sábado, 23 de fevereiro de 2008

EFEMÉRIDEStefan Zweig, escritor austríaco de origem judaica, morreu em Petrópolis, no Brasil, em 23 de Fevereiro de 1942. Nascera em Viena, no dia 28 de Novembro de 1881.
Estudou Filosofia e História da Literatura na sua cidade natal, cedo se associando ao movimento vanguardista “Jovem Viena”. Antes da Primeira Guerra Mundial percorreu a Europa, a Índia e os Estados Unidos.
Foi amigo de Sigmund Freud, a quem lia cada uma das suas novelas, antes de as publicar. Redigiu o elogio fúnebre quando da sua morte.
Dedicou-se a quase todas os géneros literários: foi jornalista, poeta, autor de libretos de ópera, ensaísta, dramaturgo, novelista, contista, romancista, historiador e biógrafo. Traduziu também, para alemão, várias obras sobretudo de autores franceses.
Entre os seus muitos romances, salienta-se “Amok” e “Vinte quatro horas na vida de uma mulher”. Venceu o Prémio de Poesia Bauernfeld, uma das maiores distinções literárias austríacas. No livro “Brasil, país do futuro”, fez o retrato do Brasil com a sua interpretação do espírito brasileiro.
Suicidou-se no Brasil, onde residia após sucessivos exílios, fugindo às perseguições aos judeus. Em Munique e noutras cidades, os nazis organizaram mesmo autos-de-fé, em que queimaram as obras de Stefan Zweig.
Em 22 de Fevereiro, véspera da sua morte, redigiu a seguinte mensagem de adeus: «Antes de deixar a vida, de minha própria vontade e com lucidez, sinto a necessidade de cumprir um último dever: endereçar os meus profundos agradecimentos ao Brasil, este maravilhoso país que conseguiu dar-me, tanto a mim como ao meu trabalho, uma calma tão amiga e hospitaleira. Dia a dia aprendi a amá-lo cada vez mais e em nenhum outro local teria preferido edificar uma nova existência, agora que o mundo da minha língua desapareceu para mim e que a minha pátria espiritual, a Europa, se destruiu a si mesma. Saúdo todos os meus amigos. Que eles possam ver ainda a aurora, depois da longa noite! Eu sou demasiado impaciente e prefiro partir já. Stefan Zweig, Petrópolis, 22 de Fevereiro de 1942».
No dia seguinte, ingeriu uma dose exagerada de medicamentos, num suicídio sem brutalidade que correspondia perfeitamente à sua maneira de ser. Sua mulher não o quis deixar partir sozinho e suicidou-se igualmente.

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