sexta-feira, 17 de outubro de 2008

EFEMÉRIDE Ba Jin, pseudónimo de Li Yaotang, escritor chinês, faleceu em Xangai no dia 17 de Outubro de 2005. Nascera em Chengdu, na província de Sichuan, em 25 de Novembro de 1904. É considerado um dos maiores e mais lidos escritores chineses do século XX. O seu pseudónimo foi inspirado nos nomes, em chinês, dos pensadores anarquistas russos Bakunine e Kropotkine, que ele muito admirava (primeira sílaba de um e última sílaba do outro).
Foi nomeado uma vez para o Prémio Nobel de Literatura. O seu livro mais famoso é autobiográfico - “Família” (1933).
Filho de um funcionário governamental (mandarim), Ba Jin desde muito novo se mostrou hostil aos ritos, formalismos e castigos em vigor na época. Desde 1919 afirmou-se como anarco-comunista. Em 1921, com 17 anos, escreveu o seu primeiro artigo anarquista na “Quinzena” de Chengdu. Colaborou também na revista “As massas em alerta” e, a partir de 1922, foi o principal responsável da revista “A Voz do Povo”.
Em 1924 deixou Chengdu (onde só voltou dezoito anos mais tarde), para integrar a “Escola de Línguas Estrangeiras Nanjing”. Ba Jin era muito dotado para línguas, incluindo o Esperanto, tendo entrado para o “Movimento Esperantista” em 1924.
Deslocava-se frequentemente a Pequim, Xangai (onde desenvolveu actividades sindicais) e Cantão. Traduziu para chinês várias obras de autores libertários.
Em 1926 deslocou-se a França, ao abrigo de um programa “meio estudo, meio trabalho”, para aprofundar os seus conhecimentos em línguas estrangeiras. Ficou neste país nos anos 1927/28, facto que marcou decisivamente a sua carreira literária.
De volta à China em 1928, Ba Jin concentrou-se na literatura, colaborando também em várias revistas. Notabilizou-se então com a publicação de uma vintena de romances, escritos entre 1928 e 1945.
O Governo Chinês convidou-o para o Conselho da Cultura e da Educação em 1950, após a fundação da República Popular da China. Em 1953 foi eleito vice-presidente da Associação de Escritores.
A Revolução Cultural dos anos 1960 trouxe-lhe muitos dissabores. Foi considerado contra-revolucionário e as suas obras foram reduzidas a cinzas, sendo privado dos direitos políticos e proibido de actividades literárias, além de ter sido vítima de várias agressões. Foi “reabilitado” em 1977, sendo eleito membro do Comité Permanente da Assembleia Nacional, vice-presidente da Associação dos Círculos Literários e de Criação Literária em 1978, presidente do Pen Clube da China em 1980 e presidente da Associação de Escritores Chineses em 1981. Em 1980 foi também vice-presidente da Liga Chinesa de Esperanto.
A nível internacional, Ba Jin viu a sua obra consagrada com várias honrarias: Prémio Dante (Itália, 1982), Comendador da Legião de Honra (França, 1983), Doutor Honoris Causa na Universidade Chinesa de Hong Kong (1984) e Prémio da Cultura Asiática de Fukuoka (Japão, 1990). Morreu cinco semanas antes de completar 101 anos.

Sem comentários:

Arquivo do blogue

Acerca de mim

A minha foto
- Lisboa, Portugal
Aposentado da Aviação Comercial, gosto de escrever nas horas livres que - agora - são muitas mais...