terça-feira, 14 de outubro de 2008

EFEMÉRIDE Katherine Mansfield, de seu verdadeiro nome Kathleen Mansfield Beauchamp, notável contista e poetiza neozelandesa, nasceu em Wellington, na Nova Zelândia, em 14 de Outubro de 1888. Faleceu em Fontainebleau, França, no dia 9 de Janeiro de 1923.
Filha de um banqueiro, com uma infância muito solitária, publicou os seus primeiros trabalhos no “High School Reporter” e na revista do Colégio Feminino de Wellington, em 1898 e 1899. Mudou-se para Londres em 1902, onde frequentou o Queen's College. Violoncelista de talento, não se sentiu muito atraída pela Literatura e, após concluir a sua educação na Inglaterra, regressou à Nova Zelândia em 1906. Foi só então que começou a escrever contos. Não gostando muito do estilo de vida provinciano da Nova Zelândia, Kathleen voltou para Londres dois anos mais tarde.
Logo se entregou à vida boémia/bissexual comum a muitos artistas e escritores da época. Com pouco dinheiro, conheceu, casou-se e separou-se do seu primeiro marido, no espaço de apenas três semanas.
Os seus escritos chamaram a atenção de várias editoras, tendo adoptado o pseudónimo pelo qual ficou conhecida, quando da publicação da sua primeira recolha de contos “Numa Pensão Alemã” (1911).
A sua vida mudaria radicalmente quando da morte do irmão, em 1915, no decorrer da Primeira Guerra Mundial. Ficou de tal modo traumatizada que os seus trabalhos passaram a reflectir quase exclusivamente as lembranças nostálgicas da sua infância na Nova Zelândia. Foi por essa altura que se relacionou profissionalmente com escritores como D. H. Lawrence e Virginia Woolf que, mais tarde, diria que «Katherine fora a única escritora da qual sentira inveja».
Embora continuasse a escrever, raramente publicava os seus trabalhos, entrando numa profunda depressão. A sua saúde ficou muito debilitada após um ataque quase fatal de pleurisia, a que se seguiu a tuberculose em 1918. Foi enquanto combatia essa doença em vários sanatórios europeus, que Mansfield começou a escrever os trabalhos pelos quais ficaria conhecida a nível mundial.
"Miss Brill", a história de uma mulher frágil, fez de Katherine um dos escritores modernistas mais proeminentes, sobretudo quando da publicação em 1920 da colecção "Bliss" (Felicidade).
Mansfield passou os últimos anos de vida na busca de curas cada vez menos ortodoxas. Em Fevereiro de 1922, consultou um médico russo que “fazia tratamentos revolucionários”. Estes tratamentos consistiam afinal em bombardear o baço com raios-X, o que lhe provocou o desenvolvimento de insensibilidade nas pernas.
Em Outubro de 1922, mudou-se para o “Instituto Gurdjieff”, perto de Fontainebleau, em França, onde ficou sob vigilância médica. Uma hemorragia pulmonar fatal, após subir uma escada a correr “para mostrar que estava bem”, prostrou-a para sempre aos 34 anos de idade.
Uma grande parte das suas prosas e poesias não foi publicada em vida, só o sendo postumamente. Alguns dos seus últimos contos mostravam já uma certa propensão para o romance, mas já não teve tempo...

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