sexta-feira, 27 de junho de 2008

EFEMÉRIDE João Guimarães Rosa, médico, diplomata, romancista e contista, um dos mais importantes escritores brasileiros de todos os tempos, nasceu em Cordisburgo, Minas Gerais, em 27 de Junho de 1908. Faleceu no Rio de Janeiro, em 19 de Novembro de 1967.
Os contos e romances de João Guimarães Rosa decorrem quase todos no sertão brasileiro. A sua obra tem a particularidade de inovar na linguagem, sendo influenciada pelos vários modos de falar populares e regionais. Esta faceta, aliada à sua erudição, permitiu a criação de muitos vocábulos a partir de palavras antigas e palavras populares, neologismos e intervenções semânticas e sintácticas.
Autodidacta, começou a estudar diversos idiomas ainda em criança, começando pelo francês com menos de 7 anos. Poliglota quase inacreditável, falava - além do português - alemão, francês, inglês, espanhol, italiano, esperanto e um pouco de russo; lia sueco, holandês, latim e grego; entendia alguns dialectos alemães e estudou gramática húngara, árabe, lituana, polaca, tupi, hebraica, japonesa, checa, finlandesa e dinamarquesa. «Mas tudo mal», segundo dizia. Estudava por divertimento, gosto e distracção.
Em 1925, matriculou-se na então denominada Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais, com apenas 16 anos, tendo-se licenciado em 1930, ano em que também se casou com uma jovem de dezasseis anos de quem teve duas filhas. Exerceu a profissão em Itaguara, então município de Itaúna, durante dois anos.
Guimarães Rosa serviu depois, como médico voluntário, na Força Pública (actual Polícia Militar), durante a Revolução Constitucionalista de 1932. Posteriormente entrou para o quadro da Força Pública, por concurso, indo para Barbacena na qualidade de Oficial Médico de Infantaria.
Aprovado em concurso para o Itamaraty, passou alguns anos da sua vida como diplomata, na Europa e na América Latina. Esteve na Alemanha, de 1938 a 1942, onde auxiliou judeus a fugir para o Brasil, ao emitir - juntamente com a sua segunda esposa - mais vistos do que os legalmente autorizados. Por essa acção ganhou o reconhecimento posterior do Estado de Israel. Sua esposa Aracy é aliás a única mulher homenageada no “Jardim dos Justos entre as Nações”, no Museu do Holocausto, em Israel.
Foi eleito por unanimidade para a Academia Brasileira de Letras em 1963. Adiou a cerimónia de posse enquanto pôde, afirmando ter medo de morrer no dia do evento. Só veio a tomar posse em 1967, falecendo três dias depois, com apenas 59 anos.

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