segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

EFEMÉRIDEGabrielle Wittkop, escritora francesa, morreu em Frankfurt no dia 22 de Dezembro de 2002. Nascera em Nantes, em 27 de Maio de 1920.
Foi autora de uma literatura incomodativa, agressiva e provocante, por vezes fúnebre, ultrapassando frequentemente os cânones morais. O seu estilo rico e notável, assim como os temas que tratou, fizeram dela uma digna herdeira do Marquês de Sade, de Lautréamont e de Edgar Allan Poe.
Encontrou em Paris, durante a ocupação nazi, um desertor alemão homossexual, chamado Justus Wittkop, com mais vinte anos do que ela. Casaram-se no fim da guerra, união que Gabrielle qualificaria de «aliança intelectual», ela própria assumindo várias vezes também a sua homossexualidade.
O casal instalou-se na Alemanha, onde viveram até ao fim dos seus dias. Continuando a escrever em francês, colaborou no entanto em diversos jornais alemães, entre eles o “Frankfurter Allgemeine Zeitung”.
Apoiada e encorajada pelo marido, historiador e ensaísta, desenvolveu depois a sua escrita em língua alemã, publicando algumas obras em alemão que, curiosamente, nunca foram traduzidas para francês.
O marido suicidou-se em 1986, atingido pela doença de Parkinson. Gabrielle Wittkop confessou depois que o encorajara naquele sentido. Ela, por sua vez, vítima de doença oncológica pulmonar, escolheria a mesma via aos 82 anos, suicidando-se três dias antes do Natal de 2002.
Entre os seus livros mais notáveis, alguns publicados a título póstumo, salienta-se: “O Necrófilo” (1972), “A Morte de C.” (1975), “O Sonho da Razão” (2003), “O Traficante de Crianças” (2003) e “Cada vez há uma árvore que cai” (2006).

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