terça-feira, 30 de setembro de 2008

EFEMÉRIDEAnna Świrszczyńska, poetisa polaca, faleceu em Cracóvia no dia 30 de Setembro de 1984. Nascera em Varsóvia em 7 de Fevereiro de 1909. As suas obras abrangem uma grande variedade de temas, entre os quais a sua experiência durante a 2ª Guerra Mundial, a maternidade, o corpo feminino e a sensualidade.
Filha de um artista, foi criada no meio da pobreza. Começou a publicar os seus poemas nos anos 1930. Durante a ocupação nazi juntou-se à Resistência Polaca, alistando-se como enfermeira militar durante a Insurreição de Varsóvia. Colaborou nessa época em várias publicações clandestinas. Atravessou momentos difíceis, como aquele em que ficou à espera durante uma hora pela sua execução.
Alguns dos seus livros foram traduzidos para a língua inglesa, como “Falando para o meu Corpo”, publicado nos Estados Unidos em 1996.
As experiências durante a Guerra influenciaram fortemente a sua poesia. Em 1974, publicou “Construindo a barricada”, um livro que descreve a dor e o sofrimento que ela sentiu ou de que foi testemunha. Escreveu igualmente, de um modo franco, sobre o corpo feminino ao longo das diversas fases da vida.
Outras suas obras bastante conhecidas: “”Vento” (1970), “Eu sou uma mulher” (1974), “Feliz como a cauda do cão” (1978) e “Dor e Alegria” (1985).

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Amor Maternal...

EFEMÉRIDE Wystan Hugh Auden, poeta e crítico inglês, morreu em Viena no dia 29 de Setembro de 1973. Nascera em York, em 21 de Fevereiro de 1907. Para os jovens intelectuais de esquerda ele foi a grande voz dos anos 1930, algumas vezes demasiadamente político, mas sempre radical e incómodo. Não escondia a sua homossexualidade.
Publicou a primeira colectânea de poesia em 1930, sendo logo reconhecido como representante e porta-voz da sua geração.
Em 1935, fez um casamento de conveniência com a filha do escritor Thomas Mann, para que ela pudesse obter um passaporte britânico e assim escapar ao Terceiro Reich. Nunca viveram juntos, mas ficaram amigos para sempre e nem se deram ao trabalho de divorciar.
Em 1939, mudou-se para a América, onde conheceu aquele que se tornaria seu companheiro até ao fim da vida, Chester Kallman, também poeta. Com ele escreveria, anos mais tarde, alguns libretos de ópera, entre os quais um para Stravinsky e outro para Nabokov. Tornou-se cidadão americano em 1946, mas voltou para a Europa em 1948.
O seu poema “Stop all the clocks, cut off the telephone” (ou “Funeral Blues”) foi utilizado no filme "Quatro casamentos e um funeral" em 1944. De 1956 a 1961 foi professor de Poesia na Universidade de Oxford.
Auden escreveu um número considerável de obras de Crítica e de Ensaios, assim como Peças de Teatro, mas ficou conhecido sobretudo como poeta.

domingo, 28 de setembro de 2008

EFEMÉRIDEBrigitte Anne-Marie Bardot, actriz e cantora francesa, nasceu em Paris, no dia 28 de Setembro de 1934. É conhecida mundialmente, até pelas suas iniciais “BB” e foi o grande símbolo sexual dos anos 1960 e 1970. Quando se afastou do mundo do espectáculo, tornou-se numa importante activista dos direitos dos animais.
Em 1947, ingressou no “Conservatoire National Supérieur de Musique et de Danse de Paris”, frequentando aulas de ballet durante três anos.
Com o incentivo da mãe, começou a fazer trabalhos de moda aos quinze anos e, em 1950, foi capa da revista Elle, o que chamou a atenção do então jovem assistente de realização cinematográfica Roger Vadim. Estreou-se no cinema em 1952 com “Le Trou normand” e, no mesmo ano, casou-se com Vadim. No seu segundo filme (“Manina, la fille sans voile”), diversas cenas de biquíni fizeram com que o pai recorresse à Justiça para impedir que elas fossem levadas ao público, mas sem sucesso.
Entre 1952 e 1957 fez dezassete filmes. O marido deu-lhe o principal papel em “E Deus Criou a Mulher”, que constituiu um grande sucesso mas causou escândalo mundial, com as suas cenas de nudez a desfilarem nas telas de todo o mundo. Na moralista Hollywood dos anos 50, onde o maior símbolo sexual, Marilyn Monroe, tinha aparecido “muito menos despida”, BB transformou-se numa aposta arriscada para os estúdios, também pelo seu sotaque e pelos conhecimentos limitados de inglês. Isso impediu-a de fazer uma grande carreira no cinema norte-americano. Charles de Gaulle teria dito em 1968 que «Brigitte Bardot era mais importante para a balança comercial francesa que as exportações da indústria automobilística».
Bardot divorciou-se em 1957 e dois anos depois casou-se com o actor Jacques Charrier. Em 1962, filmou com Louis Malle e Marcello Mastroianni “Vida Privada”, um filme quase autobiográfico sobre uma celebridade do cinema sem vida pessoal, por causa da perseguição constante da imprensa. Pouco depois BB retirou-se da vida agitada das grandes cidades e mudou-se para uma mansão em Saint Tropez, no sudoeste da França. No resto dos anos 1960 o seu mito de ícone sexual foi alimentado por filmes que ficaram célebres, por vários musicais de televisão e por algumas gravações discográficas produzidas por Sacha Distel e Serge Gainsbourg.
Em 1973, anunciou o fim da sua carreira. Após 48 filmes e mais de oitenta canções, Brigitte Bardot passou a usar a sua fama pessoal para defender os direitos dos animais. Em 1977 chamou a atenção mundial para o massacre dos “bebés focas” no norte do Canadá. Em 1986 criou a Fundação Brigitte-Bardot, declarada de utilidade pública pelo governo francês em 1992. Entre 1989 e 1992, apresentou na TV francesa uma série chamada S.O.S. Animais. Entre outras causas, ela liderou campanhas contra a caça das baleias, as experiências em laboratório com animais, as lutas autorizadas entre cães e o uso de casacos de pele. Curiosamente sob o ponto de vista político aproximou-se da extrema-direita e tomou várias posições racistas e insultuosas para os homossexuais. Foi alvo de vários processos na justiça.
Além de ser a responsável pela popularidade de St. Tropez, ao mudar-se para lá no começo dos anos 60, Brigitte Bardot também alterou a vida de uma pequena cidade do litoral do Rio de Janeiro chamada Armação dos Búzios, onde ficava hospedada nas suas visitas ao Brasil, na companhia do namorado de então (1964) Bob Zaguri.
Bob Dylan dedicou-lhe a primeira música que compôs. Além disso, o seu nome consta em dezenas de músicas feitas por artistas tão diversos como Elton John, The Who e Caetano Veloso, entre muitos outros.
Em 1985 BB foi nomeada Cavaleiro da Legião de Honra pelo presidente Mitterrand, mas recusou o título.
A imprensa sensacionalista chamava-a “devoradora de homens” pela rapidez com que terminava os seus relacionamentos e pela quantidade deles. O seu terceiro casamento foi com o playboy e multimilionário alemão Gunter Sachs. O quarto e último foi em 1992, aos 58 anos, com Bernard d'Ormale, ex-conselheiro do político francês Jean-Marie Le Pen.

sábado, 27 de setembro de 2008

Massagem tailandesa

Nova nota de dólar (humor em tempo de crise)...
EFEMÉRIDE Giovan Battista Castagna (Urbano VII), 229º Papa, faleceu em Roma no dia 27 de Setembro de 1590. Nascera também em Roma, em 4 de Agosto de 1521. Foi o mais curto pontificado de toda a história da Igreja Católica, precisamente entre 15 e 27 de Setembro de 1590, não tendo chegado a ser coroado. Sucedera a Sisto V e teve como sucessor Gregório XIV.
Foi ordenado padre e sagrado Bispo em 1553, Cardeal trinta anos mais tarde. Homem corajoso, de boa índole e caritativo, desafiou os actos bárbaros de nobres franceses e húngaros que desejavam intervir nos assuntos do Vaticano. Morreu envenenado segundo algumas fontes, embora a causa mais plausível tenha sido a malária.
Foi enterrado na Basílica do Vaticano mas, mais tarde, os seus restos mortais foram trasladados para a Igreja de Santa Maria Sopra Minerva.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008


OS TEUS OLHOS

1

Teus olhos são como o mar,
Ora calmo ora agressivo.
Neles quero naufragar
Para estar sempre contigo!

2

Teus olhos são um farol
Guiando o meu caminho;
Tua boca é um anzol
A pescar o meu carinho.

3

Teus olhos são elixir
Que me deixa apaixonado.
Sonho com eles a dormir,
Sonho com eles acordado,


Gabriel de Sousa
EFEMÉRIDELuis Fernando Veríssimo, jornalista e escritor brasileiro, nasceu em Porto Alegre no dia 26 de Setembro de 1936.
É conhecido em todo o mundo lusófono pelos seus textos de humor, publicados na imprensa brasileira. É igualmente cartoonista, tradutor, guionista de televisão, dramaturgo e romancista. Tocou também saxofone em vários conjuntos. Tem mais de sessenta livros publicados, sendo um dos escritores brasileiros contemporâneos mais populares. É filho do grande escritor Érico Veríssimo (1905-1975).
Viveu parte da sua infância e adolescência nos Estados Unidos, tendo estudado neste país até ao secundário. No período em que viveu em Washington, Veríssimo desenvolveu a sua paixão pelo jazz, tendo estudado saxofone e assistido a espectáculos dos maiores músicos da época, como Charlie Parker e Dizzy Gillespie.
De regresso a Porto Alegre em 1956, trabalhou na Editora Globo e, a partir de 1960, fez parte do grupo musical “Renato e o seu Sexteto”. Viveu quatro anos no Rio de Janeiro onde foi tradutor, publicitário e onde se casou. Em 1967, de novo na sua terra natal, começou a trabalhar no jornal Zero Hora. As suas primeiras crónicas foram sobre futebol.
Em 1970 transferiu-se para o jornal Folha da Manhã, onde manteve uma coluna diária até 1975 sobre desportos, cinema, literatura, música, gastronomia, política e comportamentos, sempre com humor e ideias muito próprias. Em 1971 criou, com um grupo de amigos, o semanário alternativo O Pato Macho, com textos de humor, cartoons, crónicas e entrevistas.
Em 1973 publicou o seu primeiro livro “O Popular”, uma colectânea de textos já dados à estampa na imprensa, que viria a ser o formato de grande parte das suas obras.
Em 1975, regressou ao jornal Zero Hora e passou a escrever semanalmente no Jornal do Brasil. Entre 1980 e 1981, Veríssimo viveu durante 6 meses em Nova Iorque, o que mais tarde daria origem ao livro "Traçando Nova York", primeiro de uma série de livros sobre viagens.
Em 1981, o livro "O Analista de Bagé" esgotou a primeira edição em dois dias, tornando-se um fenómeno de vendas no Brasil. Em 1982 passou a publicar uma página semanal de humor na revista Veja, que manteve até 1989.
Em 1988 escreveu o seu primeiro romance “O Jardim do Diabo”. No ano seguinte começou a colaborar na página dominical do jornal “O Estado de São Paulo”. Em 1989 estreou no Rio de Janeiro o seu primeiro texto para teatro ("Brasileiras e Brasileiros") e recebeu o “Prémio Direitos Humanos” da OAB.
Em 1995, vários intelectuais brasileiros, convidados pelo suplemento "Ideias" do Jornal do Brasil, elegeram-no “Homem de Ideias do Ano”. Em 1996, recebeu a "Medalha de Resistência Chico Mendes" da ONG “Tortura Nunca Mais”, a "Medalha do Mérito Pedro Ernesto" da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro e o "Prémio Formador de Opinião" da Associação Brasileira de Empresas de Relações Públicas. Em 1997 ganhou o "Prémio Juca Pato" da União Brasileira de Escritores que o considerou “Intelectual do Ano”.
Em 2000, publicou a antologia "As Mentiras que os Homens Contam" que vendeu cerca de meio milhão de exemplares. Em 2003, resolveu reduzir o seu volume de trabalho na imprensa, passando de seis para apenas duas crónicas semanais, publicadas em Zero Hora, O Globo e O Estado de São Paulo.
A versão em inglês do seu livro "Clube dos Anjos" (The Club of Angels) foi escolhida pela New York Public Library como um dos 25 melhores livros publicados naquele ano.
Em 2004, em França, recebeu o “Prix Deux Océans” do Festival de Culturas Latinas em Biarritz.
Em 2006, foi consagrado como um dos maiores escritores brasileiros contemporâneos, tendo vendido ao todo mais de cinco milhões de exemplares dos seus livros.
Colaborou ainda nas revistas Playboy e Cláudia. Com todo este currículo, Veríssimo é um homem extremamente tímido, apesar de ser uma verdadeira «fábrica de fazer humor».

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

EFEMÉRIDEMarion Eleanor Zimmer Bradley, escritora norte-americana, faleceu em Berkeley no dia 25 de Setembro de 1999, vítima de enfarte do miocárdio. Nascera em Albany, nos subúrbios de Nova Iorque, em 3 de Junho de 1930.
No auge da grande depressão económica dos anos 1930, os pais eram bastante pobres, não podendo portanto proporcionar-lhe uma educação esmerada. Começou a trabalhar muito novinha, chegando a ser empregada de restaurante e de limpeza. Ao completar dezasseis anos, a mãe conseguiu comprar-lhe uma máquina de escrever.
Marion começou então (1949) a escrever histórias. No início, para sobreviver, sujeitou-se a produzir uma série de romances sensacionalistas (1952). Nos anos 1950 era o que agora se chama “uma escritora de sucesso fácil”, vendendo historietas de sexo e de mistério a revistas de grande tiragem, para sustentar o marido e os filhos. Por essa altura juntou-se ao grupo de activistas lésbicas “Daugters of Bilitis”, considerada a primeira organização de direitos lésbicos nos Estados Unidos. Na década seguinte, dedicou-se à produção de romances góticos para poder tirar um curso universitário.
As suas histórias de ficção científica da série “Darkover” continuam a ter hoje numerosos admiradores. Com “As Brumas de Avalon”, que esteve três meses na lista dos bestsellers do “New York Times”, Marion tornou-se uma escritora de grande prestígio lida em todo o mundo. Através da organização de antologias encorajou também a carreira de muitos jovens autores.
Deixou mais de meia centena de livros. Entre eles, os já citados “As Brumas de Avalon” e a série “Darkover”, mas também os não menos famosos: “Presságio de Fogo”e “A Casa da Floresta”. Os seus romances estão impregnados de feminismo mais ou menos moderado.
Utilizou vários pseudónimos (Morgan Ives, Miriam Gardner, John Dexter e Lee Chapman) para escrever romances em que as figuras centrais eram homossexuais ou lésbicas e que, sendo hoje considerados relativamente anódinos, eram tidos como pornográficos nos anos 1960.
Depois do seu desaparecimento, os “direitos de autor” de toda a sua obra passaram a ser geridos por uma Fundação criada para o efeito: a “Marion Zimmer Bradley Literary Works Trust”.

ESTE TÚNEL NA RÚSSIA É O MAIS LONGO DA EUROPA (DENTRO DE UMA CIDADE)

Sobre o túnel corre um rio que deixa escapar água em alguns pontos. Quando a temperatura alcança 38 graus negativos, como aconteceu neste Inverno, a estrada congela e o resultado é o que se vê…

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

A IMPRENSA AINDA NÃO PUBLICOUÚLTIMA HORA

Nos EUA fabricaram uma máquina que apanha gatunos.
- Testaram-na em Nova Iorque: em 5 minutos apanhou 1500 gatunos;
- Levaram-na para a China: em 3 minutos apanhou 3500;
- Na África do Sul: em 2 minutos apanhou 6000 gatunos;
- Trouxeram-na para Portugal: num minuto, roubaram A MÁQUINA
!
EFEMÉRIDEAntonio Tabucchi, escritor italiano, professor de Língua e Literatura Portuguesas na Universidade de Siena, nasceu em Pisa, na Toscânia, em 24 de Setembro de 1943.
Apaixonado por Portugal, Tabucchi é um dos melhores conhecedores de Fernando Pessoa. Começou a interessar-se pela sua obra nos anos 1960, na Sorbonne em Paris. Ficou fascinado e, no regresso a Itália, assistiu a aulas de português para o poder compreender ainda melhor.
Em colaboração com sua mulher, Maria José de Lencastre, tem traduzido para italiano todas as obras de Fernando Pessoa. Escreveu, além disso, um livro de ensaios e uma comédia teatral sobre o poeta português.
Ganhou o prémio francês "Médicis étranger" em 1987, o “Prémio Europeu Jean Monnet” em 1994, o “Prémio Nozssack” da Academia Leibniz em 1999 e o “Prémio França Cultura” em 2002.
De 1987 a 1990 dirigiu o Instituto Cultural Italiano em Lisboa.
A capital portuguesa serviu de fundo para muitos dos seus romances. Parte da obra de Tabucchi está traduzida em cerca de vinte línguas. Vários dos seus livros têm sido adaptados ao cinema, destacando-se “Sostiene Pereira”, onde o actor italiano Marcello Mastroianni fez uma das suas últimas interpretações em 1995.
António Tabucchi é também cronista em Itália (Corriere della Sera) e em Espanha (El Pais).
Escreveu directamente em Português o seu livro “Requiem”.
Em 2004, figurou na lista do “Bloco de Esquerda”, partido político português, quando das eleições para o Parlamento Europeu.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

EFEMÉRIDE Dominique Aury, escritora e mulher de Letras francesa, de seu verdadeiro nome Anne Desclos, nasceu em Rochefort no dia 23 de Setembro de 1907. Faleceu em Corbeil-Essonnes, em 27 de Abril de 1998. Curiosamente, o seu romance mais conhecido “Histoire d’O„ foi escrito em 1954 sob outro pseudónimo: Pauline Réage.
Educada na Bretanha por uma avó, foi depois estudar para Paris, prosseguindo os estudos de inglês na Sorbonne. Durante a 2ª Guerra Mundial não escondeu a sua simpatia pelos Resistentes, a fraternidade que demonstravam, os perigos que corriam e o desprezo que tinham pela morte. Em 1943, publicou uma Antologia de Poesia Religiosa Francesa.
O pai apresentou Dominique a Jean Paulhan, director da prestigiosa “Nouvelle Revue Française” (NRF), vinte anos mais velho do que ela, o que não a impediu uma grande paixão.
Depois da guerra, Dominique traduziu para francês vários autores anglo-saxónicos. Por volta dos quarenta anos, com o pseudónimo Pauline Réage, escreveu “Histoire d’O”, romance erótico, que foi recusado pelas edições Gallimard, acabando por ser publicado pelo jovem editor Jean-Jacques Pauvert e sendo um dos seus primeiros best-sellers.
Continuou a sua carreira como secretária geral da NRF e trabalhou ainda com André Gide na revista l’Arche. O seu livro “Leitura para Todos” ganhou o Prémio da Crítica em 1956. Participou em vários júris literários e recebeu a Legião de Honra Francesa.
Só em 1994, numa entrevista ao “The New Yorker ”, admitiu oficialmente ser a misteriosa autora da “Histoire d’O”, considerada uma obra-prima do romance erótico francês e que já tinha sido atribuído a Jean Paulhan, a André Malraux e a Henry de Montherlant…

Se julga já ter visto tudo...

Cirurgia para aumentar o prazer.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Pequena compilação de vários videos para sorrir

EFEMÉRIDEMarcel Mangel, mais conhecido como Marcel Marceau ou “Mime Marceau”, o mímico mais popular de todo o mundo, faleceu em Cahors no dia 22 de Setembro de 2007. Nascera em Estrasburgo, França, em 22 de Março de 1923. Foi ele quem fez reviver a arte da mímica no período pós-guerra.
Oriundo de uma família judaica de origem polaca, foi forçado a fugir de casa aos 16 anos, no começo da 2ª Guerra Mundial, passando a viver em Périgueux. Juntou-se mais tarde às Forças Francesas Livres de Charles de Gaulle em Limoges e, devido ao seu domínio da língua inglesa, trabalhou como oficial de ligação com o exército do general Patton. O pai, açougueiro, foi preso pela Gestapo e morreu no campo de concentração de Auschwitz.
Entusiasmou-se pela mímica ao ver Charlie Chaplin. Após a guerra, matriculou-se na Escola de Arte Dramática de Charles Dullin em Paris. Com um talento excepcional, Marcel Mangel, que tinha entretanto mudado o apelido para Marceau, afim de evitar perseguições e discriminações por ser de origem judaica, foi integrado numa companhia de teatro, para fazer o papel de Arlequim. O desempenho foi tão bem recebido que se sentiu incentivado para representar o seu primeiro “mimodrama” no Teatro Sarah Bernhardt. A crítica positiva foi unânime e a carreira de Marceau, como mímico, começou desde logo a consolidar-se.
Inspirando-se em comediantes como Chaplin, Buster Keaton, Irmãos Marx, nos "clowns" da Comédia Dell’arte italiana, além dos gestos estilizados da ópera chinesa e do teatro japonês Noh, Marceau criou Bip, o palhaço de cara pintada, casaco às riscas e chapéu de seda com uma flor espetada, significando a fragilidade da vida (1947). As desventuras de Bip fizeram com que Marceau fosse reconhecido como um fora de série. Os seus exercícios silenciosos, que incluíam trabalhos clássicos e sátiras de tudo e de todos, foram descritos como trabalhos de génio. Em 1949, após receber o “Prémio Deburau”, formou a sua “Compagnie de Mime Marcel Marceau”, única companhia de pantomima do mundo naquela época. Actuou nos principais teatros de Paris assim como noutras casas de espectáculo mundiais. Em 1959-60, uma retrospectiva dos seus “mimodramas” esteve em cartaz durante um ano, no Amibigu Théâtre em Paris. Actuou no mundo inteiro a fim espalhar a "arte do silêncio": Estados Unidos, Canadá, América do Sul, África, Austrália, China, Japão, Sudeste Asiático, Rússia e Europa. A sua última digressão cobriu os Estados Unidos em 2004, a Europa em 2005 e a Austrália em 2006. A arte de Marceau tornou-se familiar a milhões de pessoas mercê também das suas apresentações na televisão. O seu primeiro trabalho na TV ganhou o cobiçado prémio Emmy.
Mostrou igualmente a sua versatilidade em alguns filmes, como “First Class”, em que representou 17 personagens diferentes. Publicou vários livros, incluindo fotografias para crianças, poesias e ilustrações.
Em 1978 criou a sua própria escola em Paris: “École Internationale de Mimodrame Marcel Marceau”. Em 1996 criou a “Marceau Foundation” para promover a sua arte nos Estados Unidos.
O governo francês conferiu-lhe a honra mais elevada, fazendo dele "Oficial da Legião de Honra" e, em 1978, recebeu a "Médaille Vermeil de la Ville de Paris". Em Novembro de 1998 foi nomeado "Oficial Nacional da Ordem ao Mérito". Era membro eleito das Academias de Belas Artes de Berlim e de Munique e da “Academia de Belas Artes do Institut de France”. Recebeu ainda o título de Doutor Honoris Causa da Universidade do Estado de Ohio, do Linfield College, da Universidade de Princeton e da Universidade de Michigan.
Em 2002, Marceau aceitou a honra e a responsabilidade de servir como Embaixador da Boa Vontade das Nações Unidas para o Envelhecimento.
Morreu de crise cardíaca aos 84 anos, sendo inumado no célebre cemitério Père-Lachaise em Paris.

domingo, 21 de setembro de 2008

EFEMÉRIDE Luis Cernuda Bidón, poeta e crítico literário espanhol, nasceu em Sevilha no dia 21 de Setembro de 1902. Faleceu na cidade do México em Novembro de 1963.
Filho de um militar que lhe impunha a disciplina rígida e intransigente dos quartéis, desde muito cedo esses valores entraram em choque com a sua natureza tímida e retraída. Em 1919 ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de Sevilha onde conheceu Pedro Salinas, seu professor, que o introduziu no mundo literário.
Mudou-se depois para Madrid onde entrou em contacto com vários intelectuais que constituiriam a chamada "Geração de 27". Foi precisamente em 1927 que publicou a sua primeira obra: "Perfil Del Aire".
Trabalhou durante um ano como leitor de espanhol na Universidade de Toulouse, onde começou a escrever os poemas de seu livro "Un rio, un amor" (1929).
Quando foi proclamada a República, recebeu-a com entusiasmo e mostrou-se disposto a colaborar em tudo o que significasse transformar a Espanha num país mais tolerante, liberal e culto. Em 1934, publicou "Donde Habite el olvido".
Durante a Guerra Civil, participou activamente nas trincheiras culturais, fundando a revista “Hora de España”. Participou igualmente no "II Congresso de Intelectuais Antifascistas" realizado em Valência.
Em 1938 deslocou-se a Inglaterra para a realização de algumas conferências, mas já não regressou ao seu país, começando um longo e triste exílio.
Em 1947 conseguiu uma cadeira de professor na Universidade americana de Mount Holyok onde permaneceu até 1952, mudando-se então para o México. Em 1956 publicou "Con las Horas Contadas". Escreveu diversos ensaios literários e colaborou em revistas e periódicos mexicanos como o "Excelsior" ou e "Novedades".
A poesia de Cernuda é uma poesia de meditação que, segundo Octávio Paz, consiste em quatro etapas: os anos de aprendizagem, a juventude, a maturidade e o começo da velhice. Durante o período da “juventude” aderiu ao surrealismo. Nos seus anos de “maturidade” começou a escrever “Las nubes” (1940), um dos mais belos livros sobre a Guerra de Espanha. A “velhice” leva-o a um estilo mais seco e duro, renunciando a “ornamentos” e privilegiando conceitos essenciais. A plenitude desta época é atingida com “Desolación de la Quimera”, escrito um ano antes de morrer.

sábado, 20 de setembro de 2008

Acontece...

Eu quero um destes!!

EFEMÉRIDEUpton Beall Sinclair, escritor norte-americano, nasceu em Baltimore, no Maryland, em 20 de Setembro de 1878. Morreu em Bound Brook no dia 25 de Novembro de 1968. Autor bastante fecundo, publicou cerca de cem livros, muitos deles traduzidos em mais de 50 idiomas.
Para pagar os seus estudos no City College em Nova Iorque e depois na Universidade de Columbia, escreveu artigos de humor e pequenas histórias para diversos jornais.
Entre as suas obras mais importantes contam-se: “A selva”, publicada em 1905, onde denunciou as horríveis condições de vida e de trabalho dos operários na indústria de carne em Chicago; “Petróleo!” (1927); “O fim do mundo”, uma série de onze volumes independentes publicados entre 1940 e 1949. Um deles, “Os dentes do Dragão” (1942), recebeu o Prémio Pulitzer no ano seguinte.
Sinclair foi um dos promotores do Socialismo nos Estados Unidos. O essencial da sua vida foi passado em Pasadena na Califórnia, em Buckeye no Arizona e, por fim, em Bound Brook - Nova Jersey. A sua casa da Califórnia está classificada como património histórico (National Historic Landmark).
Escreveu igualmente algumas peças de teatro e o seu romance “Petróleo!” seria adaptado ao cinema, oitenta anos após a sua publicação, com o título “There Will Be Blood”.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

EFEMÉRIDE William Gerald Golding, romancista e poeta britânico, vencedor do Prémio Nobel de Literatura em 1983, nasceu em St. Columb Minor, Cornualha, no dia 19 de Setembro 1911. Faleceu em Perranarworthal, em 19 de Junho de 1993, vítima de insuficiência cardíaca.
Em 1935 publicou uma pequena colecção de poemas e, no mesmo ano, licenciou-se em Literatura Inglesa na Universidade Oxford. Trabalhou durante algum tempo num pequeno teatro, como autor, actor e produtor.
Em 1939 foi professor de Inglês e Filosofia em Salisbury. Mobilizado para a Marinha em 1940, quando da 2ª Guerra Mundial, participou no afundamento do navio alemão Bismarck e, também, no desembarque das tropas aliadas na Normandia em 1944. Depois da guerra, retomou as funções docentes em Salisbury até 1962, ano em que passou a dedicar-se inteiramente à Literatura. Pertenceu à corrente pós modernista inglesa.
O seu romance de estreia foi “O Senhor das Moscas”, publicado em 1954. Seguidamente publicou “Os Herdeiros” (1955) e “Queda Livre” (1959), entre outros títulos. No ano de 1980, “Ritos de Passagem” rendeu-lhe o “Booker Prize” inglês, um dos mais importantes prémios literários do mundo.
Cinco anos após ter ganho o Prémio Nobel recebeu o título de Cavaleiro do Império Britânico. Quando morreu deixou um romance inacabado: “A Língua Dupla”.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

EFEMÉRIDEAmérico de Deus Rodrigues Tomás, Thomaz na ortografia arcaica, Almirante e último Presidente da República da ditadura salazarista, faleceu em Cascais no dia 18 de Setembro de 1987. Nascera em Lisboa, em 19 de Novembro de 1894.
Foi Ministro da Marinha em 1944. Em 1958, foi candidato à Presidência da República, escolhido pela União Nacional, partido único de então. Teve como adversário o General Humberto Delgado e os resultados eleitorais foram uma fraude, facto que foi comprovado após a Revolução dos Cravos. Na sequência da agitação social gerada pelo escrutínio, que era manifestamente contrário à vontade da maioria da população, as eleições presidenciais deixaram de ser directas, passando a ser da responsabilidade de um colégio eleitoral, constituído exclusivamente por membros da União Nacional. Desta forma, Salazar punha de parte a possibilidade de qualquer tipo de mudança democrática pelo voto popular, isto apesar do Presidente ser uma mera figura simbólica e decorativa. Américo Tomás era conhecido pelo “corta fitas”, alusão à sua ocupação principal: as inaugurações. Eram inúmeras as piadas que se contavam a seu respeito, algumas verídicas. Célebre aquela dedução "assaz inteligente", durante uma das suas inaugurações: «É a primeira vez que aqui estou, desde a última que cá estive» …
Uma só vez usou verdadeiramente os poderes presidenciais. Foi para demitir Salazar, quando este em 1968 caiu duma cadeira e sofreu um acidente vascular cerebral. Nomeou para lhe suceder Marcelo Caetano, passando a ser a figura central do núcleo duro do regime, que achava estarem algumas reformas a ir longe demais.
Américo Tomás foi reeleito segundo o novo método em 1965 e 1972. Quando se deu o 25 de Abril de 1974 encontrava-se a meio do terceiro mandato, que se deveria prolongar até 1979. Foi demitido do cargo e expulso compulsivamente da Marinha, tendo sido enviado para a ilha da Madeira, donde partiu para o exílio no Brasil. No fim da década de 1970 foi autorizado a regressar a Portugal, onde veio a falecer, aos 92 anos, após uma cirurgia.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

EFEMÉRIDEGuillaume Victor Émile Augier, poeta e dramaturgo francês, nasceu em Valence (Dauphiné) no dia 17 de Setembro de 1820. Faleceu em Croissy-sur-Seine, em 25 de Outubro de 1889.
Recebeu uma educação esmerada e, quando a família se instalou em Paris (1828), prosseguiu os seus estudos no Liceu Henry IV. Licenciou-se depois na Faculdade de Direito. Paralelamente à sua actividade na barra dos tribunais, começou a escrever as primeiras peças de teatro.
Em 1844, o drama “La Ciguë” teve enorme sucesso, o que o lançou na carreira de dramaturgo, sempre pontuada por grandes êxitos. A comédia “Gabrielle” obteve em 1849 o Prémio Montyon. Foi eleito para a Academia Francesa de Letras em 1857.
Em 1862, “Le Fils de Giboyer”, que ataca o clericalismo, só pôde ser representada após intervenção pessoal de Napoleão III. A sua última comédia (Les Fourchambault) foi representada em 1878.
Em 1897, foi inaugurado na sua terra natal um monumento grandioso em que ele era representado rodeado de várias musas. Foi destruído em 1942, durante a 2ª Guerra Mundial, quando o metal que o compunha foi requisitado pelos ocupantes alemães.
Émile Augier foi Senador no fim do Império e era Grande Oficial da Legião de Honra Francesa.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

EFEMÉRIDEDavid Copperfield, nome artístico de David Seth Kotkin, prestidigitador e ilusionista americano de renome mundial, nasceu em Metuchen, Nova Jersey, no dia 16 de Setembro de 1956.
É conhecido pela conjugação de ilusões espectaculares com a sua habilidade para contar histórias. Os seus feitos mais famosos são: fazer desaparecer a Estátua da Liberdade em Nova Iorque, levitar sobre o Grand Canyon, sair de uma camisa-de-forças e passar através da Muralha da China.
Começou a actuar profissionalmente aos 12 anos, com o pseudónimo de Davino, participando em aniversários e festas na sua terra natal. Cobrava cinco dólares por cada actuação. Tornou-se assim o mais jovem membro admitido na Sociedade dos Mágicos Americanos. Aos 16 anos ensinava Mágica na Universidade Fordham de Nova York. Abandonou os estudos quando foi contratado para a comédia musical, “O Homem Mágico”, produzida em Chicago. Utilizou aí pela primeira vez o nome que o tornaria famoso: “David Copperfield”. Neste espectáculo cantava, dançava e era autor de todas as ilusões exibidas.
Em 1977 o canal de televisão ABC contratou-o para várias séries de magia que tiveram enorme êxito. Recebeu mais de vinte Emmy Awards, recompensa suprema para emissões televisivas.
Em 1982 fundou o Project Magic, um programa de reabilitação destinado a pessoas com deficiências, para recuperarem faculdades perdidas ou danificadas. O programa, reconhecido pela Associação Norte-Americana de Terapia Ocupacional, é actualmente praticado em mais de mil hospitais em todo o mundo.
Copperfield tenta preservar para as futuras gerações a história da arte da magia. Para isso tem um museu de livros, acessórios antigos e outros factos históricos relacionados com conjurações. A vasta colecção, conhecida como “Museu e Biblioteca Internacionais das Artes de Conjuração”, localiza-se em Las Vegas, no Nevada.
Globalmente, pode dizer-se que a sua obra é marcada por uma constante procura de novas cenografias, o que leva as pessoas a quase aceitarem como realidade o ilusionismo. As suas assistentes são incluídas activamente nos espectáculos, não sendo meros objectos de “decoração”. Outra faceta deste ilusionista é a gestão do que ele chama “clímax” nos espectáculos de evasões. Sabe-se que ele vai conseguir, mas ele procura sistematicamente manter a dúvida nos espectadores.
Elegante, feérico, sensual, inventivo, espectacular, técnico e com sentido de humor, David é um ilusionista completo, só comparável ao grande Roberto Houdini no seu tempo.
Segundo a revista Forbes, Copperfield era em 2003 a décima celebridade mais bem paga do mundo, cantores e actores de cinema incluídos.
Manteve uma relação durante seis anos com a também famosa modelo Claudia Schiffer (anos 90).
Segundo o livro Guiness dos Recordes ele vendeu mais bilhetes para os seus espectáculos que qualquer outro artista. Possui também uma estrela no Passeio da Fama em Hollywood. Está representado no Museu Tussauds (figuras de cera) de Londres. Em França, foi o primeiro mágico a ser feito Cavaleiro das Artes e das Letras. Recebeu igualmente o Living Legend Award da Biblioteca do Congresso Americano e já foi representado em selos postais de seis países.

LÁGRIMA
(quadras)

Lágrima envergonhada
pela face a deslizar
é felicidade negada
enquanto a Paz não chegar.

Lágrima por ti vertida
em cima do meu caixão
será a prova sentida
de eu não ter vivido em vão!

Gabriel de Sousa

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

EFEMÉRIDELya Fett Luft, romancista, poetisa e tradutora brasileira, nasceu em Santa Cruz do Sul, no dia 15 de Setembro de 1938. É igualmente professora universitária e colunista da revista Veja.
Luft já traduziu para a língua portuguesa mais de uma centena de livros, entre os quais obras de autores consagrados como Virginia Woolf, Rainer Maria Rilke, Hermann Hesse, Günter Grass e Thomas Mann.
Licenciou-se em Pedagogia e Letras Anglo Germânicas, trabalhando desde os vinte anos como tradutora de alemão e inglês. Tem mestrados em Literatura Brasileira e Linguística Aplicada.
Considerada uma menina inteligente e contestatária, aos onze anos já recitava poemas de Goethe e Schiller. Aos dezanove anos converteu-se ao catolicismo, espantando os pais que eram luteranos. A família tinha-se entretanto mudado para Porto Alegre.
Lya é divorciada uma vez e viúva duas, a última das quais do primeiro marido com quem voltara a casar-se.
Começou a escrever poemas em 1964, reunidos no livro “Canções de Limiar”. Em 1972 publicou o segundo livro de poemas, intitulado “Flauta doce”. Em 1978 lançou o primeiro livro de contos “Matéria do Quotidiano”. Em 1980 estreou-se no romance, com “As parceiras”.
O quarto fechado” de 1984 foi lançado nos Estados Unidos da América sob o título “The Island of the Dead”. Em 1996 publicou “O Rio do Meio” considerada a melhor obra de ficção do ano.
Em 2001 recebeu o Prémio União Latina de Melhor Tradução Técnica e Científica. Muitos dos seus livros estão traduzidos em alemão, inglês e italiano.
Lya Luft é conhecida pela sua luta contra os estereótipos sociais. «Essa coisa de obrigarem as pessoas a serem atletas… Hoje é quase uma obrigação: a ordem é fazer sexo sem parar, o tempo todo. A ordem é não fumar, não beber. Quem não for resistente acaba enlouquecendo. E a vida fica para trás. Hoje as pessoas estão sofrendo muito. Um sofrimento absolutamente desnecessário. Especialmente as mulheres, que fazem plástica logo que vêem uma ruga no rosto». Lya Luft deixa no entanto bem claro que nada tem contra as cirurgias plásticas, mas contra o rumo disso tudo. «Na ambição de serem sempre jovens, as mulheres acabam perdendo o próprio rosto».
Lya Luft é uma gaúcha, que faz cada vez mais o que já gostava de fazer desde muito nova: jogar com as palavras e com os personagens, criar, inventar, cismar e sondar o insondável. Não gosta de discutir teorias literárias, especialmente quando se referem à sua obra. Não quer pertencer a grupo nenhum. Quer, muito simplesmente, ser livre!

Acunptura num consultório chinês...

domingo, 14 de setembro de 2008

ESTE MAR QUE NOS ABRAÇA

I

Nunca o mar nos separou
do mundo a descobrir,
apenas aproximou
tudo o que estava p’ra vir.

II


Abraçando esta nação,
o mar nunca foi um muro.
Ele foi traço de união
entre nós e o futuro.

III


Este mar que nos abraça,
num constante renovar,
dá ao nosso povo a graça
dum futuro a conquistar.


Gabriel de Sousa
EFEMÉRIDE Israel "Cachao" López, genial contrabaixista e compositor cubano, nasceu em Havana no dia 14 de Setembro de 1918. Morreu em Coral Gables, na Florida, em 22 de Março de 2008, devido a complicações resultantes de insuficiência renal.
É uma lenda da música cubana. O seu enorme talento deu-lhe direito a obter uma estrela no Passeio da Fama em Hollywood e é considerado como "o inventor do mambo". Era um mestre em improvisações.
Juntamente com o irmão Orestes, compôs mais de 3.000 canções, sendo muito influente na música cubana desde 1930, ano em que precisamente criou uma "nova música", com a introdução de ritmos africanos. Tinha nascido o Mambo!
Cachao saiu de Cuba em 1962 com destino a Madrid, onde permaneceu um ano antes de emigrar para os Estados Unidos. Ganhou vários prémios Grammy entre 1995 e 2005. Um seu sobrinho (Orlando "Cachaíto" López) tocou no famoso Buena Vista Social Club.
Cachao actuou com artistas muito influentes e a sua música apareceu em vários filmes de sucesso. O actor Andy Garcia produziu em 1993 o documentário “Cachao... Como o seu ritmo não há dois”, que teve grande êxito.

Que tal este golpe? (Karaté)

sábado, 13 de setembro de 2008


EFEMÉRIDEMaurice-Alexis Jarre, compositor francês de música de filmes, nasceu em Lyon, França, em 13 de Setembro de 1924. É pai do compositor de música electrónica Jean Michel Jarre.
Tornou-se famoso por ser autor das bandas sonoras de filmes de grande sucesso. Já ganhou três Óscares, 4 Globos de Ouro e 1 Grammy. Possui uma estrela na Calçada da Fama no Hollywood Boulevard.
Além de composições para cinema e teatro, também compôs música para ballets, concertos, óperas e cantatas. Interessou-se pela música durante a adolescência e, contra a vontade do pai, inscreveu-se no Conservatório de Paris, onde estudou percussão, composição musical e harmonia. Foi depois Director musical do Teatro Nacional Popular durante doze anos (1951/1963). Nos anos 1950 compôs músicas para filmes de curta-metragem de vários realizadores, entre eles Alain Resnais.
Começou a notabilizar-se quando foi convidado para compor a música para o filme “Lawrence da Arábia” (1962), que lhe rendeu o primeiro Óscar. Começava assim a sua carreira em Hollywood. Colaborou em mais três filmes de David Lean: “Doutor Jivago” (1965), “A Passage to Índia” (1984) e “Ryan's Daughter”, os dois primeiros também premiados com Óscares das Melhores Bandas Sonoras Originais.
A música de “Doutor Jivago” ganhou igualmente um Grammy em 1967. Recebeu ainda um Globo de Ouro em 1995 com a música de “A Walk in the Clouds”.
Embora não premiadas, são também suas as músicas de muitos outros filmes famosos, tais como: “Paris brûle-t-il?” (1966), “Os Danados” (1969), “Jesus da Nazaré” (1977) e “Shogun” (1980). É autor igualmente da música que abre os célebres Festivais de Avinhão.
EFEMÉRIDE Stanisław Lem, escritor de ficção científica polaco, nasceu em Lwów, hoje Lviv na Ucrânia, em 12 de Setembro de 1921. Faleceu em Cracóvia no dia 27 de Março de 2006, após doença prolongada.
Os seus livros, que são construídos à volta de uma visão crítica do comportamento humano, foram traduzidos em cerca de quarenta línguas, tendo sido vendidos mais de 27 milhões de exemplares. Stanisław Lem chegou a ser, em determinada época, o escritor de ficção científica mais lido em todo o mundo.
Educado segundo os preceitos cristãos, mais tarde veio a definir-se como ateu «por razões de ordem moral». Seguiu a profissão de seu pai, que era médico, tendo iniciado os estudos de Medicina antes da 2ª Guerra Mundial e finalizando-os depois do conflito. Dedicava-se à literatura apenas nos tempos livres.
Stanisław Lem escreveu muito acerca da impossibilidade de comunicação entre humanos e extraterrestres e sobre o futuro tecnológico da humanidade. Ele era um adepto da civilização ocidental e, apesar de viver num regime comunista, as suas obras continham por vezes severas críticas ao colectivismo estatal.
Lem foi nomeado em 1973 membro honorário da “Science Fiction Fantasy Writers of América” (SFWA). A SFWA anularia esta decisão em 1976, depois dele criticar a «baixa qualidade da ficção científica» nos Estados Unidos.
Em 1977 foi homenageado como cidadão honorário de Cracóvia, onde viria a morrer em 2006, vítima de problemas cardíacos.

Filme julgamento no Iraque (legendado)

Os bancos adaptam-se aos tempos que correm...

11 DE SETEMBRO

Até eu, que não acredito em Deus,
Orei.
Orei pelos que morreram,
Orei pelos que desapareceram,
Orei pelos pais sem filhos,
Orei pelos órfãos,
Orei pelos lares destruídos,
Orei pelos irmãos sem irmãos,
Orei pelos amigos sem amigos,
Orei pelos que não puderam voltar a casa!
E chorei.
Chorei olhando as labaredas e os aviões,
Chorei vendo os destroços e o pânico,
Chorei com as dores que vi nos rostos...
E pensei.
Pensei que os dias seguintes não iam ser fáceis,
Pensei como tinha sido possível tal barbárie!
(Seguramente, se Deus existisse,
Os carrascos e seus aliados seriam castigados,
Nem que levasse algum tempo...)
Sim, orei e chorei em Santiago do Chile,
No dia 11 de Setembro de 1973...

Olhando as Torres de Nova Iorque a arder,
Quase três décadas volvidas,
Orei de novo por vítimas inocentes,
Chorei de novo com o sofrimento alheio,
Continuei a não acreditar em (nenhum) Deus!

Gabriel de Sousa

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

EFEMÉRIDEAbade Correia da Serra, cientista português, morreu nas Caldas da Rainha em 11 de Setembro de 1823. Nascera em Serpa no dia 6 de Junho de 1750. As suas investigações incidiram sobretudo nas áreas da Botânica e da Geologia.
Com grande prestígio, conviveu com os grandes cientistas da sua época e publicou valiosos trabalhos em várias revistas de renome.
Foi dos primeiros cientistas portugueses a dar a Portugal o prestígio necessário, para que o desenvolvimento científico se acentuasse no país.
Correia da Serra fez muitas investigações no ramo da Botânica e da Paleontologia. O método de Anatomia Comparada (aplicação de termos de classificação da Zoologia à Botânica), que o Abade Serra adoptou, permitiu que se agrupassem plantas em “famílias”. Para além disso, participou num dos mais relevantes estudos da época, que veio auxiliar o conhecimento das características funcionais e estruturais das plantas, e logo a sua classificação.
O seu principal contributo para a Biologia (e para todas as áreas científicas) foi a fundação da Academia das Ciências de Lisboa, em conjunto com o Duque de Lafões.
Figura de relevo do Iluminismo Português, o Abade Correia da Serra é conhecido também pelas funções diplomáticas que desempenhou, nomeadamente as de embaixador de Portugal nos Estados Unidos da América.
No intuito de escapar a perseguições políticas e religiosas, procurou muitas vezes refúgio além fronteiras, tendo viajado frequentemente pela Europa e pelos Estados Unidos. Relacionou-se com naturalistas e políticos estrangeiros de primeiro plano, mas manteve sempre ligações com o país natal.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008


EFEMÉRIDEMário Zanini, pintor brasileiro, nasceu em São Paulo no dia 10 de Setembro de 1907. Morreu na mesma cidade, em 16 de Agosto de 1971.

Filho de imigrantes italianos, estudou na “Escola Profissional Masculina do Brás” e no “Liceu de Artes de Ofícios”, tendo participado - a partir dos anos 1930 - nas principais exposições colectivas organizadas no Brasil, sempre bem recebido pela Crítica. Quando podia, saía da cidade, para pintar ao ar livre nos subúrbios, em pequenas terras vizinhas ou no litoral. Pertenceu ao “Grupo Santa Helena”, núcleo da futura “Família Artística Paulista”. O que o distinguia dos demais integrantes daqueles grupos eram as suas cores, intensas e profundas, com pendor naïf.
Em 1950 fez uma viagem de estudos pela Europa, onde tomou contacto com o Modernismo francês. Participou em várias Bienais de São Paulo.
A partir de 1968 leccionou na Faculdade de Belas Artes de São Paulo e fez parte de vários júris de certames artísticos.
Três anos após o falecimento de Zanini, foi organizada uma retrospectiva da sua obra, que reuniu 39 quadros, que estavam em poder de coleccionadores e amigos. Em 1976 foi feita nova exposição, então com 205 trabalhos, que incluíam pinturas, desenhos, gravuras e cerâmicas.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

EFEMÉRIDEStéphane Mallarmé, de seu verdadeiro nome Étienne Mallarmé, poeta, ensaísta e crítico literário francês, faleceu em Valvins no dia 9 de Setembro de 1898. Nascera em Paris, em 18 de Março de 1842.
Mallarmé publicou os seus primeiros poemas na revista "Parnaso Contemporâneo", editada na capital francesa nos anos 1860. Anos depois, conheceu os poetas Rimbaud e Paul Verlaine.
Mallarmé utilizava muitos símbolos para expressar as suas ideias. Tudo o que escrevia caracterizava-se pelo ritmo, pela musicalidade, por experimentações gramaticais e por pensamentos repletos de alusões que, por vezes, tornavam os seus textos herméticos e obscuros. Foi ele no entanto que renovou a poesia francesa, influenciando ainda hoje alguns poetas.
Costumava reunir na sua casa de Paris a elite intelectual da época, para sessões de leitura e conversas sobre artes e letras. Entre os convidados, estavam frequentemente André Gide e Oscar Wilde. Os seus comentários críticos sobre literatura, arte e música estimularam notavelmente os escritores Simbolistas, bem assim como os artistas e compositores da Escola Impressionista.
Mallarmé desempenhou um papel fundamental na evolução da literatura do século XX, especialmente nas tendências Futuristas e Dadaístas. Esteve também entre os precursores da poesia Concreta, ao lado de Guillaume Apollinaire e Ezra Pound.
Stéphane Mallarmé morreu sem ter conseguido concluir a grande obra da sua vida. A “Grande Obra” era um projecto que ele revelou em cartas enviadas aos seus melhores amigos. Reformou-se por razões de saúde em 1893. No ano seguinte ainda deu conferências nas Universidades de Cambridge e de Oxford.
Um dia antes de morrer com um espasmo na laringe, Mallarmé pressentiu o fim e pediu à mulher e à filha que queimassem todos os seus escritos. Felizmente que elas não cumpriram esse desejo. As suas obras, mesmo as póstumas, continuam a ser reeditadas regularmente, decorridos mais de cem anos após a sua morte.

VINGANÇA - Às vezes, apetecia mesmo fazer isto...

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

EFEMÉRIDE August Wilhelm von Schlegel, poeta, filósofo, tradutor e crítico alemão, nasceu em Hanôver no dia 8 de Setembro de 1767. Morreu em Bona, em 12 de Maio de 1845.
Filho de um pastor luterano, estudou no Hannover Gymnasium e na Universidade de Göttingen. Juntamente com o seu irmão Friedrich, o principal filósofo do romantismo alemão, fundou a revista Athenaeum, porta-voz do Movimento Romântico.
Foi professor a partir de 1798 e, simultaneamente, começou a traduzir Shakespeare para a língua alemã, tradução que é considerada uma das melhores a nível mundial. Nesta época conheceu os escritores Goethe e Schiller.
Foi publicando igualmente livros de poemas e ensaios. Traduziu para alemão várias obras escritas em espanhol (Cervantes entre outros), em português (Camões) e em italiano (Dante entre outros).
Em 1807 publicou um ensaio em língua francesa (Comparaison entre la Phèdre de Racine et celle d'Euripide), em que atacava o classicismo francês, do ponto de vista da escola romântica. Muitas das suas obras foram traduzidas para as principais línguas europeias.
Foi professor de Literatura na Universidade de Bona em 1818 e, durante o resto da sua vida, ocupou-se sobretudo de Estudos Orientais. Iniciou também, na Alemanha, o estudo de línguas asiáticas. Entre 1820 e 1830 fundou a Biblioteca Indiana de Bona.
Nos seus últimos anos, Schlegel renegou algumas teorias românticas da sua juventude e acabou por combater os seus amigos de outrora, Schiller, Goethe e o próprio irmão.

domingo, 7 de setembro de 2008

O VELHO E O MAR

Hoje, após o almoço, dirigi-me para a Baixa, estacionei o carro num parque e apanhei um cacilheiro para a margem sul. Durante a viagem, reparei num ancião que estava encostado á amurada e que tinha um comportamento fora do vulgar. Olhava para o mar, sorria, gritava, batia palmas e quase que pulava apesar da idade. Não fosse o diabo tecê-las, dirigi-me para ele, com ar despreocupado.
- Então tudo bem?Voltou a cabeça e olhou-me com uns olhos vivos e brilhantes.
- Então não havia de estar, amigo? Aqui onde me vê, já tenho quase oitenta anos e nunca tinha visto o mar. Estou a olhá-lo pela primeira vez.
- Como assim?
- Sou de Bragança e vim numa excursão organizada pela
Junta de Freguesia de Espinhosela, no Parque Natural de Montesinho, conhece?
- Não. Nunca lá fui.
- Os meus companheiros de excursão foram dar uma volta pela cidade, visitar museus, ver o zoo e sei lá mais o quê. Eu, ainda em Bragança, disse logo que vinha, mas só para ver o mar. Prometi ao meu neto contar-lhe como ele é.
- Então e está a gostar?
- Imenso. Nem sei se conseguirei explicar-lhe tudo o que estou a ver e a sentir. O mar tão depressa está manso e parece um espelho, como se altera e ruge como um leão. Esta ondulação, passando por baixo do barco parece que nos quer embalar. E este cheiro que eu nunca saberei transmitir! É a isto que vocês chamam
maresia, não é?
- É sim. Eu também gosto muito do mar. Venho muitas vezes aqui só pelo prazer de andar de barco. Se o senhor…
- Ricardo Silva ao seu dispor!
- Eu chamo-me Carlos Trigueiro, sou viúvo e estou reformado há dois anos. Se o amigo Ricardo tivesse tempo, no regresso levava-o a dar um passeio à beira mar. Podíamos ir até ao Estoril e Cascais e ver mesmo a
Boca do Inferno.
- Ai Jesus, como eu adorava! Mas vai ter de me escrever num papel todos esses nomes que está a dizer, para que eu possa contar tudo ao meu Pedrinho. Tenho de estar na
Praça do Comércio às 20 horas, acha que dá tempo?
- Se voltarmos no mesmo barco vai dar.
- Então aceito, mas deixe-me ajudar no custo da gasolina.
- Nem fale nisso homem!
Passados três quartos de hora já íamos a rolar pela Marginal.
- Agora vou um pouco mais depressa até Cascais. No regresso virei mais devagar, pois o mar ficará à sua direita e poderá ver melhor.
- Sou um homem de sorte amigo Carlos. Obrigado. Deus lhe pague.

Quando o deixei cerca das oito da noite no
Terreiro do Paço, já os companheiros o esperavam. Despedimo-nos com um abraço e prometi visitá-lo em Bragança.
- Levo os olhos cheios de mar e sinto-me vinte anos mais novo. Acha que o meu neto vai notar?
- Com certeza que sim.
Subiu para o autocarro e este, dois minutos depois, arrancava rumo ao Nordeste Transmontano. Fiquei a acenar-lhe de longe e a pensar como coisas simples podem fazer a felicidade de alguém.

Gabriel de Sousa
NBPrémio Extra Concurso no XI Concurso Literário da Academia Antero Nobre – 2008 (Pedreiras – Porto de Mós)

“O MEU MINISTRO PREFERIDO” (Portugal)
(sextilhas humorísticas)

JAMAIS

Lino é o meu preferido
Porque mais esclarecido
E bem sabe como é:
Que importa Ota - Alcochete,
TGV ou um foguete?
Lisbon Airport é “Jamé”!

INDEPENDENTE” *

O “Primeiro” é a escolha!
Amante da lei da rolha,
A correr não se faz caro,
O que promete não faz,
É deveras bom rapaz
Com curso “Farinha Amparo”…

TIO PATINHAS” **

Como amo o das Finanças!
Trata-nos como crianças,
Corta aqui e de outros lados
E, para mais nos lixar,
Agora foi inventar
Imposto sobre noivados…

GAFEIRO

As belas gafes do Pinho
Merecem o meu carinho:
P’ra ele, somos otários,
Abre e fecha as empresas
E deixa as pessoas tesas,
Gabando os baixos salários.

DOIS EM UM

Com um sorriso ou mais rude,
Vão tratando da Saúde
…Deixei de viver em ânsias,
P’ra que servem hospitais
Se gostamos muito mais
Ter partos em ambulâncias?

Gabriel de Sousa

*
1º Prémio no XI Concurso Literário da Academia Antero Nobre – 2008 (Pedreiras – Porto de Mós)
** 4º Prémio no XI Concurso Literário da Academia Antero Nobre – 2008 (Pedreiras – Porto de Mós)
PEDREIRAS
(quadras)


1

Sou um feliz forasteiro
Em Pedreiras, terra antiga…
…Vi na Batalha um mosteiro
Com pedra aqui extraída.

2

As olarias e louças
São belas e verdadeiras…
… Mais bonitas, só as moças
Que encontramos em Pedreiras! *
3

A Academia do Nobre
Em Pedreiras se refina:
- É belo manto que a cobre
De cultura genuína!

Gabriel de Sousa

* Menção Honrosa no XI Concurso Literário da Academia Antero Nobre – 2008 (Pedreiras – Porto de Mós)
EFEMÉRIDE Elia Kazanjoglous, conhecido por Elia Kazan, realizador greco-americano, nasceu em Constantinopla, na Turquia, em 7 de Setembro de 1909. Morreu em Nova Iorque no dia 28 de Setembro de 2003.
Começou por ser um notável realizador de espectáculos na Broadway, durante os anos 1940, passando a dedicar-se ao cinema na década seguinte.
Como ponto negro da sua vida, o facto de ter denunciado alguns colegas comunistas ao “Comité de Investigações de Actividades Anti-Americanas” durante o tristemente célebre período da “Caça às Bruxas” nos Estados Unidos. Mais tarde arrepender-se-ia do seu acto, aflorando-o tema num dos seus filmes interpretado por Marlon Brando.
Foi nomeado seis vezes para os Óscares (uma na categoria de Melhor Filme e cinco como Melhor Realizador, tendo ganho o de Melhor Realizador em 1947 com “Gentleman's Agreement” e em 1954 com “On the Waterfront”. Recebeu igualmente um Óscar Honorário em 1999, concedido pela Academia em homenagem à sua carreira.
Ganhou quatro “Globos de Ouro” em 1947, 1954, 1956 e 1963. No Festival de Cannes de 1955 recebeu o “Prémio do Melhor Filme”. Nos Festivais de Veneza foi galardoado igualmente com quatro prémios. Em 1996, no Festival de Berlim, recebeu o “Urso de Ouro” pela sua vida dedicada ao cinema. Teve direito a uma estrela na Calçada da Fama no Hollywood Boulevard.
Entre os filmes mais conhecidos de Elia Kazan, contam-se: “Um Eléctrico chamado Desejo”, “Viva Zapata” e “A Leste do Paraíso”.

sábado, 6 de setembro de 2008

EFEMÉRIDEAkira Kurosawa, um dos realizadores mais célebres do Japão, cujos filmes influenciaram profundamente várias gerações de realizadores de todo o mundo, morreu em Setagaya no dia 6 de Setembro de 1998. Nascera em Tóquio, em 23 de Março de 1910.
Kurosawa começou por tentar ser pintor, mas não prosseguiu os estudos por falta de dinheiro. Continuou no entanto apaixonado pelas artes, principalmente pela literatura, de onde se inspirou para a grande maioria das suas obras cinematográficas. Um seu irmão era narrador de filmes no tempo do cinema mudo mas, com o advento dos filmes sonoros, viu-se desempregado e de tal modo deprimido que se suicidou aos 27 anos. A Kurosawa custou muito aceitar esta tragédia e só alguns anos depois é que ingressou na carreira cinematográfica, como assistente de realizador. Nunca mais parou de trabalhar no cinema e, de 1943 a 1965, dirigiu vinte e quatro filmes seus.
Foi o introdutor dos “filmes sobre samurais”, em que o importante era a honra acima de tudo. Sofrendo de fadiga mental, tentou suicidar-se também em 1971, golpeando os pulsos mais de trinta vezes. Em 1985, no Festival de Cinema de Cannes foi homenageado pelo seu filme "Ran" que ele próprio considerava a "obra da sua vida". Era baseado em adaptações do livro “Rei Lear” de William Shakespeare. Kurosawa adaptou igualmente ao cinema, obras dos escritores russos Dostoievski e Gorki.
Ganhou o “Leão de Ouro “ no Festival de Veneza em 1950, o “Leão de Prata” no mesmo Festival em 1954, o “Urso de Prata” do Festival de Berlim em 1958, um “César” em 1980 e a Palma de Ouro do Festival de Cannes no mesmo ano. Recebeu igualmente um Óscar do Melhor Filme Estrangeiro em 1975 e um Óscar Honorário.
Nas suas obras, Kurosawa descreveu a pobreza, a violência urbana, as destruições ambientais, a doença e a velhice.
Rashōmon foi o filme da sua consagração e, através dele, veio o reconhecimento do cinema japonês na Europa. Nos seus últimos filmes foi ajudado pelos ocidentais Serge Silberman, Francis Ford Coppola e George Lucas, o que lhe permitiu realizar filmes grandiosos, que reconstituíram o “Japão dos Shoguns” e que são verdadeiras obras de arte.
Kurosawa distinguiu-se igualmente pelo uso de teleobjectivas que lhe permitia filmar os actores de longe sem os perturbar. Era um perfeccionista que despendia toda a sua energia e tempo para atingir os efeitos desejados.
Apesar de alguns críticos japoneses o considerarem demasiado ocidentalizado, ele inspirou-se profundamente na cultura japonesa e nomeadamente no “Teatro Kabuki”.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

EFEMÉRIDEJosué Apolônio de Castro, médico, professor, nutricionista, antropólogo, geógrafo, sociólogo, escritor, político, intelectual, humanista e activista brasileiro, nasceu no Recife em 5 de Setembro de 1908. Faleceu em Paris no dia 24 de Setembro de 1973.
Concluiu o curso de Medicina aos 21 anos, na Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil. Três anos mais tarde ensinou Fisiologia na Faculdade de Medicina do Recife. Foi professor catedrático de Geografia Humana, na Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais do Recife de 1933 a 1935 e professor catedrático de Antropologia, na Universidade do Distrito Federal, de 1935 a 1938. De 1940 a 1964 foi professor catedrático de Geografia Humana na Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil.
Josué de Castro viveu três fases da história brasileira: o Governo de Getúlio Vargas (1930/1945), a experiência democrática (1945/1964) e a tomada do poder pelos militares (1964/1973), época em que foi obrigado a exilar-se. Catorze países ofereceram-lhe exílio e ele optou por França, onde viveu até à sua morte. Internacionalmente, foi testemunha dos horrores da 2ª Guerra Mundial e da polarização do mundo em torno dos Estados Unidos e da URSS, no âmbito da chamada Guerra-fria.
Chefiou em 1933 a Comissão que realizou o inquérito sobre as Condições de Vida das Classes Operárias do Recife, o primeiro desta natureza realizado no Brasil. Foi também membro da "Comissão de Inquérito para Estudo da Alimentação do Povo Brasileiro", organizado pelo Departamento Nacional de Saúde em 1936.
Em 1939, foi convidado oficial do Governo Italiano para realizar um ciclo de conferências nas Universidades de Roma e de Nápoles sobre "Os Problemas de Aclimatação Humana nos Trópicos". Vários governos convidaram-no para estudar problemas de alimentação e nutrição, entre eles a Argentina (1942), os Estados Unidos (1943), a República Dominicana (1945), o México (1945) e a França (1947).
O tema da Fome perpassa por quase todos as suas obras, algumas das quais foram objecto de estudos a nível mundial, como a “Geografia da Fome” (1947) e a “Geopolítica da Fome” (1951). A fome foi tratada por Josué de Castro sob o ponto de vista científico e social, com críticas e denúncias das relações sociais existentes.
Em 1957 publicou “O Livro Negro da Fome”, adoptando uma interpretação através do conceito de subdesenvolvimento, influenciado certamente pela actividade política que desempenhou de 1952 a 1955 na FAO (Organização para a Agricultura e Alimentação da ONU). Josué de Castro dedicou também uma atenção muito especial à fome parcial ou escondida, porque esta, segundo ele, é mais frequente e atinge um maior número de pessoas em todos os continentes.
Entre muitos cargos e distinções recebidas, salienta-se: Presidente da Sociedade Brasileira de Alimentação, de 1942 a 1944; Fundador e Director do Instituto de Nutrição da Universidade do Brasil, em 1946; Prémio José Veríssimo da Academia Brasileira de Letras, no mesmo ano; e Doutor Honoris Causa de várias Universidades estrangeiras.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Deficiente... mental!

Campanha eleitoral no Brasil... E viva o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa!!

EFEMÉRIDE Robert Schuman, político e estadista francês, considerado um dos fundadores da Comunidade Europeia, faleceu em Scy-Chazelles, França, no dia 4 de Setembro de 1963. Nascera em Clausen, Luxemburgo, em 29 de Junho de 1886.
Frequentou o ensino primário e secundário no Luxemburgo, tendo feito os estudos de Direito em Berlim, Munique, Bona e Estrasburgo. Exerceu a profissão de advogado em Metz, tendo-se aposentado, por razões de saúde, dois anos após o começo da Primeira Guerra Mundial.
Em 1919 foi eleito Deputado da Assembleia Francesa, mandato renovado até 1940. Reeleito ainda de 1946 a 1962.
Em 1939 começara a Segunda Guerra Mundial e, em Março de 1940, Robert Schuman foi nomeado Sub-secretário de Estado para os Refugiados. Meses depois, foi preso pela Gestapo e colocado secretamente na prisão de Metz. Em 1941 foi transferido para Neustadt, na Renânia, de onde conseguiu fugir e alcançar uma zona livre, em Agosto de 1942.
Presidente do Conselho em 1947, Ministro dos Negócios Estrangeiros em 1948/1952, ele foi negociador de todos os grandes tratados do final da Segunda Guerra Mundial (Conselho da Europa, Pacto do Atlântico Norte, CECA, etc.).
Propôs em 1950 colocar a produção franco-alemã de carvão e de aço sob uma Alta Autoridade comum, numa organização aberta à participação de outros países da Europa. Esta proposta levou à criação da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA), que constituiu os alicerces da actual União Europeia.
De 1958 a 1960, Schuman foi o primeiro Presidente do Parlamento Europeu, que o condecorou no final de seu mandato com o título de “Pai da Europa”. Retirou-se da política em 1962.
Um processo de beatificação de Robert Schuman foi aberto pela Igreja Católica em 1991, tendo sido ouvidas 200 testemunhas. Este processo, que conta com cinquenta mil páginas e pesa cerca de meia tonelada, encontra-se actualmente em estudo na Congregação para as Causas dos Santos no Vaticano.

Arquivo do blogue

Acerca de mim

A minha foto
- Lisboa, Portugal
Aposentado da Aviação Comercial, gosto de escrever nas horas livres que - agora - são muitas mais...