário ia caminhando com altos e baixos e deu-se o 25 de Novembro de 1975. Se a memória não me trai, foi então que Faria Paulino foi detido. Estava ainda preso quando nasceu a sua filha, a quem seria dado o nome de Catarina, em homenagem à sua homónima de Baleizão. Dediquei-lhe então este despretensioso poema…
Para o Faria Paulino, usando
como meio de comunicação ...
... UMA SETA DE PAPEL
(EM JEITO DE POEMA)
PORQUE sentes o que os outros não sentem
e vês o que os outros não vêem
PORQUE sofres com o infortúnio alheio
e és feliz com a felicidade de alguém
PORQUE tens um espírito multifacetado
onde cabem os gestos agressivos
mas também todos os outros
PORQUE sempre defendestes os oprimidos
combatendo os opressores
PORQUE te sentes um Homem Livre
apesar das grades que nos separam ...
... TU JÁ ÉS UM HOMEM NOVO !
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