segunda-feira, 21 de agosto de 2006

EFEMÉRIDE - Maria Quitéria de Jesus, uma militar brasileira, heroína da Guerra da Independência morreu em Salvador no dia 21 de Agosto de 1853. Nascera em 27 de Julho de 1797, no sítio Licurizeiro, em São José das Itaporocas (Cachoeira), na Baía.
Órfã de mãe aos nove anos, assumiu o comando da casa e a criação dos dois irmãos mais novos.
Tornou-se numa mulher bonita, altiva e de traços marcantes. Caçava e manejava armas de fogo. Tornou-se soldado em 1822, quando o Recôncavo Baiano lutava contra os portugueses a favor da consolidação da independência do Brasil. O historiador Bernardino José de Souza, autor de Heroínas Baianas, explica que no dia 6 de Setembro daquele ano, instalou-se na Vila de Cachoeira, a 80 km da Serra da Agulha, local onde morava a família de Maria Quitéria, o Conselho Interino do Governo da Província. O Conselho defendia o movimento pró-independência da Baía e visava obter adesões voluntárias para as suas tropas.
Maria Quitéria mostrou-se interessada no alistamento, mas foi advertida pelo pai de que as mulheres não iam à guerra. Ela então fugiu e, ajudada pela sua irmã Teresa, cortou os cabelos, vestiu a farda do cunhado e ainda tomou emprestado o seu apelido (Medeiros). Ingressou no Regimento de Artilharia onde permaneceu até ser descoberta, semanas depois. Foi então transferida para o Batalhão dos Periquitos e à sua farda foi acrescentado um saiote.
A sua bravura e habilidade no manejo das armas foram destacadas desde o começo da sua vida militar. No combate da Pituba, em Fevereiro de 1823, atacou uma trincheira inimiga e fez vários prisioneiros. Em Abril do mesmo ano, na barra do Paraguaçu, ao lado de outras mulheres e com água por altura dos seios, avançou contra uma barca portuguesa impedindo o desembarque dos adversários. Em Julho seguinte, quando o Exército Libertador entrou na cidade de Salvador, foi saudada e homenageada pela população. No dia 20 de Agosto foi recebida, no Rio de Janeiro, pelo imperador D. Pedro, que lhe ofereceu a Condecoração de Cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro e um soldo de alferes. Maria Quitéria aproveitou a ocasião para pedir a Dom Pedro uma carta solicitando ao pai que a perdoasse.
Retornou à fazenda Serra da Agulha e, meses depois, casou-se com o lavrador Gabriel Pereira de Brito, com quem teve uma única filha, Luísa Maria da Conceição. Em 1835, já viúva, mudou-se para Feira de Santana, acabando por ir para Salvador, onde morou até ao final da sua vida, sobrevivendo unicamente com seu ordenado de alferes.

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