sexta-feira, 10 de novembro de 2006

Escrevi este poema há 35 anos, quando da morte de um amigo meu. Vim relê-lo hoje, quando do desaparecimento do José João Loureiro, meu amigo também:

ANTÍTESE

Triste e acabrunhado
Olho uma rosa pálida:
- Tem uma gotinha de água
Numa das suas pétalas,
Reflexo de qualquer lágrima
Que deslizou pela face
De certa mulher perdida.
Não tardará a murchar,
Para outra rosa nascer
E ela poder ser esquecida.

Antítese das rosas,
Os homens quando morrem
Não devem ser olvidados:
- Estranho mundo que somos,
Coabitando com sombras
Em lugares inocupados.

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