segunda-feira, 29 de junho de 2009

EFEMÉRIDE José Leitão de Barros, cineasta português, faleceu em Lisboa no dia 29 de Junho de 1967. Nascera também em Lisboa, em 22 de Outubro de 1896. Distingue-se dos homens do cinema da sua geração pelo sentido estético dos seus filmes e por antecipar, sem ter bases teóricas, todo um movimento cinematográfico que se dedicou à prática da antropologia visual. É o autor da primeira docuficção portuguesa e da segunda etnoficção mundial na história do cinema (Maria do Mar - 1930), tendo sido Moana - 1926, de Robert Flaherty, a primeira.
Frequentou a Faculdade de Ciências e também a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Depois de concluir um curso da Escola Normal Superior de Lisboa, foi professor do ensino secundário (desenho e matemática). Tirou igualmente o curso de arquitectura na Escola de Belas-Artes. Expôs várias obras de pintura em museus portugueses, em Espanha (no Museu de Arte Contemporânea de Madrid) e também no Brasil.
Dramaturgo, teve várias peças em cena no Teatro Nacional de Lisboa e noutras salas. Cenógrafo, foi responsável pela montagem de muitas outras peças. Jornalista, colaborou nos jornais O Século, A Capital e ABC, entre outros, e dirigiu o Domingo Ilustrado, o Notícias Ilustrado e o Século Ilustrado. Foi o principal animador da construção dos estúdios da Tobis Portuguesa, concluídos em 1933.
Organizou, a partir de 1934, vários cortejos históricos e marchas populares das Festas da Cidade, actividade que regularmente manteve durante a década seguinte. Foi secretário-geral da Exposição do Mundo Português e responsável pela organização da ‘’Feira Popular’’ de Lisboa (1943). Foi director da Sociedade Nacional de Belas-Artes.
Interessou-se pelo cinema. “Malmequer” e “Mal de Espanha” (1918) foram os seus primeiros filmes. Neles se salientam duas tendências: a evocação histórica dos temas e a crónica anedótica. Assimilou, por influência de Rino Lupo, o conceito de filme pictórico, desenvolvido pelo francês Louis Feuillade, e também algumas das ideias formais do cinema soviético (Eisenstein).
Em 1930, com “Lisboa, Crónica Anedótica de uma Capital”, misturou actores conhecidos com a gente da rua, antecipando assim tendências modernas. No mesmo ano, rodou ainda “Nazaré a Maria do Mar”.
Depois, filmou “A Severa” (1931), o primeiro filme sonoro português. “Ala Arriba!” (1942), escrito por Alfredo Cortês, apresentava os pescadores da Póvoa de Varzim com uma força dramática pouco vulgar. A Bienal de Veneza deu-lhe um dos seus prémios.
Publicou: “Elementos de História de Arte” e “Os Corvos” (crónicas anteriormente inseridas no jornal Diário de Notícias).

Sem comentários:

Arquivo do blogue

Acerca de mim

A minha foto
- Lisboa, Portugal
Aposentado da Aviação Comercial, gosto de escrever nas horas livres que - agora - são muitas mais...