quarta-feira, 23 de setembro de 2009

EFEMÉRIDE Pablo Neruda, de seu nome original Neftalí Ricardo Reyes Basoalto, poeta chileno, morreu em Santiago do Chile no dia 23 de Setembro de 1973. Nascera em Parral, em 12 de Julho de 1904.
Foi um dos mais importantes poetas de língua espanhola do século XX e cônsul do Chile em vários países.
Era filho de um operário ferroviário e de uma professora primária, falecida quando ele tinha um mês de vida. Ainda na adolescência, adoptou o pseudónimo porque ficaria conhecido (inspirado no escritor checo Jan Neruda), tornando-o mesmo o seu nome legal, mediante uma modificação do registo civil.
Durante os estudos no liceu de Temuco, publicou os seus primeiros poemas num periódico regional. Em 1919 obteve o 3º prémio nos Jogos Florais de Maule com o poema “Nocturno Ideal”.
Em 1921 radicou-se em Santiago e estudou a língua e a literatura francesa e pedagogia na Universidade do Chile, obtendo o 1º prémio na Festa da Primavera com o poema "A Canção de Festa", publicado posteriormente na revista “Juventude”. Em 1923 publicou “Crespusculário”, cuja qualidade foi reconhecida por vários escritores. No ano seguinte publicou os seus “Vinte poemas de amor e uma canção desesperada”, nos quais ainda se notava a influência do modernismo. Posteriormente, manifestou um propósito de renovação formal vanguardista em três breves livros publicados em 1936: “O habitante e a sua esperança”, “Anéis” e “Tentativa do homem infinito”.
Em 1927 começou a sua longa carreira diplomática sendo nomeado cônsul em Rangum, na Birmânia. Nas suas múltiplas viagens conheceu, em Buenos Aires, Frederico Garcia Lorca e, em Barcelona, Rafael Alberti. Em 1935 aceitou a direcção da revista “Cavalo verde para a poesia” na qual foi companheiro dos poetas da “geração de 1927”.
Em 1945 foi eleito senador, tornou-se membro do Partido Comunista Chileno e obteve o Prémio Nacional de Literatura. No mesmo ano, leu poesia para mais de cem mil pessoas no Estádio do Pacaembu, no Brasil, em homenagem ao líder comunista Luís Carlos Prestes.
Em 1946, depois da eleição de González Videla, que se tornaria um ditador ferozmente anti-comunista, para evitar uma detenção eminente, refugiou-se na URSS, na Polónia, na Hungria e em Itália.
Em 1949 tornou-se membro do Conselho Mundial da Paz em Paris. Em 1950 publicou “Canto Geral”, em que a sua poesia adoptou intenções sociais, éticas e políticas. Em 1952 publicou “Os Versos do Capitão” e em 1954 “As uvas e o vento” e “Odes Elementares”.
Em 1953 construiu uma casa em Santiago (La Chascona), para se encontrar clandestinamente com a sua amada Matilde. Esta casa foi uma das suas três residências no Chile: as outras estavam situadas em Isla Negra e em Valparaíso. La Chascona é actualmente um museu com objectos de Neruda e pode ser visitada em Santiago. No mesmo ano, recebeu o Prémio Lenine da Paz.
Em 1955, recebeu juntamente com Pablo Picasso, o Prémio Internacional da Paz. Em 1957 tornou-se presidente da União dos Escritores Chilenos.
Em 1958 apareceu “Estravagario”, denotando uma nova mudança de estilo na sua poesia. Em 1965 foi-lhe outorgado o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Oxford, na Grã-Bretanha.
Durante as eleições presidenciais do Chile nos anos 1970, Neruda renunciou da sua candidatura pelo PCC para que Allende fosse eleito. Ambos eram marxistas e acreditavam numa América Latina mais justa o que, a seu ver, só poderia ocorrer com o socialismo. Aceitou o cargo de embaixador em França.
Em Outubro de 1971 recebeu o Prémio Nobel de Literatura. Foi convidado por Salvador Allende para um recital de poesia com mais de 70 mil pessoas no Estádio Nacional de Chile.
O golpe de estado de 11 de Setembro de 1973 derrubou entretanto Allende. A casa de Neruda em Santiago foi assaltada e os seus livros queimados. Pablo Neruda morreu, alguns dias depois, de doença oncológica. O seu funeral constituiu, apesar da presença da polícia, uma manifestação de protesto contra o terror militar que se tinha instalado. Postumamente (1974) foram publicadas as suas memórias: "Confesso que vivi".
Em 1994, o filme “O Carteiro de Pablo Neruda” contaria a sua história numa ilha italiana, onde se tornara amigo de um carteiro que lhe pedia para o ensinar a escrever versos, para assim poder conquistar uma bonita moça do povoado.

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