terça-feira, 20 de junho de 2006

EFEMÉRIDE - Kay Rala Xanana Gusmão, actual Presidente da República Democrática de Timor-Leste, nasceu em Manatuto quando o país estava sob o domínio português, no dia 20 de Junho de 1946.
Em 1971, tendo completado o serviço militar português, envolveu-se na organização nacionalista encabeçada por José Ramos-Horta, futuro Prémio Nobel da Paz e actual Ministro dos Negócios Estrangeiros.
Em 1974, na sequência da Revolução dos Cravos em Portugal, foi anunciada a intenção de dar a independência a Timor-Leste após eleições gerais em 1978.
Durante 1975 houve conflitos entre duas facções rivais em Timor. Xanana envolveu-se profundamente na facção da FRETILIN (Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente) e chegou a ser encarcerado pela facção rival, a UDT (União Democrática Timorense).
Tirando partido da desordem interna, e desejosa de absorver o território, a Indonésia começou uma campanha de desestabilização, fazendo incursões no território a partir da parte ocidental da ilha de Timor.
Em fins de 1975, a FRETILIN conseguiu o controlo de Timor e Xanana foi libertado. Nove dias depois a Indonésia invadiu Timor-Leste.
Depois da formação do "Governo Provisório de Timor-Leste" pela Indonésia, Xanana envolveu-se totalmente nas actividades da resistência, sendo responsável pela sua organização. Em meados da década de 1980 já era considerado o grande líder.
Durante o início da década de 1990, Xanana utilizou os meios de comunicação para alertar o mundo para a situação em Timor, convertendo-se assim no alvo principal da Indonésia. Uma campanha para o capturar ocorreu em Novembro de 1992 e, em Maio de 1993, foi preso, julgado e condenado a prisão perpétua pelo governo indonésio.
Em 30 de Agosto de 1999 realizou-se um referendo em Timor-Leste com a esmagadora maioria da população a votar pela independência do território. Perante isso, os militares indonésios começaram uma campanha de terror que trouxe consequências terríveis. Apesar do governo indonésio negar estar por detrás desta ofensiva, foi condenado internacionalmente por não evitar a acção. Como resultado da pressão diplomática internacional, uma força de pacificação da ONU constituída maioritariamente por soldados australianos entrou em Timor-Leste e a Indonésia libertou Xanana. Com o seu regresso a Dili começou uma campanha de reconciliação e de reconstrução.
Xanana Gusmão foi convidado para governar junto com a administração da ONU até 2002. Durante esse período promoveu continuamente campanhas para a unidade e a paz dentro de Timor-Leste e assumiu-se definitivamente como o líder da nova nação. As eleições presidenciais em Abril 2002 deram-lhe a vitória de forma inequívoca, convertendo-o no primeiro presidente de Timor-Leste quando o país se tornou formalmente independente em 20 de Maio de 2002.
Xanana Gusmão escreveu a sua autobiografia (Resistir é Vencer) e tem igualmente muitos poemas publicados. Na crise que o País atravessa actualmente, Xanana Gusmão continua a ser o líder incontestado e respeitado por todas as partes envolvidas.

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