sábado, 26 de março de 2005

A FORÇA DO AMOR (historinha linda)

Como qualquer mãe, quando Karen soube que um bebé estava a caminho, fez todo o possível para ajudar o seu outro filho, Michael, com três anos de idade, a preparar-se para a chegada.
Os exames mostraram que era uma menina, e todos os dias Michael cantava perto da barriga da mãe. Ele já amava a sua irmãzinha antes mesmo dela nascer.
A gravidez desenvolveu-se normalmente.

No tempo certo, vieram as contracções. Primeiro, a cada cinco minutos; depois a cada três; então, a cada minuto uma contracção. Entretanto, surgiram algumas complicações e o trabalho de parto de Karen demorou horas. Todos discutiam a necessidade provável de uma cesariana.

Até que, enfim, depois de muito tempo, a irmãzinha de Michael nasceu.
Só que ela estava muito mal e uma ambulância levou a recém-nascida para a UTI neonatal do Hospital Saint Mary.

Os dias passaram. A menininha piorava. O médico disse aos pais: "Preparem-se para o pior. Há poucas esperanças". Karen e seu marido começaram, então, os preparativos para o funeral.

Alguns dias atrás estavam arrumando o quarto para esperar pelo novo bebé. Hoje, os planos eram outros.
Enquanto isso, Michael todos os dias pedia aos pais que o levassem para conhecer a sua irmãzinha. "Eu quero cantar para ela", dizia ele.
A segunda semana de UTI começou e esperava-se que o bebé não sobrevivesse até o final dela.

Michael continuava insistindo com seus pais para que o deixassem cantar para a sua irmã, mas as crianças não eram permitidas na UTI. Entretanto, Karen decidiu. Ela levaria Michael ao hospital de qualquer jeito. Ele ainda não tinha visto a irmã e, se não fosse hoje, talvez não a visse viva.

Vestiu Michael com uma roupa um pouco maior, para disfarçar a idade, e rumou para o hospital.
A enfermeira não permitiu que ele entrasse e exigiu que ela o retirasse dali. Mas Karen insistiu:
"Ele não irá embora até que veja a sua irmãzinha!" Ela levou então Michael até à incubadora.
Ele olhou para aquela trouxinha de gente que perdia a batalha pela vida. Depois de alguns segundos olhando, ele começou a cantar, com sua voz pequenininha: "Você é o meu sol, o meu único sol. Você me deixa feliz mesmo quando o céu está escuro..." Nesse momento, o bebé pareceu reagir.

A pulsação começou a baixar e se estabilizou. Karen encorajou Michael a continuar cantando. "Você não sabe, querida, quanto eu te amo. Por favor, não leve o meu sol embora..." Enquanto Michael cantava, a respiração difícil do bebé foi se tornando suave. "Continue, querido!", pediu Karen, emocionada.

"Outra noite, querida, eu sonhei que você estava nos meus braços..." O bebé começou a relaxar. "Cante mais um pouco, Michael." A enfermeira começou a chorar. "Você é o meu sol, o meu único sol. Você me deixa feliz mesmo quando o céu está escuro... Por favor, não leve o meu sol embora..."

No dia seguinte, a irmã de Michael já tinha recuperado e em poucos dias foi para casa...

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