sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

MULHER – I

O mal traiçoeiro
Que te veio atacar,
Num sonho passageiro
Se vai transformar.

És lutadora,
Não serás derrotada,
Serás vencedora,
Perdida... mas reencontrada.

Alguém te achou
E muito te quer,
Alguém sonhou
Contigo... Mulher!


MULHER - II

É centro do Universo
Amiga, esposa e mãe
Não cabem num só verso
Os encantos que ela tem

Pode ser lago ou vulcão
A mentira ou a verdade
Amor, ódio, paixão
Bonança ou tempestade

Ao Adão, esse coitado,
Deu-lhe a comer a maçã...
...Mas não fora esse pecado
Como haveria “Amanhã”?

Fraqueza e fragilidade
São coisas que ela não tem...
- Se as tivesse de verdade
Como podia ser Mãe?


Gabriel de Sousa
EFEMÉRIDE Gioacchino Antonio Rossini, célebre compositor italiano, nasceu em Pesaro, no dia 29 de Fevereiro de 1792. Morreu em Passy, França, em 13 de Novembro de 1868. Foi sepultado em Paris mas, em 1887, os seus restos mortais foram trasladados para Florença, onde repousam na Basílica de Santa Cruz.
António Rossini começou cedo os seus estudos musicais e, aos 14 anos, foi estudar violoncelo no “Liceo Musicale” de Bolonha. Escreveu nessa época a sua primeira ópera “Demetrio e Polibio”, que só seria representada em 1812.
Antes, em 1810, aos dezoito anos, viu uma sua ópera (La Cambiale di Matrimónio) ser representada em Veneza. O período mais produtivo da sua vida situou-se entre 1815 e 1823, em que fez cerca de 20 óperas.
Ao todo escreveu 39 óperas de todos os géneros (farsas, comédias, tragédias e “óperas sérias”), música sacra e música de câmara. As suas obras mais conhecidas são as óperas “O Barbeiro de Sevilha”, “Guilherme Tell”, “La Cenerentola” e “A Italiana de Alger”.
Com a Revolução de 1830, Rossini perdeu a protecção do rei Carlos X de França, país onde então vivia. Retirou-se, numa reforma muito antecipada, mas que iria durar até à sua morte. Ainda produziu algumas obras, apenas por prazer e para deleite dos seus amigos.
Voltou a Bolonha mas não por muito tempo, pois tinha horror a movimentações populares e a Itália vivia então um período revolucionário. Mudou-se para Florença e, no ano seguinte, fixou-se definitivamente em Paris, onde morreu. Deixou todos os bens à sua terra natal (Pesaro), onde existe hoje um Conservatório com o seu nome.
Desde 1970 até hoje, tem havido uma reavaliação de todas as obras de Rossini, o que provocou um verdadeiro “renascimento” do compositor. Muitas das suas óperas fazem agora parte do reportório da maioria dos teatros líricos do Mundo.

Nunca esqueça o seu telemóvel na mesinha de cabeceira...

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

EFEMÉRIDE António José Parreira do Livramento, jogador de hóquei em patins português, considerado o melhor jogador do Mundo de todos os tempos, nasceu em São Mansos, Évora, em 28 de Fevereiro de 1943. Morreu em Lisboa no dia 7 de Junho de 1999.
Jogou 209 vezes pela Selecção Nacional Portuguesa, marcou 425 golos, foi três vezes Campeão do Mundo e sete vezes Campeão da Europa. Como seleccionador e treinador, conquistou dois Campeonatos do Mundo e três da Europa.
Em 1959, portanto com dezasseis anos, foi chamado pela primeira fez à Selecção Nacional de Juniores. Na estreia, contra a Bélgica, no Campeonato da Europa, marcou três golos na vitória por 5-1. Seria considerado o “Melhor jogador do torneio” e recebeu o troféu do “Melhor marcador”.
Um momento inesquecível na sua carreira ocorreu no Mundial de 1962, realizado no Chile. No jogo contra a Argentina, apanhou a bola atrás da baliza portuguesa, fintou toda a equipa adversária e marcou um golo que pôs o público chileno em delírio. Emocionado, Livramento pediu para sair e ser substituído.
Jogou pelo Sport Lisboa e Benfica, de 1959 a 1974, com excepção do ano de 1971, em que não representou nenhum clube; pelo Banco Pinto & Sotto Mayor, banco onde era funcionário, de 1975 a 1976, e pelo Sporting Clube de Portugal, de 1977 a 1980, salvo em 1978 em que jogou pelo Amatori Lodi de itália. Além de vários campeonatos e troféus, ganhou igualmente, com a equipa do Sporting, uma Taça dos Campeões Europeus. Jogou nos “veteranos” do Sporting, de 1981 a 1983.
Depois de acabar a sua carreira de jogador, enveredou ainda pela de treinador, no Sporting Clube de Portugal, no Hóquei Clube de Turquel, no Futebol Clube do Porto e no A.S. Bassano Hockey de Itália. Com rigor, com disciplina e com a capacidade que tinha para motivar os jogadores, implantou nas suas equipas um jogo agressivo “à italiana”, aliado a um tecnicismo bem português, o que fazia das suas equipas, adversários quase intransponíveis.
Tinha um único vício: fumava. Nos estágios da Selecção, pedia para dormir no mesmo quarto do massagista, para ter a certeza de não haver tentações. Num certo dia de Junho de 1999 perdeu o desafio derradeiro. Morreu repentinamente vítima de trombose.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

EFEMÉRIDE Armando Baptista-Bastos, escritor, jornalista e um dos maiores prosadores portugueses contemporâneos, nasceu em Lisboa, no dia 27 de Fevereiro de 1934.
Estudou na Escola de Artes Decorativas António Arroio e no Liceu Francês Charles Lepierre, iniciando a sua carreira como jornalista aos dezanove anos, no prestigiado jornal “O Século”. Em 1953 foi subchefe de redacção de “O Século Ilustrado”. Em 1959, com 25 anos, publicou o seu primeiro livro “O Cinema na Polémica do Tempo”.
Escreveu, entre outros, nos seguintes jornais: República, O Diário, Seara Nova, “Gazeta Musical e de Todas as Artes” e Sábado. Foi redactor da Agência France Press em Lisboa. Trabalhou para o Diário Popular durante mais de vinte anos, onde fez reportagens, entrevistas e crónicas.
Foi cronista do Jornal de Notícias e de A Bola, e crítico no “Jornal de Letras, Artes e Ideias”, no Expresso e no Jornal do Fundão.
A convite do jornal “Público” fez uma série de 16 entrevistas subordinada ao tema “Onde estava no 25 de Abril de 1974?”, que ficaram célebres e foram gravadas em CD. Colaborou em vários programas de rádio e, ainda hoje, publica crónicas na Imprensa.
Foi considerado “O Melhor Jornalista do Ano” em 1980 e 1983. Ganhou vários prémios literários, entre os quais se podem destacar: “Prémio Gazeta” em 1985, atribuído pelo Clube de Jornalistas; “Prémio Literário Município de Lisboa” (Prosa de Ficção) em 1987; “Prémio Pen Clube”, também em 1987; “Prémio da Crítica” (ex-aequo com o poeta João Rui de Sousa) em 2002 e “Prémio Gazeta de Mérito”, atribuído por unanimidade pelo Clube de Jornalistas em 2004.
Em 1996 apresentou no canal SIC um programa televisivo de sua autoria intitulado “Conversas Secretas”. Como curiosidade, diga-se que trabalhou na Rádio Televisão Portuguesa no período da ditadura, usando o pseudónimo “Manuel Trindade”. Foi porém despedido, acusado de ser um «adversário do regime».

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

EFEMÉRIDEBuffalo Bill, de seu verdadeiro nome William Frederic Cody, aventureiro americano, figura mítica da Conquista do Oeste, nasceu em North Plate, Scott County, no Iowa, em 26 de Fevereiro de 1846. Morreu em Denver, no Colorado, em 10 de Janeiro de 1917.
O nome porque ficou conhecido deve-se ao facto dele fornecer carne de búfalo aos empregados dos caminhos-de-ferro “Kansas Pacific” e também por ter ganho um duelo contra Bill Comstock, matando 69 búfalos contra 48 num só dia.
Além de caçador de búfalos, teve muitos outros empregos, tais como batedor da cavalaria americana, mensageiro da Pony Express, gerente de hotel, ferroviário, condutor de diligências, etc.
Buffalo Bill, além de se ter tornado numa lenda do seu país, notabilizou-se igualmente pelos espectáculos sobre o Oeste Selvagem, que organizou entre 1882 e 1912. Os shows incluíam uma parada de cavaleiros, a participação de índios americanos e a actuação de famosos atiradores. Neles participavam também, com roupas típicas, cavaleiros turcos, gaúchos, árabes, mongóis e cossacos. Percorreram toda a América do Norte e a Europa. Em 1905 conheceram grande sucesso em Paris, desfilando durante o Carnaval e dando vários espectáculos junto da Torre Eiffel, que atraíram três milhões de pessoas.
Começara o grande mito do Far West que nunca mais acabaria e que o cinema contribuiu para desenvolver. Buffalo Bill recebeu a Medalha de Honra Americana em 1872 pelos serviços prestados ao Exército. A sua vida foi retratada num filme realizado em 1944.
Desde 1992, um espectáculo equestre permanente é dado em sua honra na “Euro Disney” em Paris.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

"O strip mais rápido do Mundo!"

EFEMÉRIDE António Rosa Damásio, médico português, escritor e professor de neurologia, neurociências e psicologia, nasceu em Lisboa, no dia 25 de Fevereiro de 1944. Licenciou-se em Medicina na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, onde também se doutorou.
Depois de uma estadia no Centro de Investigação da Aphasia de Bóston, nos Estados Unidos, voltou ao Departamento de Neurologia do Hospital Universitário de Lisboa, sendo depois, durante 18 anos, Director do Departamento de Neurologia da Universidade de Iowa.
Desde 2005, é Director do “Instituto para o Estudo Neurológico da Emoção e da Criatividade” da Universidade da Califórnia do Sul. É ainda professor do Instituto Salk de La Jolla, na Califórnia.
Tornou-se mundialmente famoso ao publicar, em 1995, o seu primeiro livro: “O Erro de Descartes”. Outra obra reconhecida mundialmente, como referência na sua área científica, é “O Sentimento de Si”, que foi eleito um dos dez livros do ano pelo New York Times. Tem recebido muitos prémios, entre os quais o Prémio Pessoa e o Prémio Príncipe das Astúrias de Investigação Científica e Técnica.
Tem investigado as áreas cerebrais responsáveis pela tomada de decisões e conduta, tendo observado o comportamento de centenas de doentes com lesões no córtex pré-frontal, permitindo concluir que, embora a capacidade intelectual se mantivesse intacta, esses doentes apresentavam mudanças constantes de comportamento e incapacidade de estabelecer e respeitar regras sociais. Os seus trabalhos têm sido decisivos para o conhecimento das bases cerebrais da linguagem e da memória.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

EFEMÉRIDEIrène Némirovsky, escritora ucraniana de língua francesa, nasceu em Kiev, Ucrânia, em 24 de Fevereiro de 1903. Morreu em Auschwitz, no dia 17 de Agosto de 1942.
Filha de um rico banqueiro judeu, foi educada por uma governanta francesa, que fez praticamente do francês a sua língua materna.
Em 1913 a família obteve autorização para se instalar em São Petersburgo. Cinco anos depois, porém, mudaram-se para a Finlândia, para fugir da Revolução Russa. Em 1919, fixaram-se em França, depois de uma curta estadia em Estocolmo.
Irène passou o bacharelato em 1919 e começou a dedicar-se à literatura desde a idade de dezoito anos colaborando no semanário “Fantasio”. Em 1923, escreveu a sua primeira novela, que só seria publicada em 1927. Retomou os estudos e licenciou-se em Letras na Sorbonne.
Em 1926, publicou o seu primeiro romance “O Mal-entendido”. No mesmo ano casou-se com o engenheiro russo Michel Epstein, de quem viria a ter duas filhas.
Tornou-se célebre em 1929 ao publicar o segundo romance “David Golder”, que foi adaptado ao teatro e ao cinema no ano seguinte. Cada romance dela foi um êxito e “Le Bal” foi igualmente adaptado ao cinema.
Em virtude das leis anti-semitas promulgadas em 1940 pelo governo colaboracionista de Vichy, foi recusada a autorização de trabalho a Michel Epstein e Irene foi proibida de publicar mais livros.
Némirovsky continuou a escrever e, sendo judia, teve de ostentar a “estrela amarela”, continuando a ser-lhe negada qualquer publicação. Em 13 de Julho de 1942 foi presa. Dias mais tarde foi deportada para o campo de concentração de Auschwitz, onde morreu no mês seguinte, vítima de tifo. Michel Epstein tentara tudo para a libertar, mas ele próprio acabaria por ser preso e morto numa câmara de gás, em Novembro de 1942.
As duas filhas ficaram sob a tutela dos editores da escritora (Albin Michel e Robert Esmenard) até à maioridade. Conseguiram salvaguardar os manuscritos inéditos de sua mãe e um destes romances recebeu mesmo o Prémio Renaudot a título póstumo, única excepção à regra de apenas serem recompensados com aquele prémio escritores ainda vivos.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

EFEMÉRIDEStefan Zweig, escritor austríaco de origem judaica, morreu em Petrópolis, no Brasil, em 23 de Fevereiro de 1942. Nascera em Viena, no dia 28 de Novembro de 1881.
Estudou Filosofia e História da Literatura na sua cidade natal, cedo se associando ao movimento vanguardista “Jovem Viena”. Antes da Primeira Guerra Mundial percorreu a Europa, a Índia e os Estados Unidos.
Foi amigo de Sigmund Freud, a quem lia cada uma das suas novelas, antes de as publicar. Redigiu o elogio fúnebre quando da sua morte.
Dedicou-se a quase todas os géneros literários: foi jornalista, poeta, autor de libretos de ópera, ensaísta, dramaturgo, novelista, contista, romancista, historiador e biógrafo. Traduziu também, para alemão, várias obras sobretudo de autores franceses.
Entre os seus muitos romances, salienta-se “Amok” e “Vinte quatro horas na vida de uma mulher”. Venceu o Prémio de Poesia Bauernfeld, uma das maiores distinções literárias austríacas. No livro “Brasil, país do futuro”, fez o retrato do Brasil com a sua interpretação do espírito brasileiro.
Suicidou-se no Brasil, onde residia após sucessivos exílios, fugindo às perseguições aos judeus. Em Munique e noutras cidades, os nazis organizaram mesmo autos-de-fé, em que queimaram as obras de Stefan Zweig.
Em 22 de Fevereiro, véspera da sua morte, redigiu a seguinte mensagem de adeus: «Antes de deixar a vida, de minha própria vontade e com lucidez, sinto a necessidade de cumprir um último dever: endereçar os meus profundos agradecimentos ao Brasil, este maravilhoso país que conseguiu dar-me, tanto a mim como ao meu trabalho, uma calma tão amiga e hospitaleira. Dia a dia aprendi a amá-lo cada vez mais e em nenhum outro local teria preferido edificar uma nova existência, agora que o mundo da minha língua desapareceu para mim e que a minha pátria espiritual, a Europa, se destruiu a si mesma. Saúdo todos os meus amigos. Que eles possam ver ainda a aurora, depois da longa noite! Eu sou demasiado impaciente e prefiro partir já. Stefan Zweig, Petrópolis, 22 de Fevereiro de 1942».
No dia seguinte, ingeriu uma dose exagerada de medicamentos, num suicídio sem brutalidade que correspondia perfeitamente à sua maneira de ser. Sua mulher não o quis deixar partir sozinho e suicidou-se igualmente.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

EFEMÉRIDEAntonio Cipriano José María Machado Ruiz, conhecido simplesmente como Antonio Machado, poeta espanhol, morreu em Collioure, França, em 22 de Fevereiro de 1939. Nascera em Sevilha, no dia 26 de Julho de 1875. É uma das principais figuras do movimento literário espanhol conhecido como “Geração de 98”.
Descobriu cedo, com apenas onze anos, a sua paixão pela Literatura. Em 1899, foi para Paris juntamente com o irmão, que ali obtivera um emprego de tradutor numa editora. Conheceu vários escritores, entre os quais Paul Verlaine e Oscar Wilde. Estes encontros cimentaram nele a decisão de se tornar poeta.
Publicou os seus primeiros poemas em 1901 no jornal literário Electra e o primeiro livro de poesia “Soledades. Galerías. Otros Poemas” dois anos mais tarde.
Em 1907 obteve o lugar de professor de Francês em Soria, onde conheceu Leonor, sua futura mulher. Casaram-se, tinha ele 34 anos e ela apenas quinze. Em 1911 voltaram a Paris mas Leonor, atingida pela tuberculose, teve de regressar a Espanha onde morreu no ano seguinte. Bastante desgostoso, Machado nunca mais voltou a Soria, fixando-se na Andaluzia, onde ficou até 1919.
Entre 1919 e 1931 foi professor de Francês em Segóvia, mais perto de Madrid, colaborando também com o seu irmão em numerosas peças de teatro com sucesso.
Quando começou a Guerra Civil Espanhola, em 1936, António Machado encontrava-se em Madrid e pôs-se à disposição dos Republicanos. Foi evacuado para Valência e depois para Barcelona em 1938. Quando da vitória franquista em 1939, fugiu para França, chegando completamente esgotado a Collioure, a poucos quilómetros da fronteira. Morreu em 22 de Fevereiro, sendo sepultado em solo francês.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

EFEMÉRIDE Mikhail Aleksandrovich Cholokhov, escritor russo, morreu em Vechenskaïa, no dia 21 de Fevereiro de 1984. Nascera em Kroujlinine, em 24 de Maio de 1905. Em 1918 teve de interromper os seus estudos em virtude da Guerra Civil, tendo-se alistado no Exército Vermelho.
Em 1922, com a situação mais calma, mudou-se para Moscovo onde exerceu diversos ofícios. Frequentou igualmente “ateliers de formação de escritores” e publicou as suas primeiras novelas em diversos jornais e revistas. Fez parte de alguns círculos literários.
Casou-se em 1924, passando a consagrar-se a tempo inteiro à literatura. Publicou o primeiro livro no ano seguinte - uma recolha de várias novelas.
Em 1928, publicou o primeiro volume daquela que viria a ser a sua maior obra “Tikhiy Don”, um romance em forma de epopeia, onde descreveu episódios da Primeira Guerra Mundial e da Guerra Civil. O quarto e último volume foi publicado em 1940. Elogiado pela crítica oficial, o romance foi traduzido em numerosas línguas, sendo apresentado como a primeira grande obra da nova literatura soviética.
Os seus detractores, entre os quais o escritor Soljenitsyne, chegaram a pôr em dúvida que o livro fosse de sua autoria ou que então se trataria de um plágio. Tudo isto se inscrevia, porém, no clima de “guerra-fria” em que, mesmo no interior da União Soviética, se degladiavam os “escritores do regime” e os “dissidentes”, entre os quais se contava precisamente o aludido Soljenitsyne. Mais tarde, a descoberta dos seus manuscritos pôs termo à calúnia e à polémica.
Foi membro do Partido Comunista da URSS desde 1932, fez parte do seu Comité Central, pertenceu à Academia das Ciências, foi Presidente da União dos Escritores Soviéticos e venceu numerosos prémios literários. Foi várias vezes ao estrangeiro, entre as quais uma - em 1959 - acompanhando Khrouchtchev numa visita oficial à Europa e aos Estados Unidos. Foi laureado com o Prémio Nobel de Literatura em 1965.
Progressivamente, começou a escrever menos e obras de menor importância, morrendo quase esquecido, o que não invalida o facto de “Tikhiy Don”, continuar a ser considerada uma das obras-primas da Literatura Russa do século XX.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

EFEMÉRIDEGeorges Bernanos, escritor e jornalista francês, nasceu em Paris, no dia 20 de Fevereiro de 1888, tendo morrido em Neuilly-sur-Seine, em 5 de Julho de 1948.
Foi soldado de cavalaria na Primeira Guerra Mundial, onde foi ferido várias vezes durante as diferentes batalhas em que participou.
Nos anos 1920 começou a trabalhar numa companhia de seguros, mas o sucesso do primeiro livro (Sous le soleil de Satan), escrito em 1926, incitou-a a seguir a carreira literária. Foi repórter na Guerra Civil Espanhola, tomando partido primeiro por Franco e mais tarde pelos Republicanos, entrando em ruptura definitiva com a extrema-direita, tanto espanhola como francesa.
Em 1936, “Le Journal d'un curé de campagne” ganhou o Grande Prémio de Romance da Academia Francesa, sendo em 1950 adaptado ao cinema.
Instalou-se no Brasil quando tinha cinquenta anos, acompanhado da esposa e dos seus seis filhos. Morou em Itaipava, Juiz de Fora, Vassouras e Pirapora, onde escreveu “Crianças Humilhadas” e tentou a criação de gado.
Durante a Segunda Guerra Mundial permaneceu no Brasil, apoiando a Resistência Francesa com vários artigos publicados na imprensa. Ali escreveu “Carta aos Ingleses”, “Le Chemin de la Croix-des-Ames” e “A França contra os Robots”, este último só sendo publicado depois da sua morte.
Regressou a França em 1946, a convite do General De Gaulle, que o queria colocar no Governo ou na Academia. Doente, preferiu fixar-se na Tunísia, só regressando ao país natal para morrer. Bernanos, ao longo da sua vida, teria mudado de residência mais de trinta vezes.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Ilusionismo 5 Estrelas...

EFEMÉRIDE Georgios N. Papanicolaou, médico grego, faleceu em 19 de Fevereiro de 1962. Nascera em Kimi, na ilha de Eubéia, em 13 de Maio de 1883.
Estudou na Universidade de Atenas, onde se licenciou em 1904. Seis anos mais tarde doutorou-se em Munique e, em 1913, emigrou para os Estados Unidos, para trabalhar nos Departamentos de Patologia do Hospital de Nova Iorque e da Escola de Medicina da Universidade de Cornell.
Foi pioneiro no estudo da Citologia e na detecção precoce de doenças cancerosas. Em 1928, criou um teste, chamado depois “Teste Papanicolaou”, exame que é hoje utilizado no mundo inteiro para detectar e prevenir as doenças cancerosas e citológicas no sistema reprodutor feminino.
Foi laureado com o Prémio Lasker em 1950, pelos trabalhos que desenvolveu ao longo da sua carreira.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Evite o stress no trabalho!!

LIVRO DE RECLAMAÇÕES NA INTERNET (PORTUGAL)

Quer reclamar? Já tem onde! Muito simples.
Se quer reclamar de um mau serviço, de uma empresa, de um produto, etc., já tem onde:
http://www.livroamarelo.net/
Por outro lado, se tem dúvidas sobre determinada empresa, pode fazer uma busca no próprio site.
Não deixe de divulgar o que está mal ou não foi cumprido por determinada empresa.
Assim está a ajudar os outros a não caírem na mesma asneira de contratar serviços ou comprar produtos que não prestam.
Quantas mais reclamações forem registadas, menos possibilidades são dadas aos maus prestadores de serviços e produtos.
Divulgue!

Uma relíquia - Roberto Carlos e Maria Bethânia

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Este vídeo vinha companhado do comentário "O Verdadeiro F.da P."...

EFEMÉRIDE Toni Morrison, de seu verdadeiro nome Chloe Anthony Wofford, escritora, professora e editora norte-americana, nasceu em Lorain, no Ohio, em 18 de Fevereiro de 1931.
Estudou Literatura na Universidade de Howard, doutorando-se na Universidade de Texas Southern, com uma tese sobre o suicídio de William Faulkner e Virginia Woolf.
Depois de um casamento com Howard Morrison, que duraria seis anos e do qual nasceram dois filhos, instalou-se em Siracusa e depois em Nova Iorque, onde trabalhou numa editora, no sector de autores negros. Editou as autobiografias de Mohammed Ali e de Angela Davis e a antologia “The Black Book” em 1973. Simultaneamente, ensinou Inglês na Universidade do Estado de Nova Iorque e, mais tarde, Literatura na Universidade de Princeton onde leccionou até 2006.
Foi galardoada com o Prémio Nobel de Literatura de 1993, pelos seus romances que descrevem a vida e a miséria dos negros, nos Estados Unidos, durante os séculos XIX e XX. O seu primeiro livro “O olho mais azul” foi publicado em 1970 e é um estudo sobre as raças, os géneros e a beleza. Chamou a atenção da crítica internacional, sete anos mais tarde, com “Canção de Salomão”, que ganhou o “National Critics Award”.
Em 1987, “Amada” foi o primeiro romance de uma trilogia que veio a incluir “Jazz” em 1992 e “Paraíso” em 1997. Ganhou o Prémio Pulitzer de 1988 e o jornal New York Times considerou-o «a melhor obra da ficção americana dos últimos 25 anos».
Em 2005 foi nomeada Doutora Honoris Causa pela Universidade de Oxford.
O romance “Amada” (Beloved) foi adaptado ao cinema em 1998, com interpretação de Oprah Winfrey. Desde 2002, escreve igualmente livros infantis, alguns em parceria com o seu filho Slade Morrison.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

EFEMÉRIDEShmuel Yosef Agnon (Shmuel Yosef Czaczkes), primeiro escritor de língua hebraica a ser galardoado com o Prémio Nobel da Literatura, faleceu em Jerusalém, no dia 17 de Fevereiro de 1970. Nascera em 17 de Julho de 1888, em Buczacz, então pertencente ao Império Austro-Húngaro, fazendo parte da Polónia entre as duas Grandes Guerras e sendo hoje uma região ucraniana.
Recebeu uma educação religiosa e, aos oito anos, aprendeu a ler em hebreu e em yidish. Emigrou para Israel em 1908.
Começou a escrever sob o pseudónimo de “Agnon”, adoptando-o a partir de 1924 como seu apelido oficial.
É das principais figuras da moderna ficção de Israel. Partidário do regime alimentar vegetariano falou sobre este tema em muitas das suas obras.
Ganhou por duas vezes o Prémio Bialik (1934 e 1950) e o Prémio Israel (1954 e 1958). Em 1966, ganhou o Prémio Nobel de Literatura, partilhando-o com a escritora alemã judia Nelly Sachs.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

EFEMÉRIDEGiosuè Alessandro Michele Carducci, poeta e primeiro italiano a vencer o Prémio Nobel de Literatura (1906), morreu em Bolonha, no dia 16 de Fevereiro de 1907. Nascera em Valdicastello, na Toscânia, em 27 de Julho de 1835.
Começou a escrever com a idade de treze anos. Foi figura central de um grupo de poetas, que pretendeu acabar com o “romantismo” e voltar à tradição clássica, tendência aliás patente em “Rime”, a sua primeira recolha de poemas, publicada em 1857. Neste mesmo ano, um seu irmão foi morto acidentalmente pelo pai, que se suicidou no ano seguinte. Estes acontecimentos fizeram Giosuè passar por um período psicologicamente bastante difícil.
Diplomou-se na Faculdade de Letras de Pisa, foi professor de Grego Antigo e Latim em 1859 e, no ano seguinte, ocupou a cátedra de Literatura Italiana na Universidade de Bolonha. Entretanto, evoluiu para posições menos radicais. O livro “Odes Bárbaras”, publicado em 1882, é considerado a sua obra-prima.
Vigiado pela polícia em virtude das suas ideias republicanas e franco-maçónicas, chegou a ser suspenso do Ensino e, durante três anos, teve de trabalhar numa Editora e dar lições particulares.
Em 1889, quando foi publicada a terceira edição de “Odes Bárbaras”, começou a preparar a publicação do conjunto de todas as suas obras, trabalho que acabou em 1899 e do qual resultaram vinte volumes.
Em 1904, abandonou o Ensino por motivos de saúde e, dois anos depois, bastante doente, já não se pôde deslocar a Estocolmo para receber o Prémio Nobel. Morreu no ano seguinte. Em sua homenagem, foi dado o nome de Carducci a uma cratera do planeta Mercúrio.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

EFEMÉRIDEFrancisco Franco de Sousa, escultor português, morreu em Lisboa no dia 15 de Fevereiro de 1955. Nascera no Funchal, Madeira, em 9 de Outubro de 1885. Estudou na Academia de Belas-Artes de Lisboa a partir de 1900 e em Paris desde 1909. Quando começou a I Guerra Mundial regressou à sua terra natal. Em 1919 voltou a Paris e foi depois para Roma como bolseiro do Estado.
Em 1928 construiu o monumento a João Gonçalves Zarco, no Funchal, inaugurado em 1930 e que é um ex-libris da ilha da Madeira. Projectou a estátua do Cristo Rei em Almada, em frente de Lisboa, que só foi concluída depois da sua morte.
Entre as suas principais obras, contam-se a Estátua de D. Leonor (1935) nas Caldas da Rainha, as Estátuas de D. Dinis e D. João III (1943 e 1948) para a Universidade de Coimbra, a Estátua do bispo D. Miguel (1950) em Lamego (1950) e a Estátua equestre de D. João IV (1940) em Vila Viçosa.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

EFEMÉRIDEPelham Grenville Wodehouse, escritor humorista britânico, morreu em Nova Iorque, no dia 14 de Fevereiro de 1975. Nascera em Guilford, no Surrey, em 15 de Outubro de 1881, tendo-se naturalizado americano em 1955.
Quando se preparava para entrar na Universidade, a desvalorização da rupia indiana, moeda em que era paga a pensão de seu pai, levou-o a ter de optar por um emprego. Foi trabalhar num banco e, ao mesmo tempo, começou a escrever novelas e artigos. Em 1903 tornou-se jornalista. Em 1909 instalou-se por uns tempos nos Estados Unidos, começando por ser crítico teatral e depois autor de peças teatrais e de comédias musicais.
Escreveu mais de noventa livros (cerca de 70 romances e vinte recolhas com duzentas novelas), 500 artigos em revistas, 19 peças de teatro e 250 canções para comédias musicais. Um dos personagens das suas histórias (o Jeeves) tornou-se mundialmente conhecido.
Quando começou a Segunda Guerra Mundial encontrava-se em França, onde ficou por não ter tomado muito a sério o conflito. Os alemães fizeram-no prisioneiro em 1940, tendo estado detido na Bélgica e depois em Tost, na Alta Silésia, hoje uma província da Polónia. Quando foi libertado tinha quase 60 anos.
Fixou-se nos Estados Unidos em 1955 e nunca mais voltou ao Reino-Unido, visto que os ingleses o acusavam de ter colaborado com os nazis. Embora tardiamente, a Inglaterra acabou por lhe fazer justiça, pouco antes da sua morte, aos 93 anos, nomeando-o “Cavaleiro do Império Britânico”.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

EFEMÉRIDEPierluigi Collina, ex-árbitro italiano, um dos melhores árbitros mundiais e seguramente o mais mediático, nasceu em Bolonha, no dia 13 de Fevereiro de 1960. Foi ele que arbitrou a final do Mundial de Futebol de 2002, entre o Brasil e a Alemanha, em que o Brasil se sagrou Campeão do Mundo.
Em Itália, ele é um símbolo nacional, tão reconhecido e respeitado como os maiores ases do futebol. A sua careca, os olhos esbugalhados e os gestos enérgicos tornaram-no numa figura tão popular como a do próprio Papa.
Em 1995 foi colocado na lista dos árbitros da FIFA, arbitrando quatro encontros dos Jogos Olímpicos de 1996, incluindo a final. Arbitrou igualmente muitos jogos da Liga dos Campeões Europeus, entre os quais a final de 1999, em que o Manchester United venceu o Bayern de Munique. Arbitrou igualmente a final da Taça UEFA de 2004, entre o Valência e o Marselha. O seu último grande torneio foi o Campeonato da Europa de 2004, cuja fase final decorreu em Portugal. Ganhou por seis vezes o título de ”Melhor Árbitro do Ano”, tendo-se reformado em 2005.
É licenciado em Economia pela Universidade de Bolonha e sofre de alopecia, uma doença que provoca a queda de todos os pelos do corpo.
O seu desporto favorito, paradoxalmente, é o basquetebol, sendo um fã incondicional do “Fortitudo” de Bolonha, um dos melhores clubes europeus da modalidade. Desde 2006 é conselheiro da Associação dos Árbitros Italianos.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Vamos aprender a patinar assim??

EFEMÉRIDE José António Barreto Travassos, jogador de futebol do Sporting Clube de Portugal, morreu no Algarve, em 12 de Fevereiro de 2002. Nascera na Quinta do Lumiar, em Lisboa, no dia 22 de Fevereiro de 1922, precisamente no local onde seria mais tarde construída uma das bancadas do antigo Estádio José Alvalade. Era conhecido pelo “Zé da Europa”, por ter sido o primeiro português a jogar na selecção da Europa (1955 - Inglaterra).
Antes de jogar no Sporting, jogou na CUF, onde praticou igualmente atletismo. Juntamente com Jesus Correia, Vasques, Peyroteo e Albano formou a linha avançada do Sporting, os famosos “Cinco Violinos”.
Despediu-se do futebol em 7 de Setembro de 1958, sendo considerado na sua época o melhor jogador da história do futebol português.
Ganhou oito Campeonatos Nacionais e duas Taças de Portugal, tendo jogado 457 jogos pelo Sporting e marcado 172 golos.
Ainda treinou as camadas juvenis do Sporting e, no fim da vida, bastante doente, fixou-se no Algarve.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

(ESTE POVO)


Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta (…)

Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta ate à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados (?) na vida intima, descambam na vida publica em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda
a veniaga e toda a infâmia, da mentira a falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na politica portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro (...)

Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do pais, e exercido ao acaso da herança, pelo primeiro que sai dum ventre - como da roda duma lotaria. A justiça ao arbítrio da Politica, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas;

Dois partidos (...), sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes (...) vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se amalgamando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar.


Guerra Junqueiro
Há 112 anos!...
EFEMÉRIDE Harry Martinson, escritor e poeta sueco, faleceu em Gnesta, no dia 11 de Fevereiro de 1978. Nascera em Blekinge, em 6 de Maio de 1904.
Perdeu os pais ainda muito jovem, pois a mãe, viúva, abandonou-o com seis anos, partindo para os Estados Unidos. Ficou entregue a camponeses, conheceu a miséria e aos 16 anos engajou-se num barco. Durante sete anos percorreu o Mundo, nomeadamente o Brasil e a Índia. Após ser atingido pela tuberculose, instalou-se definitivamente na Suécia, onde levou por vezes uma vida de vagabundo e começou a publicar poemas em diferente jornais. Foi com conhecimento de causa do que se passava no Mundo e da pobreza que aflige os seres humanos, que escreveu os seus livros, muito centrados nos ideais da justiça social.
As notas autobiográficas da sua infância, em dois volumes, foram o seu maior sucesso popular: “Mesmo as urtigas dão flor” e “É preciso partir” foram traduzidos em mais de trinta línguas.
Pertenceu ao “Movimento dos Escritores Proletários”, tornando-se em 1949 o primeiro escritor saído das classes populares a ser eleito para a Academia Sueca. Em 1954 recebeu o doutoramento Honoris Causa da Universidade de Gotemburgo. A sua recolha de poesia mais célebre é “Aniara”, publicada em 1956 e adaptada a Ópera em 1959.
A publicação em 1960 do livro “A Viatura”, em que critica o automóvel como símbolo da civilização moderna, foi recebida friamente pela crítica e pelo público. Martinson decidiu então deixar de publicar os seus textos, o que não o impediu de receber o Prémio Nobel de Literatura em 1974, juntamente com Eyvind Johnson, um outro escritor proletário. Este prémio foi criticado pelos intelectuais suecos seus contemporâneos, o que o levou a um progressivo isolamento e a uma tentativa de suicídio.
Martinson é um dos maiores escritores suecos do século XX, continuando a ser hoje bastante lido no seu país. Renovou a Literatura graças a um estilo inventivo e a um olhar atento sobre o Mundo, principalmente o mundo dos mais desfavorecidos.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

EFEMÉRIDE Arthur Asher Miller, dramaturgo norte-americano, morreu de insuficiência cardíaca, em Roxbury, no Connecticut, em 10 de Fevereiro de 2005. Preparava-se para um novo casamento com uma actriz de 34 anos, com quem vivia desde 2002. Nasceu em Nova Iorque, no dia 17 de Outubro de 1915, tendo falecido portanto com 89 anos.
Foi autor de várias peças teatrais conhecidas no mundo inteiro, como a “Morte de um Caixeiro-viajante” e “As Bruxas de Salem”. Em 1936, a sua primeira peça “Honors at Dawn” ganhou o “Prémio Hopwood” e foi encenada na Universidade de Michigan, onde ele estudava Jornalismo e Teatro.
A “Morte de um Caixeiro-viajante” (1949) ganhou o Prémio Pulitzer, três “Tony Awards” e o Prémio do Círculo de Críticos de Teatro de Nova Iorque. "As Bruxas de Salem" foi estreada na Broadway em 1953.
Em 1956 teve de comparecer e “explicar-se” perante o "Comité parlamentar das actividades anti americanas", depois de o terem denunciado por participar em reuniões do Partido Comunista. Estava-se no chamado período da “caça às bruxas”. Casou-se com Marilyn Monroe em 1957, tendo-se divorciado em 1961.
Em 1985, Miller visitou a Turquia e foi homenageado na Embaixada Americana. O seu companheiro de viagem, o escritor Harold Pinter, foi expulso por ter falado da tortura existente no país e Miller abandonou de imediato a Turquia solidarizando-se com o seu colega.
Em 2002 venceu o prémio espanhol “Príncipe Astúrias de Letras” por ser, segundo as palavras do júri, "o mestre indiscutível do teatro moderno".

sábado, 9 de fevereiro de 2008

"Teste de Beijos"

EFEMÉRIDESophie Feodorovna Rostopchine, Condessa de Ségur, escritora francesa, russa de nascimento, autora de várias obras-primas da literatura infantil, morreu em Paris no dia 9 de Fevereiro de 1874. Nascera em São Petersburgo, em 1 de Agosto de 1799.
O seu pai era governador de Moscovo quando das invasões napoleónicas e, apesar da oposição dos grandes proprietários, organizou o grande incêndio que obrigou Napoleão a uma retirada desastrosa. Apesar deste sucesso, aqueles que perderam as suas propriedades puseram-no numa situação de tal modo difícil que ele resolveu partir para o exílio. Em 1817, a família fixou-se em França e converteu-se ao catolicismo romano. Sophie conheceu então o Conde Eugène Ségur, com quem se viria a casar em 1819. Apesar das grandes ausências do Conde, o casal teve oito filhos.
A Condessa de Ségur escreveu o seu primeiro conto aos 58 anos. Poliglota, ela falava cinco línguas desde a idade de seis anos. Toda a sua Obra foi publicada entre 1857 e 1872.
Os temas dos seus livros têm pormenores que hoje caíram em desuso, como por exemplo os castigos corporais, o tratamento dos pais por “você”, as funções das empregadas domésticas, alguns tratamentos médicos como o uso de sanguessugas, as sangrias, os cataplasmas de cânfora, a água salgada contra a raiva, etc., mas foi seguramente o realismo com que ela retratou o quotidiano da época que lhe valeu o ter sido chamada “o Balzac das crianças”.
Os seus livros têm sempre um fundo moral, em que a justiça e a injustiça, os bons e os maus, se opõem para melhor indicar os procedimentos correctos a seguir.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Para reflectir
EFEMÉRIDEJules Verne, escritor francês, nasceu em Nantes, no dia 8 de Fevereiro de 1828. Morreu em Amiens, em 24 de Março de 1905, vítima de complicações diabéticas.
É considerado precursor da Ficção Científica, tendo descrito nos seus livros algumas descobertas e acontecimentos, como os submarinos, as máquinas voadoras e a viagem à Lua, que só se concretizariam muitos anos mais tarde.
O pai enviou-o para Paris no intuito de o fazer seguir a carreira de Direito, mas ele interessou-se mais pelo teatro e por operetas, pela poesia, por tragédias escritas em verso e por histórias de viagens. O pai, ao descobrir o seu desinteresse pelos estudos, tirou-lhe o apoio financeiro, o que o obrigou a ser funcionário na Bolsa, para poder sobreviver. Durante este período conheceu os escritores Alexandre Dumas e Victor Hugo.
O seu primeiro sucesso, que lhe trouxe fama e dinheiro, foi a novela publicada em 1863 “Cinco semanas num balão”, em que a descrição minuciosa da vida em África levava os leitores a questionarem se estavam em presença de uma obra de ficção ou de uma reportagem e, no entanto, Júlio Verne numa tinha estado em África nem tão pouco tinha viajado num balão. Começou a publicar uma média de um livro por ano: “Vinte Mil Léguas Submarinas”, “Viagem ao centro da terra”, “A volta ao mundo em oitenta dias”e “Da terra à lua” foram grandes sucessos, entre muitos outros.
Segundo estatísticas da UNESCO, Júlio Verne será o autor cuja Obra foi mais traduzida em todo o mundo: mais de setenta livros em 148 línguas e dialectos diferentes.
Curiosamente, durante os últimos anos da sua vida, escreveu vários livros sobre o uso errado das tecnologias e os seus impactos negativos no ambiente. Mais uma vez, Júlio Verne mostrava-se como um homem avançado em relação ao seu tempo.
Foram feitas cerca de cem adaptações cinematográficas de trinta e três obras de Júlio Verne e alguns livros foram objecto de séries televisivas. As obras mais vezes adaptadas foram: “Miguel Strogoff”, “Vinte Mil Léguas Submarinas” e “Viagem ao Centro da Terra”.
Em 1878 efectuou, com um dos barcos por ele adquirido, o Saint-Michel III, uma viagem de Lisboa a Alger. Júlio Verne deixou uma obra de extraordinária criatividade, que lhe conferiu um estatuto de visionário. Alguns dos seus personagens tornaram-se ícones da imaginação popular, tais como Phileas Fogg, capitão Nemo, Miguel Strogoff, etc.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

EFEMÉRIDE Sebastião Artur Cardoso da Gama, poeta português, morreu em Lisboa no dia 7 de Fevereiro de 1952. Nascera em Vila Nogueira de Azeitão, Setúbal, em 10 de Abril de 1924, filho mais novo de uma doméstica e de um comerciante. Aos catorze anos foi-lhe diagnosticada uma tuberculose óssea. Apesar de tudo, conseguiu licenciar-se em Filologia Românica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e exerceu a profissão de professor em Setúbal, Lisboa e Estremoz. Casou-se em 1951, na Capela da Arrábida, com Joana Luísa, uma amiga e vizinha desde os tempos da adolescência. Sete meses apenas duraria este casamento porque “a morte os veio separar”.
Colaborou nas revistas literárias “Árvore”, “Brotéria” e “Távola Redonda”. Escreveu igualmente para a então muito conceituada “Gazeta do Sul”. Publicou alguns dos seus poemas sob o pseudónimo de “Zé d’Anixa”. Foi membro fundador da Liga para a Protecção da Natureza (1948).
Os seus livros estão intimamente ligados à Serra da Arrábida, onde passou a residir com sua mãe a conselho do médico. Apesar da morte o ter traído aos 27 anos, ainda teve tempo para dar voz à "sua" Serra, ao Mar e aos Homens que ali vivem. A doença e o isolamento não conseguiram retirar-lhe a alegria, a vivacidade e o fácil relacionamento com as pessoas.
Seis anos após a sua morte foi publicado o seu “Diário”, que é um testemunho das suas importantes reflexões sobre o Ensino. Nele ficou também registada, indelevelmente, a qualidade do convívio com os seus alunos. Em 1999, abriu ao público na sua terra natal o Museu Sebastião da Gama para preservar a memória e a obra de um homem simples, entusiástico e exuberante. A antiga Escola Técnica de Setúbal, onde foi professor, tem hoje o seu nome. Nem sempre os homens são esquecidos, nem sempre os homens são injustos.
Publicou em vida “Serra Mãe” (1945), “Loas a Nossa Senhora da Arrábida” (1946), em colaboração com Miguel Caleiro, “Cabo da Boa Esperança” (1947) e “Campo Aberto” (1951). Postumamente, e por empenho da sua viúva, foram publicados “Pelo Sonho é que Vamos” (1953), “Diário” (1958), “Itinerário Paralelo” (1967), “O Segredo é Amar” (1969) e “Cartas I” (1994).

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

EFEMÉRIDE António Vieira, religioso, orador e escritor português, nasceu em Lisboa, no dia 6 de Fevereiro de 1608. Morreu na Bahia, em 18 de Julho de 1697. Defendeu os direitos dos povos indígenas brasileiros, combatendo a sua exploração. Era por eles chamado "Paiaçu" (Grande Pai, em dialecto tupi). Defendeu igualmente os judeus e a abolição da escravatura. Foi um crítico severo de alguns sacerdotes da época e, naturalmente, também da Inquisição.
Escreveu mais de duzentos sermões, brilhantes peças de literatura, cuja leitura era obrigatória em algumas universidades.
De origem humilde, seu pai emigrou para o Brasil, quando ele tinha apenas um ano de idade. A família só se reuniria cinco anos mais tarde. António Vieira estudou no Colégio dos Jesuítas de Salvador, única escola que existia então na Bahia. Fez votos de noviço na Companhia de Jesus em 1623. Obteve o mestrado em Artes, foi professor de Humanidades e ordenou-se padre em 1634. Para além de Teologia, estudou Lógica, Física, Metafísica, Matemática e Economia.
Após a Restauração da Independência de Portugal, em 1640, iniciou a carreira diplomática, sendo enviado em várias missões a países europeus. Negociou com a Holanda a devolução do Nordeste brasileiro.
Voltou ao Brasil, de 1652 a 1661, como missionário no Maranhão, continuando a defender a liberdade dos índios.
Regressou à Europa quando da morte de D. João IV e entrou em conflito de novo com a Inquisição, sendo expulso de Lisboa, desterrado e preso no Porto e depois encarcerado em Coimbra. Em 1667 foi proibido de pregar, mas seis meses depois a pena foi anulada.
Seguiu para Itália, onde esteve de 1669 a 1675, tendo deslumbrado a Cúria Romana com o brilhantismo dos seus discursos e sermões e renovando a sua luta contra a Inquisição. Regressou a Lisboa, afastando-se dos negócios públicos. Seis anos mais tarde, decidiu voltar ao Brasil, dedicando-se exclusivamente à organização da sua obra literária. Em 1694, já não conseguia escrever e perdera a voz. Morreu três anos depois, após uma longa agonia. Fernando Pessoa afirmou na “Mensagem” que o Padre António Vieira tinha sido o “Imperador da prosa portuguesa”.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Animação de desenhos...

EFEMÉRIDE Regina Blois Duarte, actriz brasileira, nasceu em Franca, Brasil, no dia 5 de Fevereiro de 1947.
Fez vários filmes publicitários, antes de se estrear em 1965 na televisão, como artista de telenovela. Em 1969 passou do canal Excelsior, com quem tinha contrato, para a Globo. Ao todo, entrou até agora em cerca de trinta novelas.
Em 1980, a Rede Globo apresentou a série de programas “Mulher 80”, em que foram exibidas várias entrevistas e momentos musicais, cujo tema era a mulher e o seu papel na sociedade de então. Participaram, entre outras artistas, Gal Costa, Maria Bethânia, Elis Regina, Joanna, Rita Lee e Simone. Tiveram ali participações especiais Regina Duarte e Narjara Turetta, que protagonizavam a série televisiva“Malu Mulher”. Foi um êxito.
Entre as personagens mais marcantes que representou, salienta-se “Malu” em “Malu Mulher”, a “Viúva Porcina” em “Roque Santeiro" e “Maria do Carmo” na “Rainha da Sucata”. Destacou-se também no teatro, em que participou em muitas peças, e no cinema em que entrou numa dezena de filmes.
Em 1965 foi “Actriz Revelação”, em 1997 recebeu o prémio “Contigo” pelo conjunto da sua obra e em 2006 foi a “Personalidade do Ano em Televisão”. Foi considerada ainda, por oito vezes, a “Melhor Actriz ” e durante um certo período foi conhecida pela “Namoradinha do Brasil”.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

EFEMÉRIDEJacques Prévert, poeta francês, nasceu em Neuilly-sur-Seine, no dia 4 de Fevereiro de 1900. Morreu em Omonville-la-Petite, em 11 de Abril de 1977, vítima de doença oncológica pulmonar.
Em 1925 participou num Movimento Surrealista, mas por pouco tempo, pois não se sentia bem acorrentado a qualquer movimento artístico, fosse ele qual fosse. Publicou a sua primeira recolha de poesias em 1946 (“Paroles”), tornando-se desde então um poeta muito popular devido à sua linguagem simples, ao seu sentido de humor e à defesa da liberdade. A sua poesia passou a ser estudada em todas as escolas francesas, mesmo no estrangeiro. Nela se encontravam muitas palavras por ele inventadas (neologismos). Citava também, frequentemente, máximas e provérbios que se descobria depois serem de sua própria autoria.
Redigiu os guiões de vários filmes, sobretudo entre 1935 e 1945, e foi autor da música “Folhas Mortas”, muito popularizada na voz de Yves Montand. Foi autor de algumas peças de teatro.
Poesia de ARY DOS SANTOS

Vale a pena ler e ouvir:

http://ary01.com.sapo.pt/ary.html

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Método português para Previsões Metereológicas
Fazia parte do Programa do Governo "Simplex"
(click na imagem para ler melhor)
BAÚ DE RECORDAÇÕES – Postal e selos da Primeira República Portuguesa.

BAÚ DE RECORDAÇÕESSelos adquiridos quando da minha segunda viagem a Macau nos anos 1990. De salientar um comemorativo do “25 de Abril”, outro com o presidente Ramalho Eanes, dois referentes ao centenário de Luís de Camões e um representando a Ponte Macau/Taipas, ponte que ainda não existia quando da minha primeira visita nos anos 1970.
(clicar para aumentar a imagem)
EFEMÉRIDE Gertrude Stein, ficcionista, poetisa, dramaturga e feminista norte-americana, nasceu em Pittsburgh , na Pensilvânia, em 3 de Fevereiro de 1874, tendo falecido em Neuilly-sur-Seine, no dia 27 de Julho de 1946.
Passou grande parte da sua vida em França e contava entre os seus amigos com Matisse, Georges Braque, Apollinaire, Ezra Pound, James Joyce e Pablo Picasso, que foi aliás quem pintou o retrato que ilustra esta “efeméride” e para o qual foram necessárias cerca de uma centena de sessões de pose. «Não se parece nada comigo»- Teria dito ela no fim, ao que Picasso respondeu: «Mas virá certamente a parecer…». Gertrude contribuiu bastante para a divulgação do Cubismo em geral e da obra de Picasso em particular.
A sua obra mais célebre, a "Autobiografia de Alice B. Toklas", foi um livro vanguardista dos anos 1910, 20 e 30, onde narrou o modo como jovens artistas e escritores vindos das mais diversas partes do mundo se encontravam em Paris afim de procurar novos caminhos para a arte. Além dos já citados seus amigos, são também referidos no livro Nijinski e Cocteau, entre outros. Apesar do título, o livro foi escrito mesmo por Gertrude, como se fossem as memórias de Alice, sua companheira de vinte e cinco anos.
A sua vida atravessou três grandes conflitos: a Primeira Guerra Mundial, em que se alistou juntamente com Alice, para ajudar feridos franceses e transportá-los na sua própria viatura; a Guerra Civil de Espanha, onde apoiou Franco, razão pela qual se afastou de Picasso, que era partidário dos republicanos, e finalmente a 2ª Guerra Mundial, em que teve de se esconder e andar fugida por ser de origem judaica.

sábado, 2 de fevereiro de 2008

EFEMÉRIDEJoão César Monteiro, cineasta português, nasceu na Figueira da Foz, em 2 de Fevereiro de 1939. Morreu em Lisboa, vítima de doença oncológica, em 3 de Fevereiro de 2003. Fez parte do movimento “Cinema Novo”. Era irreverente e imprevisível, salientando-se também como crítico mordaz, sobretudo nos anos 1960.
Seguiu um percurso original, que lhe facilitou o reconhecimento no estrangeiro. Várias das suas obras foram representadas e premiadas em festivais internacionais, como no Festival de Cannes e no Festival de Veneza (“Leão de Prata” em 1989, com “Recordações da Casa Amarela”).
Pertencia a uma família da burguesia rural, mas anticlerical e anti-salazarista. Aos quinze anos, para que pudesse seguir os estudos, a família mudou-se para Lisboa.
Começou a trabalhar como assistente de realização do conceituado Perdigão Queiroga e, em 1963, graças a uma bolsa de estudos da Gulbenkian, pôde ir estudar na London School of Film Technique. De regresso a Portugal, dois anos depois, iniciou o seu primeiro filme “Quem espera por sapatos de defunto, morre descalço”. O filme só foi concluído cinco anos mais tarde.
Toda a sua obra é polémica, a maioria das vezes poética e ao mesmo tempo satírica ou trágica. Apesar de ter tido muitos detractores, é considerado um dos mais importantes realizadores portugueses. Foi também actor, crítico e produtor, tendo feito cerca de vinte filmes.
Uma das suas últimas “extravagâncias” foi apresentar um filme sem imagens, o que provocou uma óbvia surpresa e um certo escândalo em Portugal. Só ele poderia ter feito um filme impensável… E invisível !

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Até o cão tem medo da ASAE...


EFEMÉRIDE Clark Gable, actor de cinema norte-americano e a maior vedeta dos começos do cinema falado, nasceu em Cadiz, no Ohio, em 1 de Fevereiro de 1901. Morreu em Hollywood no dia 16 de Novembro de 1960, após ataque cardíaco.
Não teve uma infância fácil, já que a mãe morreu quando ele tinha apenas sete meses. Aos 16 anos abandonou os estudos e foi trabalhar para uma fábrica.
Iniciou-se com papéis secundários em 1924, após ter feito igualmente teatro em pequenos e modestos grupos cénicos. Só veio a tornar-se notado em 1931, ao ingressar na “MGM”. Interpretava quase sempre personagens galãs, viris, românticos e simultaneamente cínicos, sendo conhecido como o “Rei de Hollywood”.
Recebeu um Óscar em 1934, pela sua interpretação em “New York-Miami” (em português, “Aconteceu uma Noite”). Foi nomeado outras duas vezes e entrou em três filmes galardoados com Óscares.
Em 1939, casou-se pela terceira vez mas, três anos depois, Carole Lombard morreu num acidente de aviação. Profundamente desgostoso, alistou-se na Força Aérea Americana. Quando acabou a guerra, atravessou um mau momento repleto de fracassos e a MGM não lhe renovou o contrato, dizendo que ele ganhava demais.
Casou-se ainda mais duas vezes, tendo um filho da última esposa que, porém, não chegou a conhecer, pois o bebé nasceu cinco meses depois da sua morte.
A sua última actuação foi em 1960, ao lado de Marilyn Monroe, para a qual seria também o último filme.

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Aposentado da Aviação Comercial, gosto de escrever nas horas livres que - agora - são muitas mais...