segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

EFEMÉRIDE - Candido Torquato Portinari, um dos maiores pintores brasileiros neo-realistas, nasceu em Brodowski no dia 29 de Dezembro de 1903. Faleceu no Rio de Janeiro em 6 de Fevereiro de 1962, vítima de intoxicação com as tintas que utilizava.
Portinari pintou mais de cinco mil obras, desde pequenos esboços até gigantescos painéis e murais. Foi o pintor brasileiro que alcançou maior projecção internacional.
Nasceu numa fazenda de café no interior de São Paulo, filho de imigrantes italianos. De família humilde, começou por cursar unicamente a instrução primária, mas manifestou desde criança a sua vocação artística. Aos seis anos de idade começou a desenhar e, aos nove, participou durante vários meses nos trabalhos de restauração da igreja de Brodowski, ajudando os pintores italianos. Em 1918 “Candinho”, como era chamado carinhosamente pela família, viajou para São Paulo, onde ingressou no Liceu de Artes e Ofícios. Depois, matriculou-se na Escola Nacional de Belas Artes, na qual estudou desenho e pintura. Em 1922 executou um retrato para o Salão de Belas Artes, com o qual ganhou a medalha de bronze.
Em 1928 conquistou o “Prémio de Viagem ao Estrangeiro” da Exposição Geral de Belas-Artes. No ano seguinte Portinari partiu para a Europa, viajando pela Itália, Inglaterra, Espanha e fixando-se em Paris durante cerca de um ano. Ia diariamente a museus, onde descobriu a pintura moderna. Discutia sobre arte nos cafés e não tinha quase tempo para pintar.
Regressado ao Rio de Janeiro, passou a trabalhar a um ritmo intenso, além de participar na comissão que promoveu a reforma do Salão Nacional de Belas-Artes.
Em 1932 fez uma exposição individual das suas pinturas e, três anos depois, o quadro “Café” recebeu a segunda menção honrosa da Exposição Internacional do Instituto Carnegie, nos Estados Unidos. Em 1936 pintou o seu primeiro mural, para o Monumento Rodoviário na Estrada Rio - São Paulo. Nessa mesma época, foi nomeado professor de pintura do Instituto de Artes da Universidade do Distrito Federal. Em 1939 expôs 269 trabalhos no Museu Nacional de Belas-Artes. Antes, havia executado três grandes painéis para o pavilhão brasileiro na Feira Mundial de Nova Iorque.
Com o nascimento da sua neta Denise em 1960 passou a ocupar grande parte do seu tempo com ela. Nas “horas vagas” quedava-se a observar o mar.
Uma das obras mais importantes de Portinari, “O lavrador de café”, foi roubada do Museu de Arte de São Paulo em Dezembro de 2007, numa acção rápida que durou apenas três minutos e em que foi também levado um quadro de Picasso. Estas obras foram resgatadas e restituídas ao museu já este ano, sem terem sofrido quaisquer danos.
Em 1946 a Universidade de Chicago publicou o primeiro livro sobre a sua vida e a sua arte e, no mesmo ano, recebeu a Legião de Honra, concedida pelo governo francês. Em 1950 recebeu, em Varsóvia, a Medalha de Ouro do Prémio Internacional da Paz . Em 1955 foi considerado o “Melhor Pintor do Ano” pelo “International Fine Arts Council” e, em 1956, conquistou o Prémio Guggenheim de Pintura, por ocasião da inauguração dos seus painéis na sede da ONU.

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