quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

EFEMÉRIDE - Henry James, escritor americano, naturalizado britânico quase no fim da vida, faleceu em Londres, no dia 28 de Fevereiro de 1916. Nascera em Nova Iorque, em 15 de Abril de 1843.
Escreveu alguns dos romances, contos e críticas literárias mais importantes da literatura de língua inglesa. Algumas das suas obras foram mesmo adaptadas ao cinema.
Com 19 anos, inscreveu-se na Faculdade de Direito de Harvard que, pouco tempo depois, abandonou para se dedicar inteiramente à literatura. Em 1864, publicou anonimamente a primeira novela. No ano seguinte, publicou - já assinada, uma outra novela (The story of a Year).
Depois de uma viagem pela Europa (1869/70), que o levou a Inglaterra, França, Suiça e Itália, publicou o primeiro romance (Watch and Ward). De 1872 a 74, voltou a viajar pelo continente europeu, tendo escrito para um jornal as memórias dessas viagens.
Depois de alguns meses em Nova Iorque, regressou à Europa em 1875, onde conheceu escritores franceses célebres, como Flaubert, Zola, Maupassant e Daudet. Instalou-se então em Londres, dando começo a um dos períodos mais fecundos da sua carreira. Porém, apesar do sucesso dos seus livros, os proventos eram modestos e Henry James resolveu dedicar-se ao Teatro, o que acabou por ser um fracasso. Voltou ao romance, mas aplicando as técnicas que adquirira durante a sua curta carreira dramática.
Em 1915, desiludido com a atitude americana face à 1ª Grande Guerra Mundial, pediu e obteve a nacionalidade britânica. Sofreu dois ataques cardíacos em Dezembro desse mesmo ano e morreu em Fevereiro do ano seguinte, deixando dois manuscritos inacabados. A sua obra só atingiria a verdadeira glória após a sua morte.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

EFEMÉRIDE - Ivan Petrovich Pavlov, médico e fisiólogo russo, célebre pelas pesquisas sobre o condicionamento na psicologia do comportamento, morreu em São Petersburgo, no dia 27 de Fevereiro de 1936.
Nascera em Riazan, em 26 de Setembro de 1849. Apaixonado desde muito novo pelas ciências naturais, inscreveu-se na Faculdade de Física e Matemática de São Petersburgo, especializando-se depois em Fisiologia animal, na Academia de Cirurgia e Medicina. Doutorou-se em 1883 e, doze anos depois, tornou-se Director do Instituto de Medicina Experimental, cargo que ocupou até ao seu falecimento.
Ao estudar a produção de saliva em cães expostos a diversos tipos de estímulos, Pavlov percebeu que, com o tempo, a salivação passava a ocorrer diante de situações e estímulos, que anteriormente não causavam tal comportamento. Realizou experiências em situações criadas em laboratório e, com base nessas observações, teorizou e enunciou o mecanismo do condicionamento clássico. A ideia básica consiste em que algumas respostas comportamentais são reflexos incondicionados, enquanto outras são aprendidas através de situações criadas e repetidas. Esta descoberta muito contribuiu para o desenvolvimento da Psicologia comportamental, tendo ampla aplicação, tanto no tratamento de fobias como até em anúncios publicitários.
Foi galardoado com o Prémio Nobel de Fisiologia e Medicina em 1904, tornando-se no primeiro russo a receber tal distinção.
Após a Revolução de Outubro, sobretudo em 1919/20, passou por momentos difíceis, por falta de dinheiro para ele e de financiamentos para o laboratório. Recusou no entanto um convite da Academia de Ciências de Estocolmo, para se instalar na Suécia, declarando que jamais deixaria o seu país. O governo soviético deu-lhe finalmente a possibilidade e os meios de continuar as suas pesquisas. Apesar de ser crítico em relação ao comunismo, várias vezes viajou para o estrangeiro, inclusivamente para os Estados Unidos, mas sempre regressou à sua Rússia natal.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

EFEMÉRIDEVictor-Marie Hugo, escritor, homem político e intelectual francês, nasceu em Besançon, no dia 26 de Fevereiro de 1802, tendo morrido em Paris, em 22 de Maio de 1885. Sete anos antes, uma congestão cerebral tinha praticamente posto fim à sua carreira. Na noite seguinte à morte de Victor Hugo, numa homenagem que se julga inédita, as prostitutas de Paris trabalharam gratuitamente. O seu caixão ficou exposto durante vários dias, sob o Arco do Triunfo, calculando-se que mais de um milhão de pessoas lhe foi prestar uma última homenagem. Quando o corpo foi transferido para o Panteão, falou-se em mais de três milhões os que aí se deslocaram. É autor de algumas obras conhecidas em todo o mundo, como “Os Miseráveis” e “Notre-Dame de Paris”, sendo considerado o maior escritor romântico de língua francesa e um dos melhores poetas do seu tempo.
Em 1819 e 1820, ganhou os concursos da “Academia dos Jogos Florais”, enveredando depois pela carreira literária. Com menos de vinte anos, publicou a sua primeira recolha de poemas. Escreveu nove romances, o primeiro com 16 anos (“Bug-Jargal”) e o último (“Noventa e Três”) com setenta e dois.
Acedeu à Academia Francesa em 1841 e foi deputado em 1848, tendo dedicado uma parte da sua vida à política. Não era contra os ricos, salvo se eles capitalizassem sem reinvestir, mas sim contra as desigualdades sociais; criticava a violência contra a democracia, mas justificava-a se fosse utilizada contra poderes ilegítimos. Esteve exilado vinte anos no estrangeiro, só voltando a Paris quando da queda do Segundo Império e do começo da Terceira República. Até à sua morte foi um ícone da República e da Literatura.
Em 1876, a propósito da abolição da pena de morte em Portugal, escreveu: «A pena de morte foi abolida no nobre Portugal, pequeno povo que tem uma grande história. Felicito-o porque dá o exemplo à Europa. A Europa imitará Portugal». Defendeu igualmente os direitos das mulheres, a abolição do ensino oficial religioso, e a instituição do ensino laico e gratuito. Era um homem avançado em relação ao seu tempo.
Muitas das suas obras foram adoptados ao cinema, à televisão, ao teatro e mesmo à ópera. Só Os Miseráveis conta com quarenta adaptações.

domingo, 25 de fevereiro de 2007

EFEMÉRIDE - Mário Raul de Moraes Andrade, poeta, romancista, crítico de arte, musicólogo e ensaísta brasileiro, morreu em São Paulo, no dia 25 de Fevereiro de 1945, vítima de crise cardíaca. Nascera, igualmente na capital paulista, em 9 de Outubro de 1893.
Escreveu o primeiro poema aos onze anos e publicou o seu primeiro livro (Há uma gota de sangue em cada poema) em 1917. Logo após a publicação do segundo livro de poesia (Paulicéia desvairada), foi considerado como um dos pioneiros do movimento modernista brasileiro.
Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1938, onde exerceu durante quatro anos o cargo de director do Instituto de Artes. Assegurou depois o ensino de História da Música no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo. Colaborou em variadíssimas publicações por todo o Brasil.
Em 1938, formou uma equipa que teve como objectivo a recolha e catalogação de músicas do Norte e Nordeste do Brasil. Desse trabalho resultou um espólio, que pode ser considerado como o primeiro projecto multimédia da cultura brasileira.
Alguns dos seus livros são verdadeiros manifestos em defesa da liberdade poética, da ausência de rimas, do poder de síntese e dos particularismos da língua portuguesa utilizada no Brasil. Curiosamente, em alguns textos, enuncia fórmulas e regras defendendo a não utilização de regras… Foi sócio fundador da Sociedade dos Escritores Brasileiros.
Mário de Andrade e a sua vida foram tema de filmes para cinema e televisão. A sua efígie constou em notas antigas de cruzeiros.

sábado, 24 de fevereiro de 2007

Regresso das férias do Carnaval...

EFEMÉRIDE - Joaquim Teófilo Fernandes Braga, escritor e político português, nasceu em Ponta Delgada, Açores, em 24 de Fevereiro de 1843. Faleceu em Lisboa, no dia 28 de Janeiro de 1924.
Depois de se licenciar em Direito, na Universidade de Coimbra, fixou-se em Lisboa, onde leccionou Literatura Moderna, na Universidade da capital. Publicou o seu primeiro livro (Folhas Verdes) em 1859, tendo escrito obras de história literária, de etnografia, poesia, ficção, ensaio e filosofia. Organizou também algumas antologias e recolhas.
Dedicou-se à política a partir de 1878, exercendo vários cargos no Partido Republicano, e tornando-se membro da sua direcção política em 1910.
Foi eleito deputado por Lisboa em Agosto de 1910 e, em Outubro do mesmo ano, após a implantação da República, tornou-se Presidente do Governo Provisório até Agosto de 1911. Em 29 de Maio de 1915, foi chamado para substituir o demissionário Manuel de Arriaga, na Presidência da República, cargo que ocupou até 4 de Agosto, sendo então substituído por Bernardino Machado.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

EFEMÉRIDE - José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos, mais conhecido por Zeca Afonso, poeta, cantor e compositor português, faleceu em Setúbal, vítima de esclerose múltipla, em 23 de Fevereiro de 1987, completa-se hoje vinte anos. Nascera em Aveiro, no dia 2 de Agosto de 1929. Foi autor de muitas canções de crítica à ditadura salazarista.
Entre os quatro e os nove anos viveu em Angola e Moçambique, onde o pai era magistrado, vindo depois para Belmonte viver com familiares do lado materno. Aos onze anos, foi estudar para Coimbra, começando a cantar alguns anos mais tarde, enquanto completava a licenciatura de Ciências Históricas e Filosóficas. Gravou o seu primeiro disco em 1958 e, algum tempo depois, gravou "Os Vampiros", que se tornou um dos símbolos de resistência antifascista.
Em 1964, regressou a Moçambique, onde foi professor de Liceu, desenvolvendo simultaneamente uma intensa actividade anticolonialista, que lhe valeu muitos problemas com a polícia política, pela qual foi detido várias vezes durante a vida. Regressado a Portugal, exerceu o professorado mas, devido ao seu activismo contra o regime, foi expulso do Ensino. Deu lições particulares para sobreviver e foi-se tornando um símbolo da resistência. O seu LP "Cantares do Andarilho" recebeu o Prémio da Casa da Imprensa, como melhor disco do ano e melhor interpretação. Percorreu o País e as comunidades de emigrantes no estrangeiro, exercendo - pela pedagogia do canto e da palavra - uma acção de agitação e consciencialização políticas.
Em 1971, editou "Cantigas de Maio", no qual surgiu "Grândola Vila Morena", que seria mais tarde imortalizada como um dos símbolos da Revolução de Abril.
Após a Revolução dos Cravos continuou a cantar, apoiando as várias organizações populares de base. Os seus últimos espectáculos decorreram em 1983, quando já se encontrava bastante debilitado. No final desse ano, foi-lhe atribuída a Ordem da Liberdade, mas o cantor recusou-a. Mais tarde, em 1994, seria feita uma nova tentativa a título póstumo, mas a sua mulher recusou igualmente, dizendo que se o marido a não tinha aceitado em vida, não seria depois de morto que a iria receber. Em 1985, foi editado o seu último álbum de originais - Galinhas do Mato – mas, devido ao avançado estado da doença, Zeca Afonso já não conseguiu cantar em público a totalidade destas canções.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

EFEMÉRIDE - Andy Warhol, pintor e cineasta norte-americano, morreu em Nova Iorque, no dia 22 de Fevereiro de 1987. Nascera em Pittsburgh, em 6 de Agosto de 1928. Foi pioneiro do chamado movimento Pop Art.
Nos anos "sessenta", começou a pintar embalagens de produtos americanos famosos, como as latas de Coca-Cola, e ícones de popularidade, como Marilyn Monroe. Foi desenhador da revista nova-iorquina Vogue, tendo iniciado - em 1950 - uma carreira publicitária que o tornou célebre.
Quando começou a ser reconhecido como artista, passou a usar uma peruca platinada. Em 1957, fundou a sua própria agência de publicidade e, em 1963, abriu a Factory, numa fábrica abandonada. Era um atelier artístico, que servia também de estúdio para gravação das suas inúmeras obras cinematográficas. A maioria dos filmes, experimentais, não tinham assunto nem cenário e eram improvisados no momento, com actrizes descobertas ocasionalmente.
Frequentava com a mesma facilidade os meios mais extravagantes (underground) e a alta sociedade (jet set). Em 1969, lançou a revista Interview, com artigos ilustrados sobre as celebridades do momento. Em 1972, voltou à pintura, utilizando fotografias a preto e branco, que coloria artificialmente para as reproduzir depois por serigrafia, que passava em seguida à tela. Era autor igualmente de obras de arte abstracta.
Sentia-se atraído por temas que o ligavam à morte. Assim, as suas telas mais famosas são precisamente as que retratam Marilyn Monroe, pintada depois do seu suicídio, e Liz Taylor, pintada quando se encontrava gravemente doente.
Nos últimos anos da sua vida, Warhol tornou-se praticamente num pintor “por encomenda”, aplicando o seu estilo a retratos de diversas personalidades. Ao mesmo tempo, no entanto, continuava a reflectir sobre “sombras”, “pinturas por oxidação” e recriação de telas de Botticelli e de Leonardo da Vinci.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

EFEMÉRIDE - Anaïs Nin, escritora francesa, nasceu em Neuilly-sur-Seine, perto de Paris, em 21 de Fevereiro de 1903. Faleceu em Los Angeles, no dia 14 de Janeiro de 1977, vítima de doença cancerosa. As suas cinzas foram dispersas na Baía de Santa Mónica.
Tornou-se célebre sobretudo quando da publicação dos seus diários íntimos, que descrevem quarenta anos da sua vida. Começou a escrevê-los aos doze anos e só permitiu que eles fossem publicados, não censurados, após a sua morte e a do marido. Foi amante do escritor Henry Miller, que a referencia nos seus livros. Foi realizado um filme (Henry & June) que fala justamente do período em que ela o conheceu. O papel de Anaïs foi interpretado pela actriz portuguesa Maria de Medeiros.
Ainda criança, foi para Nova Iorque e muito cedo abandonou a escola, para se dedicar à vida de manequim. Casou-se em 1923, tendo-se instalado em Paris, cidade onde o marido prosseguia a sua carreira bancária. Nin lançou-se então na literatura, em colaboração com vários autores. Começou a estudar também Psicoterapia, tendo como professor Otto Rank, um discípulo de Freud.
Ela era muito apreciada pelas suas obras eróticas, tendo sido pioneira neste tipo de literatura. Para a época, a sua escrita era escandalosamente explícita e muito virada para a bi-sexualidade feminina. Foi amiga e amante de vários escritores, como por exemplo Henry Miller, Gore Vidal e Lawrence Durrell. A sua amizade e amor por Miller (e por sua esposa, June, com a qual no entanto nunca teve qualquer relação sexual, contrariamente ao que é descrito no filme já referido), influenciaram-na muito, como mulher e como autora.
Em 1973, foi nomeada Doutora Honoris Causa pelo Philadelphia College of Art, sendo no ano seguinte eleita membro do National Institute of Arts and Letters.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2007

EFEMÉRIDE - Vitorino Nemésio Mendes Pinheiro da Silva, professor, ficcionista, poeta, cronista, ensaísta, biógrafo, historiador, jornalista, investigador, filólogo e comunicador televisivo português, morreu em Lisboa, no dia 20 de Fevereiro de 1978. Nascera na ilha Terceira, nos Açores, em 19 de Dezembro de 1901.
A sua vida escolar foi um pouco atribulada. Sentia-se incompreendido e, dessa época, apenas guardava como boa recordação a figura dum professor de história que o introduziu na vida literária. Concluiu o Curso Liceal na cidade da Horta em 1918. Ainda bastante novo, adolescente, já participava em reuniões literárias, republicanas e anarco-sindicalistas. A Horta possuía naquela época, final da I Guerra Mundial, um movimento marítimo intenso e uma grande animação nocturna, o que muito contribuiu para que Vitorino Nemésio viesse a escrever o livro que mais o notabilizou - Mau Tempo no Canal, obra-prima da literatura portuguesa, galardoada com o Prémio Ricardo Malheiros.
Em 1919, começou o seu serviço militar, como voluntário, deslocando-se pela primeira vez ao continente. Inscreveu-se na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e, mais tarde, mudou para Filologia Românica, na Faculdade de Letras. Em 1923, deslocou-se a Espanha com o Orfeão Académico e aí conheceu Miguel Unamuno, escritor e filósofo espanhol, com quem trocou correspondência mais tarde. Contrariamente ao que acontecera no liceu, na faculdade obteve altas classificações. Começou a leccionar, primeiro literatura italiana e mais tarde literatura espanhola.
Entre 1937 e 1939 foi ensinar na Universidade Livre de Bruxelas, regressando depois à Faculdade de Letras de Lisboa. Em 1958, leccionou no Brasil e, em 1971, proferiu a sua última lição em Lisboa. Foi ainda autor e apresentador de um programa televisivo (“Se bem me lembro”) que ainda hoje é recordado.
Nemésio é considerado um dos grandes escritores portugueses do século XX, tendo recebido o Prémio Nacional de Literatura em 1965 e o Prémio Montaigne em 1974.
Quando morreu, o seu desejo foi respeitado - Quando o corpo desceu à terra, em Coimbra, os sinos tocaram a Aleluia, em vez do dobre a finados, como é habitual.
From Rio with Love...

GALINHA É GALINHA

Uma galinha põe um ovo de meio quilo!!!
Jornais, televisão, repórteres.... Todos atrás da galinha!
- Como conseguiu esta façanha, Sra. Galinha?
- Segredo de família...
- E os planos para o futuro?
- Pôr um ovo de um quilo!
As atenções se voltam para o galo...
- Como conseguiram tal façanha, Sr. Galo?
- Segredo de família...
- E os planos para o futuro?
- Partir a cara do avestruz!!!!

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2007

EFEMÉRIDE - André Gide, famoso escritor francês, morreu em Paris no dia 19 de Fevereiro de 1951. Nascera na mesma cidade, em 22 de Novembro de 1869.
Escreveu em quase todos os géneros literários, fundou a célebre Editora Gallimard e a não menos conhecida revista literária Nouvelle Revue Française, tendo sido galardoado com o Prémio Nobel da Literatura em 1947.
O seu texto mais conhecido será o longo poema “Os alimentos terrestres”, escrito com menos de 30 anos.
Se bem que oriundo de um meio burguês e protestante, toda a vida defendeu outras causas. Sentindo-se atraído pelo comunismo, visitou a URSS, mas desencantou-se com o estalinismo; esteve contra o fascismo, ao lado dos republicanos, na Guerra Civil de Espanha; e tomou partido pelos povos colonizados, sobretudo africanos, assunto que desenvolveu aliás em dois dos seus livros. Este aspecto político da sua obra é no entanto marginal. Nas suas obras de criação e, mais ainda, na sua obra autobiográfica, André Gide procurou conciliar as suas duas personalidades, que se opunham mas a que tinha sido obrigado por uma educação rigorosa e uma moralidade estreita. O seu lado homossexual deixou de se envergonhar, ante a sua faceta protestante, austera e refinada. Entre muitas frases que ele nos legou, escolhemos estas três:
- "É melhor ser odiado pelo que se é, do que ser amado pelo que se não é";
- "A liberdade é difícil de alcançar, mas o que fazer com a liberdade é muito mais difícil";
- "Tudo já foi dito antes, mas como ninguém escuta, precisamos repetir tudo de novo".

domingo, 18 de fevereiro de 2007

EFEMÉRIDE - António Fernandes Aleixo, um dos poetas populares portugueses mais conhecido, nasceu em Vila Real de Santo António, no dia 18 de Fevereiro de 1899. Morreu em Loulé, em 16 de Novembro de 1949, vítima da tuberculose, doença que era frequente e quase incurável na época. Ficou famoso pela sua ironia cáustica e pela crítica social, bem visíveis na sua poesia, que era quase sempre feita de modo espontâneo. Tivesse ele estudado e hoje estaríamos aqui a dizer que ele tinha sido também filósofo.
Era um homem simples e humilde, quase sem instrução, mas - com a sua experiência de vida - soube retratar admiravelmente muitas das realidades do seu tempo. Foi guardador de cabras, tecelão, soldado, polícia, trabalhou nas obras e foi emigrante em França. De regresso a Portugal, fixou-se em Loulé e passou a vender lotaria, lendo também - pelas ruas e feiras do Algarve - as quadras que ia fazendo.
Foi o artista plástico Tóssan (António Santos), que o tinha conhecido quando de internamentos num hospital de Coimbra, e o professor Joaquim de Magalhães, as pessoas que mais contribuíram para a divulgação da sua poesia, junto do grande público. Àquele último se ficou a dever, aliás, a maioria das recolhas e a publicação da sua obra.
Escreveu quase sempre composições de quatro versos, de sete sílabas, conhecidas como quadras em Portugal e trovas no Brasil. Como não sabia escrever, guardava-as na memória e, não fosse o aludido professor, quase tudo se teria perdido. Alguns amigos passavam algumas das suas quadras para o papel, mas sem intenção de as publicar. Era apenas mais um modo de angariar dinheiro para minorar a pobreza do poeta. Ainda hoje, parte da sua obra se encontrará espalhada pelo Algarve, dispersa em várias localidades e porventura na posse de familiares de pessoas já desaparecidas. Muita coisa se deve ter perdido para sempre.
Portugal homenageou António Aleixo, principalmente após a sua morte, como é hábito, dando o seu nome a escolas e ruas, construindo-lhe monumentos e criando mesmo uma fundação, que atribui bolsas de estudo aos mais carenciados. Em São Paulo, no Brasil, há também uma escola com o seu nome.

sábado, 17 de fevereiro de 2007

QI

Veja o seu quociente de inteligência. Condição essencial - ter 45 minutos disponíveis:

http://web.educom.pt/paulaperna/teste_qi.htm

Tive 112, mas já não tive tempo de responder à última.
Neste Carnaval, até o Pinguim se vai mascarar...
Pois então!!
EFEMÉRIDE - Carlos Viegas Gago Coutinho, oficial da Marinha, navegador e historiador português, nasceu em Lisboa, no dia 17 de Fevereiro de 1869. Morreu, também na capital portuguesa, em 18 de Fevereiro de 1959, portanto um dia depois de completar noventa anos.
Ao mesmo tempo que servia na Marinha Portuguesa, em que atingiu o posto de Almirante, desenvolveu uma vasta obra científica. A partir de 1898, fez muitos levantamentos geográficos e várias delimitações de fronteiras nos territórios coloniais.
Em 1919, incentivado pelo aviador Sacadura Cabral, de quem se tornou amigo, começou a dedicar-se ao desenvolvimento dos métodos de navegação aérea astronómica. Tinham voado juntos pela primeira vez em 1917 e, no seu horizonte, estava já o plano de voar até ao Brasil, quando da comemoração do centenário da independência.
Fazendo equipa com Sacadura Cabral, realizou em 1921 a travessia aérea Lisboa - Funchal e, em 1922, a primeira travessia aérea do Atlântico Sul, entre Lisboa e o Rio de Janeiro, durante a qual fez uma navegação aérea de grande rigor, utilizando um sextante com horizonte artificial, de sua invenção. Este instrumento veio a ser fabricado e difundido para todo o Mundo pelo construtor alemão C. Plath, com o nome de “System Admiral Gago Coutinho”.
Quase no fim da vida, dedicou-se ainda ao estudo dos Descobrimentos e das Navegações portuguesas, escrevendo vários trabalhos a este respeito.
Pertenceu ao Grande Oriente Lusitano - Maçonaria Portuguesa e foi membro de diversas associações científicas, entre as quais a Academia Portuguesa das Ciências, a Academia Portuguesa de História, a Sociedade de Geografia de Lisboa e várias Sociedades Geográficas do Brasil.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

ASAS PARA VOAR
(quadras)

Tenho asas p’ra voar
A vontade é de granito
Não paro nem p’ra pensar
O destino é infinito

Tenho asas p’ra voar
e para levar Esperança
Quero quando a Paz voltar
ver sorrisos de criança

Tenho asas p’ra voar
com rumo ao teu coração
Quando nele eu aterrar
vais sentir minha paixão

Tenho asas p’ra voar
e p’ra desbravar o céu
Se eu souber navegar
o Futuro vai ser meu

Tenho asas p’ra voar
Foi minha mãe quem as deu
Com elas vou navegar
Neste Mundo que foi seu
*
Gabriel de Sousa

ONDE ESTÁ O BEBÉ?

Com as novas tecnologias sobre a fertilidade, uma senhora de 65 anos deu à luz um menino.
Quando teve alta hospitalar, foi para casa e os seus familiares e amigos vieram visitá-la.
- Podemos ver o bebé?
- Ainda não,
disse a mãe.
Vou fazer um café e, antes, poderemos conversar um pouco.
Trinta minutos se passaram e um outro perguntou:
- Podemos ver o bebé agora?
- Não, ainda não.
- Disse a mãe.
Depois de mais alguns minutos, eles perguntaram de novo:
- Podemos ver o bebé agora?
- Não, ainda não.
- Respondeu a mãe.
Já meio impacientes, eles perguntaram:
- Bem... então quando poderemos ver o bebé?
- Quando ele chorar!
- Disse ela.
- Quando ele chorar? - E porque temos que esperar que ele chore?
- Porque eu não me lembro onde o coloquei...
Ainda haverá alguém sem telemóvel??

EFEMÉRIDE - Jânio da Silva Quadros, 17º Presidente do Brasil, faleceu em São Paulo, no dia 16 de Fevereiro de 1992. Nascera em Campo Grande, Mato Grosso, em 25 de Janeiro de 1917. O seu mandato ocorreu entre 31 de Janeiro e 25 de Agosto de 1961, data em que pediu a demissão, alegando que “força terríveis” o obrigavam a renunciar.
Era formado em Direito e professor de língua portuguesa. Mais tarde leccionou igualmente Direito Processual Penal.
Foi vereador da Câmara Municipal da cidade de São Paulo, entre 1948 e 1950, tendo-se salientado como autor de um grande número de propostas, de projectos de lei e de discursos, que tinham em vista a defesa dos trabalhadores. Foi deputado estadual de 1951 a 53 e, seguidamente, eleito Prefeito de São Paulo, cargo que abandonou dois anos depois, para concorrer (e ganhar) a eleição para Governador, cargo que ocupou de 1954 a 59 e durante o qual tentou moralizar a administração pública e combater a corrupção.
A Presidência da República seria o passo seguinte. Preparou a sua candidatura, utilizando como lema de campanha o "varre, varre vassourinha, varre a corrupção". Ganhou ao Marechal Henrique Lott, por mais de dois milhões de votos. O sucesso de Jânio Quadros era surpreendente, pois não ganhara o poder com uma revolução, não era rico, não fazia parte de nenhum clã, não tinha padrinhos nem era dono de jornal, não estava ligado a grupos económicos e não era subserviente face à América e muito menos face à URSS. O segredo estaria em que ele, embora conservador, tinha sabido apresentar-se com um programa revolucionário e credível. Entre outras coisas, prometia a modernidade e o fim da inflação, e tudo em democracia.
Foi o primeiro presidente a tomar posse em Brasília. Estabeleceu relações com todos os países, nomeadamente socialistas e africanos, e reaproximou-se da URSS e da China. Nomeou o primeiro embaixador negro da história do Brasil, defendeu a política de autodeterminação dos povos e condenou a interferência norte-americana que provocou o isolamento de Cuba. Criou as primeiras reservas indígenas, entre as quais o Parque Nacional do Xingu, e os primeiros parques ecológicos nacionais. Enviou ao Congresso a pioneira proposta de lei da Reforma Agrária. A sua política, porém, ora desagradava ao grande Capital e aos Estados Unidos, ora desagradava aos trabalhadores. Carlos Lacerda, governador do estado da Guanabara, num discurso em 24 de Agosto de 1961, transmitido pela rádio e pela televisão, denunciou um suposto golpe de estado da parte do Presidente. Na tarde de 25 de Agosto, Jânio Quadros, para espanto de toda a nação, anunciou a sua renúncia, que foi prontamente aceite pelo Congresso Nacional, o que talvez ele não esperasse.
Com o golpe militar de 1964, perdeu todos os direitos políticos e, quatro anos mais tarde, ao fazer um discurso - considerado subversivo - foi detido em Corumbá e encarcerado durante seis meses. A partir de 1974, tentou voltar à vida política, mas só em 1985 conseguiu ser eleito Prefeito de São Paulo, surpreendendo mais uma vez. No seu mandato, que durou até ao primeiro dia de 1989, repetiu diversas práticas populistas e secundárias. Doente, afastou-se da vida política, tendo morrido três anos mais tarde, já em estado vegetativo, após três derrames cerebrais.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

EFEMÉRIDE - Camilo Torres Restrepo, sociólogo, militante de esquerda, padre e revolucionário colombiano, morreu em São Vicente, no dia 15 de Fevereiro de 1966. Nascera em Bogotá, em 3 de Fevereiro de 1929.
Tendo começado por defender os direitos dos mais pobres e desprotegidos, acabou por se juntar à guerrilha colombiana, sendo morto em combate. A sua imagem é hoje a de um verdadeiro herói, um mártir e o exemplo de um padre-guerrilheiro.
Camilo fez os primeiros estudos no Colégio Alemão de Bogotá e, em seguida, no Liceu Cervantes. Em 1947, inscreveu-se na Faculdade de Direito, mas só ali ficou durante seis meses. Começou a colaborar no jornal La Razón e entrou para o Seminário de Bogotá. Foi ordenado padre em 1954 e mudou-se para Lovaina, na Bélgica, afim de estudar Sociologia e Ciências Políticas.
Voltou à Colômbia em 1958 e foi nomeado professor na Faculdade de Sociologia, que acabava de ser criada. Cada vez mais implicado na política, foi destituído das suas funções e colocado como vigário, na paróquia de Vera Cruz.
Em 1964, participou na criação de um movimento político, que agrupava as diferentes sensibilidades progressistas. Entretanto, multiplicava as suas intervenções em todas as grandes cidades colombianas, dizendo-se revolucionário - como colombiano, como sociólogo, como cristão e como padre. Por isso, entrou também em conflito com a hierarquia religiosa. Ele terá sido um dos percursores da “Teologia da Libertação”.
Verificando que a actuação pacífica não resultava, juntou-se à guerrilha da ELN. Quando da primeira operação militar em que entrou, foi atingido por duas balas, a segunda das quais lhe foi fatal. O cadáver nunca foi encontrado, ignorando-se mesmo onde foi enterrado.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

14 DE FEVEREIRO - OVELHA DOLLY

EFEMÉRIDE - A Ovelha Dolly, primeiro mamífero a ser clonado com sucesso a partir de células adultas, morreu por eutanásia em 14 de Fevereiro de 2003. Nascida em 5 de Julho de 1996, Dolly foi criada por investigadores do Instituto Roslin, na Escócia, onde viveu durante toda a sua vida. O feito foi atribuído a Ian Wilmut, mas este admitiu, em 2006, que Keith Campbell era na verdade o maior responsável pela clonagem.
Quase 300 células tinham sido criadas, dando origem a 29 embriões, mas apenas Dolly se desenvolveu. Foi gerada a partir de células mamárias de uma ovelha adulta, com cerca de seis anos, e era a reprodução quase fiel dum ser já existente. Dolly começou por ter uma vida normal e deu à luz dois filhotes, sempre sob cuidadosa observação.
Em 1999, a revista Nature anunciava que ela estava a desenvolver formas de envelhecimento precoce, como que acumulando a sua idade com a de Belina, a ovelha dadora. Em 2002 soube-se que sofria de um tipo de artrite degenerativa e tinha dificuldades respiratórias. Foi abatida em Fevereiro de 2003, para evitar uma morte dolorosa, provocada por uma infecção pulmonar incurável. O seu corpo empalhado está exposto no Royal Museum of Scotland, em Edimburgo.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007


FIM DA CAÇADA

Dois homens estavam a caçar, quando apareceu um guarda florestal e pediu as respectivas licenças. Mal o guarda fez o pedido, um dos tipos fugiu a correr. Durante mais de um quilómetro foi seguido pelo guarda, que finalmente o alcançou e disse:
- Ora, vamos lá ver então essa sua licença...
O homem apresentou a licença completamente em ordem.O guarda não entende nada e pergunta:
- Você pode me explicar porque fugiu se tinha licença?
A resposta vem rápida:
- Pois é, mas o meu colega não tinha!
EFEMÉRIDE - George Agostinho Baptista da Silva, filósofo, poeta e ensaísta português, nasceu na cidade do Porto, em 13 de Fevereiro de 1906. Morreu em Lisboa, no dia 3 de Abril de 1994.
Licenciou-se em Filologia Clássica, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Em 1931, partiu com uma bolsa de estudos para Paris, tendo estudado na Sorbonne e no Collège de France. Regressou a Portugal em 1933, leccionando em Aveiro até 1935, ano em que foi demitido do ensino oficial por motivos políticos. Com uma bolsa de estudos do Governo Espanhol, foi então estudar para o Centro de Estudos Históricos de Madrid, que abandonou no ano seguinte, devido à Guerra Civil.
Em 1940, publicou Iniciação, série de cadernos de informação cultural e, quatro anos mais tarde, deixou Portugal, depois de ter estado preso pela polícia política.
Viveu no Brasil, de 1947 a 1969, após ter permanecido algum tempo no Uruguai e na Argentina. Em 1948, começou a trabalhar no Instituto Oswaldo Cruz do Rio de Janeiro, ensinando simultaneamente na Faculdade Fluminense de Filosofia. De 1952 a 1954, ensinou na Universidade Federal da Paraíba e também em Pernambuco. Em 1954, ajudou a organizar a Exposição do Quarto Centenário da Cidade de São Paulo e foi um dos fundadores da Universidade de Santa Catarina. Depois, ensinou “Filosofia do Teatro”, na Universidade Federal da Bahia, tornando-se - em 1961 - assessor para política externa do presidente Jânio Quadros. Participou na criação da Universidade de Brasília.
Como bolseiro da UNESCO, visitou o Japão, Macau, Timor, Estados Unidos e Senegal.
Avesso a ditaduras, deixou o Brasil em 1969 e regressou a Portugal, após o afastamento de Salazar. Leccionou em diversas universidades portuguesas e foi consultor do Instituto de Cultura e Língua Portuguesa.
Depois da Revolução dos Cravos (1974), recebeu retroactivamente tudo o que lhe tinha sido espoliado pela ditadura salazarista. Despreocupado, porém, com questões financeiras, ocupava todo o seu tempo viajando, ensinando, recebendo medalhas, honrarias e títulos honoríficos, e participando em programas de televisão. Em 1990, a Rádio Televisão Portuguesa emitiu uma série de treze entrevistas com ele, denominadas Conversas Vadias, que tiveram muito êxito.
É considerado um dos principais intelectuais portugueses do século XX. Entre muitas obras publicadas, salienta-se: “Biografia de Miguel Ângelo, Louis Pasteur e São Francisco de Assis” e “Sete cartas a um jovem filósofo”, o seu livro mais influente.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

EFEMÉRIDE - Julio Florencio Cortázar, escritor argentino, morreu em Paris, no dia 12 de Fevereiro de 1984, vítima de leucemia. Nascera em Bruxelas, em 26 de Agosto de 1914, de pais argentinos, tendo ido para Buenos Aires com quatro anos de idade. Aos nove anos, escreveu o seu primeiro conto. Devido à sua precocidade, os pais desconfiaram da autoria dos escritos, facto que o marcou durante vários anos.
Apesar de nunca ter completado o seu curso na Universidade, leccionou Literatura Francesa, nalgumas cidades do interior argentino, tendo renunciado ao cargo quando Perón ascendeu ao poder.
Em 1932, graças à leitura de Ópio de Jean Cocteau, descobriu o surrealismo e, em 1938, publicou o seu primeiro livro (Presencia), sob o pseudónimo de Julio Dinis, curiosamente também o pseudónimo usado por um célebre escritor português (1839/1871).
Em 1951, Cortázar partiu para Paris, onde foi trabalhar como tradutor da UNESCO. Ali viveu até ao fim da sua vida e ali está enterrado.
Cortázar inspirou um grande número de cineastas, entre eles o italiano Michelangelo Antonioni, cuja longa-metragem Blow-up foi baseada no seu conto As Babas do Diabo.
Interessou-se bastante cedo por políticas de esquerda, tendo sido oposicionista a Perón e dando, mais tarde, o seu apoio à Revolução Cubana e aos Sandinistas da Nicarágua. Naturalizou-se francês, três anos antes de morrer.
Júlio Cortázar é considerado um dos maiores mitos da literatura moderna. Quem ler os seus textos, como por exemplo o “Jogo da Amarelinha”, jamais os esquecerá.

domingo, 11 de fevereiro de 2007

EFEMÉRIDE - Thomas Alva Edison, inventor e empresário americano, nasceu em Milão, no Ohio, em 11 de Fevereiro de 1847. Morreu em West Orange, no dia 18 de Outubro 1931.
Quando nasceu, a electricidade doméstica não existia, quando morreu ela servia para iluminar cidades inteiras. Considerada uma criança exageradamente curiosa e hiperactiva, teve de abandonar a escola aos sete anos, sendo educado em casa por sua mãe, que era professora. Com 12 anos, já trabalhava na entrega de jornais e, com o dinheiro ganho, comprou uma prensa com a qual editou um jornal, para custear os seus estudos e experiências. Aos treze anos ficou surdo em virtude de uma bofetada. No sótão de sua casa, instalou um laboratório de química, onde realizava as suas experiências. Aprendeu o código Morse e começou a construir telégrafos artesanais.
Mais tarde, trabalhou como vendedor de livros e telegrafista e, em 1868, patenteou o seu primeiro invento, um contador automático de votos. Dois anos depois, fundou a sua empresa em Newark e inventou um equipamento electromecânico que transmitia telegraficamente as cotações da bolsa de valores, ganhando uma grande fortuna com a sua comercialização. O microfone de carvão, outro invento, proporcionou o começo das transmissões telefónicas. Iniciou pesquisas em telefonia, aperfeiçoou o fonógrafo e criou a primeira lâmpada incandescente com filamento de carvão. Já rodeado de uma grande equipa de profissionais, construiu o primeiro contador eléctrico. Entre as suas invenções, conta-se também o gramofone. É considerado por muitos como o maior inventor de todos os tempos e o seu QI está estimado em cerca de 240. Há mais de um milhar de patentes registadas em seu nome.
Vivia praticamente no laboratório, contentava-se com quatro horas de sono e, se uma experiência o exigia, era capaz de trabalhar 48 ou 72 horas seguidas. Com oitenta anos, ainda realizou cerca de 17 000 testes para encontrar a planta necessária à produção da goma sintética.
Duas das suas frases favoritas: «O génio representa 1% de inspiração e 99% de transpiração» e «Sou vegetariano e anti-alcoólico, para poder utilizar melhor o meu cérebro».

sábado, 10 de fevereiro de 2007

EFEMÉRIDE - Eugen Berthold Friedrich Brecht, poeta, dramaturgo, encenador e novelista alemão, nasceu em Augsburg, na Alemanha, em 10 de Fevereiro de 1898. Morreu em Berlim, no dia 14 de Agosto de 1956, vítima de doença cardíaca.
Começou a escrever muito novo, tendo publicado o seu primeiro texto em 1914. Estudou filosofia e medicina.
Trabalhou como enfermeiro, num hospital de Munique, durante a Primeira Guerra Mundial. Mudou-se para Berlim depois da guerra, tendo várias das suas peças sido encenadas nestas duas cidades.
Depois de Hitler ter subido ao poder em 1933, Brecht teve de se exilar, tendo estado na Áustria, Suíça, Dinamarca, Finlândia, Suécia, Inglaterra, Rússia e finalmente nos Estados Unidos.
Em 1947, teve de deixar igualmente os Estados Unidos, em virtude das suas ideias marxistas. Foi para a Suiça e, em 1949, instalou-se definitivamente na Alemanha de Leste.
Entre as suas obras mais conhecidas, contam-se: “A Ópera dos Três Vinténs”, “As Espingardas de Mãe Carrar”, “Mãe Coragem e Seus Filhos” e “O Círculo de Giz Caucasiano”.
De entre muitas das suas frases, salienta-se uma que é curiosa «Pior que assaltar um Banco, é fundar um!».

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

EFEMÉRIDE - John Maxwell Coetzee, escritor sul-africano, nasceu na Cidade do Cabo, em 9 de Fevereiro de 1940.
Foi galardoado com o Prémio Nobel de Literatura em 2003, sendo o quarto escritor africano a receber tal honra.
Estudou na sua cidade natal e completou dois bacharelatos, um em língua inglesa e outro em matemática. Passou os anos de 1962 a 1965 na Inglaterra, trabalhando como programador de computadores. Em 1968, beneficiando de uma bolsa de estudos, fez o seu doutoramento em “Linguística das línguas germânicas” na Universidade do Texas, em Austin. Entre 1968 e 1971, exerceu a profissão de professor de inglês na Universidade do Estado de Nova Iorque, mas depois de lhe ter sido negado o direito de residência permanente nos EUA, regressou à África do Sul, onde ensinou na Universidade da Cidade do Cabo, até 2000. Em 2002, emigrou para a Austrália onde leccionou na Universidade de Adelaide. Actualmente é docente na Universidade de Chicago nos Estados Unidos.
A sua carreira literária começou em 1969, mas o seu primeiro livro, Dusklands, só foi publicado em 1974, na África do Sul. Coetzee recebeu vários prémios antes do Nobel e foi o primeiro escritor a receber o Booker Prize por duas vezes (1983 e 1999).

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

EFEMÉRIDESebastião Ribeiro Salgado, fotógrafo brasileiro conhecido e admirado em todo o Mundo, nasceu em Aimorés, estado de Minas Gerais, em 8 de Fevereiro de 1944.
Sebastião Salgado é um dos mais respeitados repórteres fotográficos da actualidade. Publicou já cerca de dez livros e fez muitas exposições, tendo recebido vários prémios tanto na América como na Europa, entre os quais se salientam o Prémio Príncipe de Astúrias das Artes e o Prémio World Press Photo. É membro honorário da Academia Americana de Artes e Ciências, nos Estados Unidos.
Licenciou-se em economia, estudo que começou em São Paulo e continuou nos Estados Unidos e em Paris. Trabalha em fotografia há mais de trinta anos, sempre a preto e branco, tendo publicado o seu primeiro livro (Outras Américas) em 1986.
Na introdução ao livro Êxodos, Sebastião Salgado escreveu: "Mais do que nunca, sinto que a raça humana é somente uma. Há diferenças de cores, línguas, culturas e oportunidades, mas os sentimentos e reacções são semelhantes. As pessoas fogem das guerras para escapar à morte, emigram para melhorar a sua sorte, constroem novas vidas em terras estrangeiras e adaptam-se a situações extremas…".
Ao longo dos anos, tem colaborado generosamente com organizações humanitárias, tais como a UNICEF, a ACNUR, a OMS, os Médicos sem Fronteiras e a Amnistia Internacional. Sebastião Salgado vive em Paris, com a sua família, tendo trabalhado para algumas das principais agencias fotográficas mundiais: Sygma (1974-1975), Gamma (1975-1979) e Magnum (1979-1994).
Curiosamente, porque até poderá ser considerado como um elogio, alguns jornalistas (entre os quais os do New York Times) e a escritora Susan Sontag criticaram-no por tornar belas algumas situações dramáticas…

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

EFEMÉRIDE - Sinclair Lewis, romancista e dramaturgo americano, nasceu em Sauk Centre, no Minnesota, em 7 de Fevereiro de 1885, tendo morrido em Roma, no dia 10 de Janeiro de 1951.
Fez os seus estudos na Universidade Yale, na Costa Leste dos Estados Unidos, tendo-se licenciado em 1908. Viajou depois pelo país, durante sete anos, escrevendo poemas e novelas e trabalhando para algumas Editoras.
Em 1926, venceu o Prémio Pulitzer, que recusou. Em 1930, foi galardoado com o Prémio Nobel da Literatura, sendo o primeiro americano a ser honrado com tal distinção.
Os seus livros constituem uma sátira da burguesia e das respectivas preocupações mercantis e religiosas.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

REFERENDO DO DIA 11 DE FEVEREIRO

A campanha de “esclarecimento” do Não tudo tem feito para aumentar a confusão e, no entanto, a pergunta que, relembra-se, foi aprovada pela Assembleia da República, pelo Tribunal Constitucional e pelo Presidente da República, é tão só: dizer se Sim ou Não estamos de acordo com a “despenalização da mulher em caso de interrupção voluntária da gravidez, até às dez semanas e se efectuada num estabelecimento de saúde autorizado”.
Mas logo apareceu o Não a pôr em questão a própria pergunta, dizendo que isto seria o mesmo que liberalizar o aborto. E é falso!
Senão vejamos:
a) Só por opção da mulher: entende-se que não pode ser outra pessoa a impor-lhe o acto nem a induzi-la nessa solução;
b) Só até às dez semanas, porque parece estar provado que não há nenhum embrião ou feto que às dez semanas já tenha cérebro e, como se sabe, qualquer ser humano, que já não tenha actividade cerebral, pode desde logo ser objecto de colheita de órgãos para transplante, inclusive do coração;
c) Só num estabelecimento autorizado, justamente para impedir o aborto clandestino e a ausência de aconselhamento.

Porque sabe que não tem razão, a campanha do Não:
1 – Acena com uma hipotética nova lei, fingindo ignorar que é entendimento da actual maioria (e da que a antecedeu) que qualquer alteração à lei só pode ser feita após novo referendo. Por alguma razão se esteve à espera durante oito anos pelo que agora se vai realizar;
2 – Exibe sem respeito fotos e bonequinhos de embriões e fetos, fala em exterminação, em câmaras de gás, em matança de inocentes, em coraçõesinhos que já batem, compara o aborto à utilização banalizada do telemóvel, etc., etc;
3 – Afirma que as mulheres ao abortarem tomam uma decisão difícil que as vai afectar para o resto da vida, para logo a seguir dizer que, em caso de despenalização, o irão fazer sem sequer pensar, passando-lhes um atestado de menoridade e irresponsabilidade;
4 – Aponta as despesas decorrentes do aborto que irão ser pagas pelos nossos impostos, ignorando que as sequelas do aborto clandestino já o são e não são tão poucas como isso;
5 - Diz que o número de abortos vai aumentar como tem acontecido noutros países, esquecendo (?) que esse aumento é devido sobretudo à diminuição dos abortos clandestinos e aos abortos que passam a ser feitos em território nacional;
6 – Chegou a dizer, questionando a lei actual, que mesmo em caso de violação a gravidez devia ser levada até ao fim, dando depois a criança para adopção, transformando assim as mulheres em simples máquinas parideiras.

Pelo exposto se depreende que mesmo que o Não desdobre a pergunta em quatro, para lançar a confusão, a resposta deve ser sempre Sim: Sim à despenalização, Sim às dez semanas, Sim à opção da mulher, Sim ao estabelecimento legalmente autorizado.

Por trás de toda esta campanha de desinformação e confusão, sob a capa de esclarecimento, só pode haver alguma (muita) hipocrisia e porventura qualquer fundamentalismo religioso. Custa ver tantos cérebros brilhantes (?) a perderem a cabeça. Chegam a dizer que, se vencer o Sim, mergulharemos num país medieval. Se olharmos para o resto da Europa, só poderemos sorrir e pensar que o Não tem saudades da época em que estávamos “orgulhosamente sós”…
EFEMÉRIDE - José João Craveirinha, ensaísta e jornalista, considerado o maior poeta africano de língua portuguesa, faleceu no Maputo, Moçambique, em 6 de Fevereiro de 2003. Nascera na mesma cidade, em 28 de Maio de 1922. Foi também o primeiro autor africano a ser galardoado com o Prémio Camões, o mais importante prémio literário da língua portuguesa.
Nasceu num bairro pobre da então Lourenço Marques e subiu a vida a pulso, sendo um autodidacta, com apenas quatro anos de escolaridade. Lia muito, sobretudo clássicos portugueses e franceses, influenciado pelo pai, e tentava aprender em casa o que o irmão mais velho aprendia no liceu, visto que só um poderia estudar oficialmente, por razões económicas.
Esteve preso pela polícia política portuguesa entre 1965 e 1969, por fazer parte da Frelimo (Frente da Libertação de Moçambique). O seu primeiro livro (Chigubo), editado em Lisboa, fora apreendido, servindo mesmo de “prova” no processo que lhe foi instaurado.
Colaborou nos principais periódicos moçambicanos, tendo utilizado variadíssimos pseudónimos.
Após a independência, foi o primeiro Presidente da Mesa da Assembleia-geral da Associação dos Escritores de Moçambique (de 1982 a 1987).
Recebeu inúmeros prémios, salientando-se o Prémio Cidade de Lourenço Marques em 1959, o Prémio Reinaldo Ferreira e Prémio de Ensaio do Centro de Arte e Cultura da Beira em 1961, o Prémio Alexandre Dáskalos da Casa dos Estudantes do Império, Lisboa, em 1962, o Prémio Nacional de Poesia de Itália em 1975, o Prémio Lótus da Associação de Escritores Afro-Asiáticos em 1983 e o Prémio Camões em 1991. Recebera igualmente a Medalha de Mérito da Secretaria de Estado da Cultura de S. Paulo, Brasil, em 1987
Está traduzido em várias línguas e a sua obra tem sido objecto de variadíssimos estudos.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

EFEMÉRIDE - William Seward Burroughs, escritor americano, nasceu em Saint Louis, no Missouri, em 5 de Fevereiro de 1914. Morreu em Lawrence, no Kansas, em 2 de Agosto de 1997, vítima de complicações ligadas a uma crise cardíaca. Ficou conhecido, principalmente, pelos romances alucinados em que misturou, entre outras coisas, a droga e a homossexualidade. Pertence à chamada geração “Beat”.
Começou por estudar Medicina em Viena, experiência da qual guardou para sempre um gosto pronunciado pela cirurgia, pelas modificações do corpo, pela química do cérebro e pelas drogas. Licenciou-se em 1938, em Literatura Inglesa, na Universidade de Harvard na Inglaterra.
Começou a consumir heroína em 1944. Em 1946, casou-se tentando fundar uma família normal. Em 1951, em viagem pelo México, matou acidentalmente a esposa com uma bala na cabeça, ao tentar reproduzir (embriagado) a proeza de Guilherme Tell, que acertou com uma flecha numa maça colocada em cima da cabeça do filho. Escapou à prisão, deixando o México e passando a viver como um errante.
Em 1956, começou uma cura de desintoxicação, com a ajuda de um médico londrino. Foi depois para Paris, onde acumulou milhares de fragmentos de páginas manuscritas, que lhe serviriam para publicar vários livres. Um deles, “O Festim Nu”, foi proibido em vários estados americanos, por obscenidade. Só dez anos mais tarde essa proibição foi levantada no estado de Massachusetts, o que abriu as portas a outras obras de género, em particular de Henry Miller (O Trópico de Câncer), de James Joyce (Ulisses) e de D. H. Lawrence (O Amante de Lady Chatterley).
Apesar de tudo, Burroughs é considerado um dos escritores mais influentes do século XX. Era um homem brilhante e fulgurante, mas ao mesmo tempo caótico e auto-destruidor. Quem o conheceu bem, descrevia-o como inteligente e calmo, interessado pela ficção científica, por gatos e por armas de fogo. Muitas das suas obras foram transpostas para o cinema, tendo colaborado em vários filmes, como actor e narrador. Foram também feitos alguns documentários sobre a sua vida.

domingo, 4 de fevereiro de 2007

EFEMÉRIDE - Hilda Hilst, poetisa, escritora e dramaturga brasileira, morreu em Campinas, no dia 4 de Fevereiro de 2004. Nascera em Jaú, interior do Estado de São Paulo, em 21 de Abril de 1930.
Formou-se em Direito em 1952, na Universidade de São Paulo e, em 1950/1951, escreveu os seus primeiros livros.
Até 1963 levou uma vida boémia, escandalizando a sociedade paulista. De rara beleza, “despedaçou” vários corações. Vinícius não foi excepção. Em 1957, viajou pela Europa durante sete meses. Depois, namorou com o actor americano Dean Martin e, fazendo-se passar por jornalista, assediou sem sucesso Marlon Brando, outro actor de Hollywood.
Em 1966, mudou-se para a Casa do Sol, uma chácara próxima de Campinas, onde hospedou diversos escritores e artistas por vários anos. Mais tarde dedicou-se inteiramente à literatura, numa carreira que durou cerca de meio século. Entretanto, morrera o seu pai que, durante toda a vida, tinha padecido de doença mental, que o levava a longos internamentos.
Hilda fez programas de rádio, em que dizia interpretar vozes de pessoas já desaparecidas, afirmou que discos voadores tinham aterrado na sua fazenda e, em 1990, anunciou o “adeus à literatura séria”, enveredando por obras pornográficas. Justificou-se dizendo que necessitava de vender mais livros e conquistar assim o reconhecimento do grande público.
Em 1995 já sofria de isquemia cerebral e o Centro de Documentação Alexandre Eulálio, da UNICAMP, adquiriu todo o seu arquivo pessoal. Em 1997, textos seus foram lidos no Canadá, no Dia Internacional da Mulher. Peças de Teatro de sua autoria foram representadas em todo o Brasil. Continuou a escrever, voltando a dedicar-se a questões sobrenaturais.
Foi agraciada com muitos prémios, entre os quais se destacam: Prémio Pen Clube de São Paulo (1962), Prémio Anchieta (1969), Prémio Associação Paulista de Críticos de Arte (1977), Grande Prémio da Crítica (1981), Prémios Jabuti (1984 e 1993), Prémio Cassiano Ricardo (1984) e Prémio Moinho Santista (2002). Parte da sua obra foi traduzida para francês, italiano, alemão e inglês. Muitos dos seus livros estão esgotados, esperando reedições.

sábado, 3 de fevereiro de 2007

EFEMÉRIDE - Johannes Gensfleisch “Gutenberg”, inventor alemão que se tornou famoso pela sua contribuição para a tecnologia da impressão e tipografia, morreu em 3 de Fevereiro de 1468. Nascera em Mogúncia, na Alemanha, cerca da década de 1390, não se conhecendo exactamente a data.
O jovem Johannes, que tinha grande gosto pela leitura, lia todos os livros que os pais possuíam. Os livros eram então escritos à mão, com uma preparação longa e muito cara. Isto o deve ter levado a reflectir sobre o assunto.
Gutenberg foi o inventor dos tipos móveis, fabricados com uma liga fundida de estanho, bismuto e antimónio, mais duradouros e resistentes do que os fabricados em madeira, e portanto reutilizáveis, conferindo uma enorme versatilidade ao processo de elaboração de livros e outros trabalhos impressos, permitindo assim a sua massificação.
A “imprensa” de Gutenberg era uma adaptação das prensas utilizadas para espremer uvas, no fabrico do vinho.
Depois da invenção dos “tipos” e da adaptação da prensa vinícola, Gutenberg foi fazendo experiências até conseguir um aparelho funcional. Ao mesmo tempo experimentava papéis e tintas, que teriam de se comportar de tal modo que as tintas fossem absorvidas pelo papel, sem escorrer. A secagem devia ser rápida e a impressão permanente. O primeiro livro impresso por Gutenberg foi a Bíblia, processo que iniciou em 23 de Fevereiro de 1455 e concluiu cinco anos depois. Teriam sido impressos entre 150 e 180 exemplares, dos quais 48 chegaram aos nossos dias.
Morreu arruinado em virtude de um processo judiciário, que perdeu e lhe fora movido pelos fabricantes de prensas para uvas. No entanto, nada já poderia impedir o passo de gigante que, graças a Gutenberg, a Humanidade tinha dado rumo ao futuro.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

"Simplex" - Impresso para IRS de 2007...
EFEMÉRIDE - Eugene Curran Kelly, actor, dançarino, director, produtor e coreógrafo americano, morreu em Beverly Hills, Los Angeles, em 2 de Fevereiro de 1996. Nascera em Pittsburgo, na Pensilvânia, em 23 de Agosto de 1912.
Iniciou bastante novo a sua carreira, incentivado pela mãe, tendo pisado um palco pela primeira vez aos 8 anos, num espectáculo de amadores. No início, ele teria preferido uma carreira desportiva, mas o destino não o quis. Praticou, no entanto, inúmeros desportos, o que o ajudou a atingir um estilo atlético de dançar, cheio de energia. O seu olhar e o modo cativante que apresentava no cinema, contribuíram igualmente para a sua grande popularidade.
Estreou-se na Broadway em 1938. Mais tarde, já em Hollywood, contracenou com Judy Garland, Rita Hayworth e Frank Sinatra. Ao lado de Fred Astaire, Kelly foi um dos expoentes máximos dos Musicais, estilo preferido então por Hollywood. Foi actor, director, produtor e coreógrafo em várias peças, filmes e também na televisão.
Os seus filmes mais conhecidos, considerados como clássicos do género, foram Um Americano em Paris (1951) e Cantando à Chuva (1952), do qual foi igualmente director.
Foi nomeado para o Óscar de Melhor Actor em 1945 e recebeu um Óscar de Honra em 1951, em “reconhecimento da sua carreira de actor, realizador e dançarino e pela sua contribuição excepcional para a arte da coreografia no cinema”. A sua carreira começou a declinar no fim dos anos “50”. Ainda viveria cerca de quarenta anos, já sem grande notoriedade.
in"Público" de 1 de Fevereiro 2007
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quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

EFEMÉRIDED. Carlos I, de seu nome completo Carlos Fernando Luís Maria Victor Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis José Simão de Bragança, foi assassinado em Lisboa, no dia 1 de Fevereiro de 1908. Nascera, também em Lisboa, em 28 de Setembro de 1863. Subira ao trono em 1889 e foi o penúltimo Rei de Portugal, cognominado “O Diplomata”, em virtude das muitas visitas de Estado que fez a Madrid, Paris e Londres, retribuídas com visitas a Lisboa dos Reis de Espanha e Inglaterra, do Kaiser da Alemanha e do Presidente de França. Era um apaixonado pela Oceanografia, tendo o seu nome imortalizado num museu do Mónaco.
A sua aclamação como Rei de Portugal, por morte do pai, teve a presença de D. Pedro II, Imperador do Brasil. O seu reinado foi caracterizado por recorrentes crises políticas e a consequente insatisfação popular. Logo no início, viu-se confrontado com o Ultimato britânico de 1890, que intimava Portugal a desocupar os territórios africanos compreendidos entre Angola e Moçambique, num curto espaço de tempo. Caso contrário, seria declarada guerra entre os dois países. Os republicanos aproveitaram a ocasião para responsabilizar a coroa pelos desaires no Ultramar, mas D. Carlos soube inverter a situação e, graças ao seu talento diplomático, conseguiu colocar Portugal no centro da diplomacia europeia da primeira década do século XX. O movimento republicano continuava, no entanto, a ganhar adeptos em todo o país.
Ao regressar de uma estada em Vila Viçosa, D. Carlos e a sua comitiva viajaram de comboio até ao Barreiro e apanharam um barco para o Terreiro do Paço, onde eram esperados por vários dignitários da corte. Após os cumprimentos, a família real subiu para uma carruagem aberta em direcção ao Palácio das Necessidades. Mal começara a rodar, foi atingida por disparos vindos da multidão, que se juntara para saudar o Rei.
D. Carlos morreu imediatamente. Os autores do atentado, Alfredo Costa e Manuel Buíça, foram abatidos no local por membros da guarda real. Exames balísticos posteriores terão indicado que havia mais atiradores envolvidos no atentado. A Monarquia só duraria até 1910.
D. Carlos foi também um pintor de talento, com preferência por aguarelas de pássaros. Da sua amizade com D. Alberto, Príncipe do Mónaco, nasceu o Aquário Vasco da Gama, que pretendia desempenhar em Portugal um papel semelhante ao Museu Oceanográfico do Mónaco.

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