sexta-feira, 10 de novembro de 2006

EFEMÉRIDE - Álvaro Cunhal, advogado, escritor, ensaísta, desenhador, pintor e político português, nasceu em Coimbra, no dia 10 de Novembro de 1913, tendo morrido em Lisboa em 13 de Junho de 2005. Foi um dos mais importantes resistentes à ditadura de Salazar, tendo dedicado toda a sua vida ao ideal comunista.
Com 11 anos, Cunhal mudou-se com a família para Lisboa, onde fez os seus estudos secundários. Iniciou a sua actividade revolucionária quando era estudante na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.
Em 1931, com apenas 17 anos, filiou-se no Partido Comunista Português. Em 1934, foi eleito representante dos estudantes no Senado Universitário. Formou-se em Direito em 1935 e no mesmo ano foi eleito secretário-geral da Federação das Juventudes Comunistas. Em 1936, entrou para o comité central do Partido Comunista.
Ao longo da década de 30, Cunhal foi colaborador de vários jornais e revistas como a Seara Nova, e as publicações clandestinas do PCP, o Avante e o Militante, onde escreveu artigos de intervenção política e ideológica.
Em 1940, Cunhal estava preso e foi escoltado pela polícia à Faculdade de Direito, onde apresentou a sua tese de doutoramento, sobre a temática do aborto e a sua despenalização. Apesar do ambiente pouco propício, a sua tese foi classificada com 19 valores (num máximo de 20 possíveis).
Pela sua oposição a Salazar e devido às suas ideias comunistas, esteve preso em 1937, 1940 e 1949-1960. Ao todo, esteve preso durante 13 anos, oito dos quais em completo isolamento. Em 3 de Janeiro de 1960, juntamente com outros camaradas, todos quadros destacados do partido, protagonizaram a célebre fuga da prisão - fortaleza de Peniche, possível graças a um planeamento muito rigoroso e a uma grande coordenação entre o exterior e o interior da prisão.
Em 1962 foi para o estrangeiro, primeiro para Moscovo, depois para Praga e Paris. Ocupou o cargo de secretário-geral do Partido Comunista Português de 1961 até 1992.
Em 1968, presidiu à Conferência dos Partidos Comunistas da Europa Ocidental, o que é revelador da influência que já detinha no movimento comunista internacional.
Regressou a Portugal cinco dias após a Revolução dos Cravos, em 1974. Foi ministro sem pasta nos quatro primeiros governos e também deputado de 1975 a 1992. Foi membro do Conselho de Estado de 1982 a 1992.
Além das suas funções políticas, foi romancista e desenhador, escrevendo sob o pseudónimo de Manuel Tiago, facto que só foi revelado em 1995.
Nos últimos anos de vida sofreu de glaucoma, acabando por cegar. No seu funeral, em 15 de Junho de 2005, participaram mais de 250.000 pessoas. O seu corpo foi cremado, em cumprimento da sua última vontade.
Deixou como descendência uma filha, Ana Cunhal, nascida no dia de Natal de 1960.

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