quinta-feira, 21 de agosto de 2008

EFEMÉRIDERaul Santos Seixas, cantor e compositor brasileiro, pai do “rock-and-roll” no seu país, faleceu em São Paulo no dia 21 de Agosto de 1989. Nascera em Salvador da Bahia, em 28 de Junho de 1945, tendo vivido portanto apenas 44 anos.
“Devorando” livros da biblioteca de seu pai, obteve uma cultura muito superior à que era adquirida nas escolas. Esteve sempre vários anos adiantado em relação à sua época.
Desenvolveu o seu interesse musical ouvindo rádio, acompanhando os sucessos de Luiz Gonzaga e ouvindo os “matutos” nordestinos. Mais tarde tornou-se fã de Elvis Presley, assistindo aos seus filmes e ouvindo vários clássicos do rock dos anos 1950/60.
Formou conjuntos com os quais fez vários shows, sendo convidado em 1967 para gravar um disco no Rio de Janeiro que foi um fracasso. Voltou ao Rio nos anos 1970, contratado por outra editora discográfica. Em 1972 participou no Festival Internacional da Canção, promovido pela Rede Globo, conseguindo a classificação de duas músicas suas, o que lhe valeu grande projecção nacional. Um ano mais tarde ingressou na Philips e conquistou finalmente o verdadeiro sucesso.
Em 1974, por questões políticas, foi preso e torturado pela DOPS, vendo-se obrigado a procurar exílio nos Estados Unidos, onde conheceu pessoalmente Elvis e John Lennon. Voltou ao Brasil devido ao êxito de um seu LP que lhe rendeu um “Disco de Ouro”.
No início da década 1980, começou a ter problemas de saúde causados pelo consumo de álcool e foi internado num hospital.
Conheceu ainda o sucesso com os dois discos seguintes e com a publicação do livro “As Aventuras de Raul Seixas na Cidade de Thor”, mas as portas começaram a fechar-se-lhe devido ao alcoolismo e a sucessivos internamentos. Em 1985, fez um show no Estádio Lauro Gomes, na cidade de São Caetano do Sul, só tendo voltado a pisar um palco em 1988.
Assinou um contrato com a “Copacabana/EMI” em 1986, gravando um disco que foi um grande sucesso e que o levou a estar presente em programas de televisão como o “Fantástico”. Em 1988, já sozinho, separado da sua 5ª companheira, fez o último álbum a solo (A Pedra do Génesis) e alguns shows em Salvador.
O seu último disco em vida foi feito em parceria com Marcelo Nova, intitulado "A Panela do Diabo", lançado dois dias antes da sua morte. O seu corpo foi encontrado às oito da manhã pela empregada. O álcool ingerido, agravado pelo facto de ser diabético e não ter tomado insulina na noite anterior, causaram-lhe uma pancreatite aguda fulminante. "A Panela do Diabo" valeu-lhe um Disco de Ouro a título póstumo.
Após a sua morte foram publicados ainda vários álbuns. A sua penúltima mulher, Kika, publicou também um livro do cantor (O Baú do Raul), baseado nos diários que ele escrevera desde os seis anos de idade até à sua morte.
Raul Seixas foi pioneiro na mistura de vários tipos de música com o rock-and-roll, acrescentando-lhe ritmos nordestinos, folk ao estilo de Bob Dylan e música “brega”. As suas letras abordavam sobretudo sentimentos humanos, críticas ao sistema, esoterismo e agnosticismo.

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