sábado, 31 de outubro de 2009

EFEMÉRIDEAlexander Aleksandrovitch Alekhine, jogador de xadrez franco-russo de grande nível, conhecido pelo seu estilo marcadamente atacante e campeão mundial de xadrez durante 17 anos, nasceu em Moscovo no dia 31 de Outubro de 1892. Morreu no Estoril, Portugal, em 24 de Março de 1946.
Alekhine nasceu no seio de uma família abastada, o pai sendo proprietário de terras e membro da Duma, enquanto a mãe era filha de um rico industrial. Foi a mãe que ensinou Alexander a jogar xadrez em 1903.
A sua primeira façanha teve lugar em 1909, com dezassete anos, ao vencer o torneio russo de xadrez para amadores, disputado em São Petersburgo. A vitória valeu-lhe o título de mestre nacional.
Em 1914, após ser disputado um torneio em São Petersburgo, Alekhine e o cubano Capablanca ficaram a pertencer ao grupo dos cinco primeiros jogadores a ganhar o título de grandmaster. Alekhine era bastante cosmopolita, tendo vivido em vários países e falando russo, alemão, francês e inglês.
Depois da Revolução Russa, foi dado como suspeito de espionagem (1919) e preso em Odessa. Ao ser libertado dois anos mais tarde, mudou-se para França onde, seis anos depois, adquiriu a cidadania francesa e entrou na Faculdade de Direito da Sorbonne.
Em 1927 arrebatou a Capablanca o título de campeão do mundo de xadrez. No ano de 1935 perdeu o título para Max Euwe, uma derrota que foi atribuída ao consumo abusivo de álcool. Após abandonar o vício conseguiu reconquistar brilhantemente o título e mostrar mais uma vez que era o melhor do mundo, vencendo Euwe em 1937, com uma vantagem confortável.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Alekhine jogou em diversos torneios na Alemanha e em territórios ocupados pelos nazis. Após a guerra, foi considerado persona non grata pelos organizadores de torneios e exilou-se, primeiro em Espanha e depois em Portugal.
Alekhine veio a falecer num hotel do Estoril em Portugal, enquanto se preparava para um match onde defenderia o seu título de campeão do mundo contra Botvinnik. Pensa-se que a sua morte, um assunto muito controverso e ainda debatido, se deva a um ataque cardíaco ou a ter sufocado enquanto comia. A este propósito alguns investigadores mais recentes apontam a hipótese de Alekhine ter sido espião (possivelmente alemão) durante a 2ª Guerra e ter sido vítima de homicídio (notar que Lisboa era então uma importante placa giratória da espionagem mundial). A FIDE financiou o seu funeral em 1956, tendo sido os restos mortais transferidos para o cemitério de Montparnasse em Paris.
Estudando bastante, deixou o seu nome associado a várias técnicas xadrezistas, como por exemplo a “Defesa Alekhine”.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

EFEMÉRIDE Emilio Giuseppe Farina, automobilista italiano e primeiro campeão mundial da Fórmula 1, nasceu em Turim no dia 30 de Outubro de 1906. Morreu em Aiguebelle, França, em 30 de Junho de 1966.
Começou a interessar-se pelo automobilismo aos dezanove anos, tendo entrado em algumas competições, mas o pai ordenou-lhe que se dedicasse prioritariamente aos estudos. Doutorou-se em Ciências Políticas.
Iniciou a sua carreira nos anos 1930, no “Grand Prix Motor Racing”, ao volante de um Maserati. Foi depois para a Alfa Romeo, como segundo piloto ao lado de Tazio Nuvolari, vencendo vários Grandes Prémios. Em 1936 ingressou na Ferrari, conquistando três títulos consecutivos de Campeão de Itália.
Quando a FIA anunciou a prova inaugural do Campeonato Mundial de Fórmula 1, Farina compôs, juntamente com Juan Manuel Fangio, Reg Parnell e Luigi Fagioli, a poderosa equipa Alfa Romeo. Farina obteve 3 vitórias nas 7 corridas disputadas nessa temporada, o que lhe valeu o título (1950). Este foi o apogeu da sua carreira, já que os melhores anos tinham sido perdidos por causa da Segunda Guerra Mundial.
Transferiu-se de novo para a Ferrari em 1952, mas a idade não perdoa e o declínio começava. Abandonou as competições em 1955.
Faleceu num acidente na estrada, quando se dirigia para Reims afim de assistir ao Grande Prémio de França de 1966.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

EFEMÉRIDE Robert Emmanuel Pires, futebolista francês, filho de pai português e de mãe espanhola, nasceu em Reims no dia 29 de Outubro de 1973.
Iniciou a sua carreira profissional no FC Metz onde venceu a Taça da Liga de 1996, jogando depois no Marselha (1998/2000) e no Arsenal FC (2000/2006). Em 2006 transferiu-se para o Villareal CF de Espanha.
Uma das suas características é fazer muitos golos de fora da área e executar passes bastante precisos. Foi um grande ídolo no Arsenal, onde fazia jogadas maravilhosas com o seu conterrâneo Thierry Henry. Gostaria de ter representado Portugal, mas nunca chegou a ser convocado, optando depois pela selecção francesa, onde alinhou cerca de oitenta vezes.
Pela selecção francesa foi Campeão do Mundo em 1998 e da Europa em 2000, vencendo ainda a Taça das Confederações em 2001 (“melhor jogador do torneio”) e 2003.
Jogando pelo Arsenal, foi campeão inglês em 2002 e 2004 (campeonato em que o Arsenal não perdeu nenhum jogo), ganhando igualmente a Taça de Inglaterra por três vezes (2002, 2003 e 2005).
Foi condecorado em 1998 como Cavaleiro da Legião de Honra Francesa e, em 2002, foi considerado o Melhor Jogador do Campeonato Inglês.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

EFEMÉRIDE Eros Luciano Walter Ramazzotti Molina, cantor e músico italiano, considerado como um dos maiores cantores da primeira metade dos anos 1980 até ao começo deste milénio, nasceu em Roma no dia 28 de Outubro de 1963. Já vendeu mais de cinquenta milhões de discos através do mundo.
Desde cedo revelou uma paixão instintiva pela música, sobretudo com piano e guitarra. Aos 8 anos, recebeu a sua primeira guitarra das mãos do pai, ele próprio cantor com algum sucesso em Itália. Aos 18 anos, e já depois de ter decidido abandonar os estudos e tornar-se músico profissional, participou no concurso Voci Nuove di Castrocaro com a canção "Rock 80". Não venceu o concurso, mas chamou a atenção da editora italiana DDD, com a qual assinou o seu primeiro contrato discográfico.
Em 1982 estreou-se a gravar com o single "Ad Un Amico", ao mesmo tempo que desenvolvia o talento com o seu instrumento de eleição, a guitarra. Em 1984, venceu o Festival de Sanremo na secção de "Novas Vozes" com a balada "Terra Promessa". Em 1986, foi o vencedor absoluto do mesmo certame com o tema "Adesso Tu", confirmando uma popularidade crescente, não só em Itália, mas também nalguns países da Europa.
Seguiu-se “In Certi Momenti” de 1987, que o consagrou no mercado europeu. A digressão que se seguiu fez dele o primeiro artista italiano a actuar perante mais de um milhão de espectadores ao longo de cerca de nove meses.
Após dois anos afastado dos palcos, lançou em 1990 “In Ogni Senso”. A longa digressão que se seguiu teve como resultado uma gravação ao vivo (“Eros in Concert”, 1991). “In Ogni Senso” proporcionou-lhe ainda o primeiro concerto nos EUA, no Radio City Music Hall de Nova Iorque cuja lotação esgotou.
O ano de 1993 marcou a definitiva afirmação mundial do cantor, com a edição de “Tutte Storie”, trabalho que atingiu o topo da maioria das tabelas de vendas europeias. Durante o Verão de 1995, participou no “Summer Festival”, um festival musical que levou a sete estádios europeus artistas como Rod Stewart, Elton John e Joe Cocker, entre outros.
Em 1996, lançou “Dove C'è Musica”, o seu oitavo LP e o primeiro inteiramente produzido por si. Vendeu mais de sete milhões de cópias em todo o mundo e proporcionou-lhe o prémio “MTV Europe para Melhor Artista Italiano”. No ano seguinte, lançou a colectânea dos seus maiores êxitos, intitulada “Eros”, álbum que contou com os duetos "Musica È?" e "Cose Della Vita/Can't Stop Loving You" respectivamente com Andrea Bocelli e Tina Turner.
Em Maio de 1998, participou no evento “Pavarotti and Friends”. Após a edição, em Outubro, da gravação ao vivo “Eros Live”, Ramazotti foi galardoado em Hamburgo com o prémio “Echo” na categoria de “Melhor Artista Masculino Internacional”. Em 2000, Eros Ramazzotti regressou com um álbum de originais. No mesmo ano, colaborou, como produtor e co-autor, no álbum de Gianni Morandi “Come Fa Bene L'amore”.
Em Julho de 2001 actuou em Lisboa, num concerto integrado na digressão promocional de “Stilelibero”. Em 2003 realizou um dueto com a brasileira Wanessa Camargo, no programa “Domingão do Faustão” da Rede Globo.
Publicou o seu último álbum (“Ali E Radici”) já em 2009.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

EFEMÉRIDE Maria de Lurdes Mutola, atleta moçambicana, nasceu em Maputo no dia 27 de Outubro de 1972.
Detém o recorde do Mundo dos 1000 metros em pista e em pista coberta, e o recorde africano dos 800 e 1000 metros.
Foi campeã olímpica de 800 metros em Sidney (2000); campeã de 800 metros nos Mundiais de Estugarda (1993), de Edmonton, Canadá (2001) e de Paris (2003); campeã de 800 metros em pista coberta nos Mundiais de Toronto (1993), de Barcelona (1995), de Paris (1997), de Lisboa (2001), de Birmingham (2003), de Budapeste (2004) e de Moscovo (2006).
Maria Mutola sentiu-se atraída pelos desportos desde criança. Não tendo sido autorizada a sua participação no campeonato de futebol de juniores masculinos, iniciou-se no atletismo aos catorze anos.
Filha de pai operário e de mãe doméstica, pertence a uma família bastante humilde. Em 1988, beneficiou de uma bolsa de solidariedade olímpica para os países do terceiro mundo e passou a residir em Oregon, nos Estados Unidos, onde frequentou e concluiu o Liceu. Desde então, não parou de correr e já venceu uma centena de provas internacionais, colocando-se entre os maiores nomes do atletismo mundial.
Em 1995 foi vencedora do Grande Prémio da IAAF - Federação Internacional de Atletismo Amador.
Em 2000 foi eleita para fazer parte da “Comissão de Atletas do Comité Olímpico Internacional”, posição que ocupa até hoje.
Há uma Fundação com o seu nome, com sede em Maputo, que se dedica ao apoio à juventude nas suas várias vertentes.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

EFEMÉRIDEMilton Nascimento, cantor e compositor brasileiro, reconhecido mundialmente como um dos mais influentes e talentosos cantores e compositores da Música Popular Brasileira, nasceu no Rio de Janeiro em 26 de Outubro de 1942.
Foi adoptado por um casal, cuja esposa era professora de música. O pai adoptivo era dono de uma estação de rádio. Mudou-se para Três Pontas, em Minas Gerais, apenas com dezoito meses, e aos treze anos já cantava em festas e bailes da cidade. Sobre a sua família adoptiva, afirmou um dia: «Estou fascinado com ela, acho que não poderia ter tido mais amor, educação e liberdade em nenhuma outra família no mundo. Eles moldaram a minha vida. O meu primeiro instrumento foi uma harmónica dada pela minha avó. Depois deu-me um acordeão e foi aí que a minha vida musical começou».
Gravou a sua primeira canção, “Barulho de trem”, em 1962. Mudou-se depois para Belo Horizonte afim de estudar Economia, tocando simultaneamente em bares e clubes nocturnos e começando a compor com mais assiduidade.
Milton ultrapassou o anonimato como cantor, gravando um LP no Rio de Janeiro em 1966. Em 1967, a composição “Canção do Sal” foi gravada por uma cantora até então desconhecida - Elis Regina. A convite do músico Eumir Deodato, gravou um LP nos Estados Unidos (Courage). Em 1970 realizou temporadas no Rio de Janeiro e em São Paulo com o conjunto “Som Imaginário”. Compôs a trilha sonora de filmes como “Os Deuses e Os Mortos “ (1969, realização de Ruy Guerra), e “Fitzcarraldo” (1981, direcção de Werner Herzog).
Entre outros sucessos, destaca-se a interpretação de “Coração de Estudante”, que se tornou o hino das “Directas Já” (movimento sociopolítico de reivindicação por eleições directas, 1984). Posteriormente, a “Canção da América”, que trata de Amizade, foi tema de fundo nos funerais de Ayrton Senna (1994).
Cantou no coro da versão brasileira de “We are the world”, o hit americano que juntou vozes e granjeou fundos para África.
O estilo musical de Milton pode ser classificado como Música Popular Brasileira, surgido de um desdobramento do movimento da bossa nova, com fortes influências desta, do jazz, do jazz-rock e de grandes expoentes do rock, como os Beatles e Bob Dylan, e com pitadas tanto da música hispano-americana de Mercedes Sosa, Violeta Parra e Victor Jara, quanto dos sons caribenhos de Pablo Milanes. Ao mesmo tempo, Milton Nascimento não deixou de beber nas fontes regionais brasileiras, nos cantos folclóricos de Minas Gerais e de outros estados. O estilo foi inaugurado com a inesquecível interpretação da canção “Arrastão” (Edu Lobo / Vinícius de Moraes), pela “novata” Elis Regina, na estreia do I Festival de Música Popular Brasileira. Até 2004, Milton Nascimento já havia gravado mais de trinta álbuns. Cantou também com muitos outros artistas, tais como Maria Bethânia, Elis Regina, Gal Costa, Caetano Veloso, Simone, Chico Buarque, Gilberto Gil, Paul Simon, Peter Gabriel, Cat Stevens e Quincy Jones. Elegeu Elis Regina como a sua grande musa e para ela compôs inúmeras canções. Em 1998, ganhou o Grammy de “Best World Music Album in 1997”.
Milton já se apresentou na América do Sul, América do Norte, Europa, Ásia e África. O carisma pessoal e o génio musical fazem com que o seu talento seja apreciado no mundo inteiro. A sua voz é considerada uma das melhores de todos os tempos na música popular. A capacidade de alcançar agudos muito altos, graças ao seu privilegiado registo vocal, garantiu-lhe a participação em vários trabalhos, seus e de outros artistas, aos quais adicionou vocalizes extremamente delicadas em arranjos primorosos.

domingo, 25 de outubro de 2009

Preparação para Olimpíadas...

EFEMÉRIDEKlaus Barbie, oficial SS nazi, conhecido pela brutalidade com que torturava os prisioneiros, o que lhe valeu o epíteto de carniceiro de Lyon, nasceu em Bad Godesberg no dia 25 de Outubro de 1913. Morreu em Lyon, em 25 de Setembro de 1991. Foi um dos responsáveis operacionais pelo Holocausto.
Pertencente à “Juventude Hitleriana” desde 1933, foi recrutado para a SS em 1935. Em 1940 foi enviado para Haia onde tinha por missão capturar os refugiados políticos alemães e os judeus. Foi precisamente para fugir de Klaus Barbie que Anne Frank se viu obrigada a viver escondida durante meses em Amesterdão. Em 1942, Klaus Barbie foi colocado em Dijon e, mais tarde, em Lyon, onde assumiu a direcção da Gestapo.
Durante este período, Barbie foi responsável por dois dos actos mais infames cometidos pelos nazis em França. O primeiro foi o assassinato de Jean Moulin, o braço-direito de Charles de Gaulle e responsável por unir a Resistência Francesa. Moulin deslocou-se a Lyon para se encontrar com os chefes da Resistência local. Devido à traição de um companheiro, Klaus Barbie conseguiu prender Moulin em Montluc. Foi torturado praticamente até à morte por um dos homens de Barbie e, porventura, por ele próprio. Deixado à sua sorte no pátio da prisão, Moulin sucumbiu às suas feridas uma semana depois. O outro crime pelo qual Klaus Barbie nunca será esquecido foi a destruição de um campo onde se escondiam crianças judias. Todas com idades inferiores a catorze anos, as 44 crianças tinham-se refugiado em Izieu, uma pequena aldeia perto de Lyon. Barbie, decidido a cumprir o programa nazi chamado “Solução Final da questão judia”, que consistia no extermínio do povo judeu, encontrou as crianças e deportou-as para Auschwitz, o mais cruel campo de extermínio da história da Segunda Guerra Mundial. Nenhuma sobreviveu.
Outros actos de Barbie que chocaram a sociedade foram as torturas durante os interrogatórios. Depois de oficiais da Gestapo espancarem os prisioneiros para assegurar que estes não reagiriam, eram deixados sozinhos por umas horas. Os prisioneiros mais destemidos e que se recusassem depois a falar eram sujeitos a chicotadas, amputações, fome e aos temidos “banhos” que consistiam em manter o prisioneiro debaixo de água até desmaiar para que fosse então reanimado, interrogado e novamente submergido, caso insistisse no silêncio. Os testemunhos de algumas das suas vítimas não deixaram quaisquer dúvidas sobre a crueldade e o prazer com que ele executava ou fazia executar aqueles actos.
No fim da ocupação alemã de Lyon em 1944, Barbie, que havia contraído uma doença venérea, viu-se obrigado a partir para um hospital na Alemanha. Já em viagem, Barbie deu ainda ordens à Gestapo para assassinar os 70 prisioneiros deixados na prisão de Montluc. Depois de se curar da doença, Barbie saiu do hospital e o seu paradeiro permaneceu desconhecido durante muitos anos.
Na verdade, Barbie tornou-se agente dos serviços secretos norte-americanos em 1947, no mesmo ano em que era julgado à revelia em França pelos seus crimes e condenado à pena de morte. Em seguida instalou-se na Bolívia e colocou as suas “competências” ao serviço da ditadura do General Luis García Meza. Dispunha de um passaporte diplomático e deslocava-se à Europa, sob o falso nome de Klaus Altmann, para negociar a compra de armas e veículos militares destinados a reprimir as manifestações da oposição boliviana.
Klaus Barbie foi identificado em 1971 graças ao filho de um deportado assassinado em Auschwitz e a uma alemã, que se incumbiam de procurar todos os acusados de crimes de guerra que haviam saído impunes da 2ª Guerra Mundial.
Só em 1983, após a reposição da democracia na Bolívia, foi extraditado para França. Em 1987 foi dado início ao seu julgamento na cidade de Lyon, em que Klaus Barbie era acusado de 177 crimes contra a humanidade. Foi condenado a prisão perpétua. Durante o julgamento, não mostrou quaisquer sinais de arrependimento. Morreu de leucemia, na prisão de Lyon, quatro anos depois de ter sido condenado.

sábado, 24 de outubro de 2009

EFEMÉRIDE – Madalena Lucília Iglésias do Vale, actriz e cantora portuguesa, uma das vozes mais importantes do chamado nacional-cançonetismo que dominou a década de 1960, nasceu em Lisboa, no dia 24 de Outubro de 1939.
Estudou no Conservatório e na Escola do Canto e, com apenas 15 anos, entrou para o Centro de Preparação de Artistas da Rádio da Emissora Nacional. Em 1957 estreou-se em simultâneo na Televisão e na Rádio.
A sua carreira internacional começou em 1959, com uma actuação na Televisão Espanhola. Em 1960 recebeu os títulos de Rainha da Rádio e da Televisão.
Por intermédio da Emissora Nacional representou Portugal, em 1962, no Festival de Benidorm. Em 1964 venceu o Festival Hispano-Português de Aranda del Duero.
Estreou-se no cinema, ao lado de António Calvário, em “Uma Hora de Amor” de Augusto Fraga. Participou também no filme “Canção da Saudade” de Henrique Campos.
Venceu o Festival RTP da Canção em 1966 com “Ele e Ela”. No Festival da Eurovisão (1966) obteve grande sucesso e "El Y Ella", a versão em espanhol, foi editada em Espanha, França e Holanda.
Ainda em 1966 obteve o segundo lugar no Festival do Mediterrâneo, com a canção “Setembro”. Venceu também o Prémio da Hispanidade com "Vuelo 502".
O filme "Sarilho de Fraldas", de Constantino Esteves, onde voltou a contracenar com Calvário, teve grande sucesso e foram editados dois EPs com os respectivos temas musicais.
Em 1967 recebeu o Prémio da Casa da Imprensa respeitante ao ano anterior. Gravou vários EPs e, em 1968, esteve no Festival do Rio de Janeiro, interpretando “Poema da vida”. Actuou com grande êxito noutros países como Argentina, Canadá e Estados Unidos. Em França teve direito a fotografia e três colunas no jornal “Le fígaro”.
Casou-se em 1972, abandonando a carreira artística e indo viver para a Venezuela. Grávida de oito meses, ainda fez um programa no Canal 4 da Televisão Venezuelana, mas deixou de actuar até os seus filhos terem cinco anos de idade. Depois, actuou esporadicamente na Televisão Venezuelana.
Em 1987 mudou-se para Barcelona, onde vive desde então. Em 1994, a editora Movieplay editou uma compilação das suas canções, na série “O Melhor dos Melhores”. Em 2008 foi publicada a sua fotobiografia.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

EFEMÉRIDEAng Lee, cenarista, produtor e realizador de cinema chinês (Taiwan), radicado nos Estados Unidos, nasceu em Pingtung no dia 23 de Outubro de 1954.
Estudou teatro e cinema no “National Taiwan College of Arts” e, depois, já instalado nos EUA, ingressou na “University of Illinois” e posteriormente na “New York University”.
Em 1992 estreou-se como realizador de uma longa-metragem, com "A Arte de Viver". Em 1993 dirigiu "O Banquete de Casamento", que ganhou o Urso de Ouro no Festival Internacional de Cinema de Berlim e o Prémio de Realização no Festival de Seattle, além de receber uma indicação para o Globo de Ouro.
Em 1994 fez “Comer Beber Viver”, que foi nomeado para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Um ano depois, realizou "Razão e Sensibilidade", que foi nomeado para o Oscar de Melhor Filme e Melhor Guião Adaptado.
Em 1997, dirigiu “Tempestade de Gelo” e, em 2000, “O Tigre e o Dragão”, um filme de artes marciais que ganhou um Globo de Ouro e a Palma de Ouro no Festival de Cannes.
Em 2005 realizou o “Segredo de Brokeback Mountain”, uma história de amor entre dois cowboys, no preconceituoso e machista oeste americano. Com este filme ganhou o Óscar de Melhor Realizador e mais um Globo de Ouro.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

EFEMÉRIDEJuca Chaves, de seu verdadeiro nome Jurandyr Czaczkes, compositor, músico e humorista brasileiro, nasceu no Rio de Janeiro em 22 de Outubro de 1938.
Teve formação em música clássica e começou a compor ainda na infância. Iniciou a sua carreira no fim dos anos 1950, tocando modinhas e trovas num estilo bem suave.
Nos anos 60 montou um Circo nas proximidades da Lagoa Rodrigo de Freitas, ali apresentando o seu show “Menestrel Maldito”.
Muitas das suas piadas ficaram famosas e marcaram uma época. Ao acaso, de entre elas: «A hiena é um animal que come fezes dos outros animais, só tem relações sexuais uma vez por ano e ri... Mas ri de quê?».
Juca foi um crítico do regime militar, da grande imprensa e do próprio mercado discográfico. Chegou a estar exilado em Portugal na década de 70 mas, ao “incomodar” o governo de Salazar com as suas sátiras, que tinham então o seu espaço nas rádios e televisão locais, viu-se obrigado a ir viver para Itália.
Quando regressou ao Brasil, apresentou programas de televisão. Na década de 1980, lançou a sua empresa discográfica independente, a “Sdruws Records”. Um dos seus slogans mais conhecidos é: «Vá ao meu show e ajude o Juquinha a comprar o seu caviar», seguido de uma risada característica.
Entre as suas canções mais conhecidas estão "A Cúmplice", "Menina", "Que Saudade", "Por Quem Sonha Ana Maria" e "Presidente Bossa Nova".
Em 2003 foi editado outro sucesso de Chaves dos anos 70 - a canção "Take me Back to Piauí".
Juca Chaves tem duas filhas adoptadas e reside na Bahia. Também é conhecido por ser um fanático torcedor do São Paulo Futebol Clube.
Em 2006 candidatou-se a senador na Bahia pelo PSDC, ficando em 4º lugar com 19 603 votos. A sua propaganda eleitoral distinguia-se da dos outros candidatos, por ser feita em formato poético.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

EFEMÉRIDEFrançois Truffaut, cineasta francês, faleceu em Neuilly-sur-Seine no dia 21 de Outubro de 1984. Nascera em Paris, em 6 de Fevereiro de 1932. Foi um dos fundadores do movimento “Nouvelle Vague” e um dos maiores ícones da história do cinema do século XX. Em cerca de 20 anos de carreira como realizador, dirigiu 26 filmes. Conseguiu ter sucesso tanto junto do público como da crítica. Os temas principais da sua obra foram as mulheres, as paixões e a infância. Além de realizador, Truffaut foi também guionista, produtor e actor.
F. Truffaut só conheceu o pai biológico em 1968, tendo sido criado pelos avós maternos, já que a mãe o rejeitara. O avô era um homem rígido, enquanto a avó lhe despertou a paixão pelas artes. Com sete anos, viu o primeiro filme, “Paradis perdu” de Abel Gance. Dali em diante, interessou-se sobremaneira pela sétima arte. Aos 10 anos, perdeu a avó e foi morar com a mãe, que estava casada com o arquitecto decorador Roland Truffaut. Este acabou por o registar com o seu apelido. Foi o período mais difícil da infância de Truffaut. Rechaçado tanto pelo pai adoptivo como pela mãe, o seu espírito rebelde transformou-o num mau aluno e levou-o a cometer alguns actos de delinquência, como pequenos roubos. Esta fase da sua vida inspiraria Truffaut no seu primeiro grande trabalho no cinema, o autobiográfico “Os Incompreendidos/Os 400 golpes” (1958), Prémio de Melhor Realizador no Festival de Cannes.
Costumava faltar às aulas para assistir às escondidas a muitos filmes. Aos 14 anos, abandonou a escola definitivamente e passou a viver de pequenos trabalhos e alguns furtos. A paixão pelo cinema fez com que ele fundasse, em 1947, um cineclube chamado "Cercle cinémane". Aquela era uma época de enorme efervescência cultural na França pós II Guerra Mundial e os cineclubes estavam sempre cheios, sendo locais onde, para além de se assistir às projecções, se discutiam os filmes logo em seguida. Mas o "Cercle" não teria uma vida longa, já que concorria com o "Travail et culture", cineclube do escritor e crítico de cinema André Bazin. Este soube que o "Cercle" estava à beira da falência e foi conhecer Truffaut. Sensibilizado com o “menino cinéfilo”, o crítico tornar-se-ia uma espécie de pai para ele.
A influência de Bazin na vida de François Truffaut foi decisiva. O jovem tornou-se autodidacta, esforçando-se por ver três filmes por dia e ler três livros por semana. Ele chegou a fazer um acordo com o pai adoptivo, para que ele lhe custeasse as despesas derivadas da sua vida cinéfila. Em troca, Roland Truffaut exigiu que François procurasse um emprego estável e abandonasse o cineclube. Mas o garoto não cumpriu o acordo e Roland Truffaut internou-o num reformatório juvenil em Villejuif, sob custódia da polícia. Os psicólogos do reformatório contactaram André Bazin, que prometeu dar-lhe um emprego. Sob liberdade condicional, Truffaut ingressou num lar religioso em Versalhes, mas seis meses depois foi expulso por mau comportamento.
Secretário pessoal de Andre Bazin, aos 18 anos, François Truffaut obteve a emancipação civil. Bazin continuou a dar-lhe a formação adequada ao cinema, introduzindo-o no “Objectif 49”, um selecto grupo de jovens estudiosos do novo cinema da época, que incluía Orson Welles e Roberto Rossellini. Mais tarde, Jean-Luc Godard integraria também o grupo.
Em Abril de 1950 foi contratado como jornalista pela revista “Elle” e aqui começou a escrever os seus primeiros textos.
Em Abril de 1951 foi fundada uma nova revista sobre cinema. "Cahiers du cinéma" tornar-se-ia a mais influente publicação cinematográfica francesa. Em 1953, Bazin ajudou Truffaut a ingressar na revista. Logo com o seu primeiro artigo, “Uma certa tendência do cinema francês”, causou polémica nos meios cinematográficos, tanto para o defender como para o criticar. Ao longo de seis anos, Truffaut publicou 170 artigos, a maioria dos quais foram críticas de filmes e entrevistas com realizadores.
Iniciou-se na realização de filmes em 1954. Salienta-se “A Noite Americana”, de 1973, que viria a ganhar o Oscar de melhor filme estrangeiro em 1975. François Truffaut recusou uma proposta da Warner Brothers para re-filmar “Casablanca”. Quatro anos depois, actuou em “Contactos Imediatos do Terceiro Grau” de Steven Spielberg. Em Outubro de 1979, François Truffaut aceitou o cargo de presidente da "Federação International dos Cineclubes".
Apoiou a eleição do socialista François Mitterrand para a presidência da República Francesa. Mitterrand quis depois condecorá-lo com a "Legião de Honra" o que não chegou a acontecer. Truffaut começou a queixar-se de intensas dores de cabeça. Descobriu mais tarde que tinha um tumor no cérebro. Faleceu pouco tempo depois, aos 52 anos, no Hospital Americano em Neuilly-sur-Seine.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Não tente imitar!...

EFEMÉRIDEJoão de Barros, considerado o primeiro grande historiador português e pioneiro da gramática de língua portuguesa, morreu em Ribeira de Alitém em 20 de Outubro de 1570. Nascera em Viseu no ano de 1496.
Filho de um nobre, foi educado na corte de Dom Manuel I, no período de maior apogeu dos descobrimentos portugueses, tendo ainda na sua juventude concebido a ideia de escrever uma história dos portugueses no Oriente. A sua prolífica carreira literária iniciou-se tinha ele pouco mais de vinte anos, ao escrever o romance de cavalaria “Crónica do Emperador Clarimundo, donde os Reys de Portugal descendem”, dedicado ao soberano e ao príncipe herdeiro Dom João.
Este último, ao subir ao trono como Dom João III em 1521, concedeu a João de Barros o cargo de capitão da fortaleza de São Jorge da Mina, na costa da Guiné, para onde partiu no ano seguinte. Em 1525 foi nomeado tesoureiro da Casa da Índia, missão que desempenhou até 1528.
A peste negra de 1530 levou-o a refugiar-se na sua quinta em Ribeira de Alitém, próximo de Pombal, onde concluiu o seu diálogo moral “Rhopicapneuma”.
Regressado a Lisboa em 1532, o rei designou-o feitor das Casas da Índia e da Mina - uma posição de grande destaque e responsabilidade, numa Lisboa que era então um empório, a nível europeu, para todo o comércio estabelecido com o Oriente. João de Barros provou ser um administrador bom e desinteressado, algo raro para a época, como demonstra o surpreendente facto de ter amealhado pouco dinheiro com este cargo, enquanto os seus antecessores haviam acumulado grandes fortunas.
Em 1534 Dom João III, procurando atrair colonos para se estabelecerem no Brasil, para evitar as tentativas de penetração francesa, dividiu a colónia em capitanias hereditárias, seguindo um sistema que já havia sido utilizado nas ilhas atlânticas dos Açores, Madeira e Cabo Verde, com resultados comprovados. No ano seguinte João de Barros foi agraciado com a posse de duas capitanias, em parceria com Aires da Cunha: o Ceará e o Pará. Constituiu a expensas suas uma armada de dez navios e novecentos homens, que para lá zarpou em 1539. Devido talvez à falta de experiência dos seus pilotos, a frota não atingiu o objectivo pretendido, tendo andado à deriva até aportar nas Antilhas espanholas. Demonstrando um grande humanismo pouco frequente, pagou as dívidas de todos os que haviam falecido durante a expedição. Daqui resultaram grandes problemas financeiros para João de Barros, com os quais teve que lidar até ao fim da vida, vendo-se mesmo obrigado a hipotecar parte dos seus bens.
Durante todos estes anos prosseguiu os seus estudos durante as horas vagas e, pouco depois da desastrada expedição ao Brasil, publicou a “Gramática da Língua Portuguesa”. Pouco tempo depois, iniciou a escrita de uma história que narraria os feitos dos portugueses na Índia, agrupados por décadas. Publicou três, deixando a quarta inacabada.
Em Janeiro de 1568 sofreu um acidente vascular cerebral e foi exonerado das suas funções na Casa da Índia, recebendo um título de fidalguia e uma tença régia do rei Dom Sebastião. Morreu na mais completa miséria, sendo tantas as suas dívidas que os filhos renunciaram ao seu testamento.
Como historiador e linguista, João de Barros merece a fama que começou a ter logo após a sua morte. As suas "Décadas" são um precioso manancial de informações sobre a história dos portugueses na Ásia e constituem o início da historiografia moderna em Portugal e no Mundo.
Em 1994, João de Barros foi representado nas notas de banco portuguesas de 500 escudos.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

EFEMÉRIDERaul Augusto Almeida Solnado, humorista, apresentador de televisão e actor português, nasceu em Lisboa no dia 19 de Outubro de 1929. Faleceu também em Lisboa, em 8 de Agosto de 2009, vítima de doença cardiovascular.
Unanimemente reconhecido como um dos maiores nomes do humor português, começou a fazer teatro na Sociedade de Instrução Guilherme Cossoul (1947), profissionalizando-se em 1952.
Em 1953 estreou-se no teatro de revista com "Viva O Luxo". Seguiram-se outras revistas, participando também nos filmes "O Noivo das Caldas" e "Perdeu-se um Marido".
Em 1958 participou nos filmes "Sangue Toureiro" e "O Tarzan do Quinto Esquerdo", deslocando-se pela primeira vez ao Brasil.
Em 1960 foi primeiro actor na peça "A Tia de Charley" e participou no filme "As Pupilas do Senhor Reitor" (Prémio S.N.I.).
"A Guerra de 1908", um sketch do espanhol Miguel Gila, adaptado para à língua portuguesa por Solnado, foi interpretado na revista "Bate o Pé", estreada em 1961. Entrou também no filme "Sexta-feira, 13".
Um disco, reunindo "A Guerra de 1908" e "A História da Minha Vida", editado em 1962, bateu todos os recordes de vendas.
Em 1962, em "Lisboa à Noite", interpretou os sketches "É do Inimigo?" e "Concerto do Inimigo". Foi protagonista do filme neo-realista "Dom Roberto", de José Ernesto de Sousa, vencendo o “Prémio de Imprensa para o Melhor Actor de Cinema”.
A partir de 1963 fez teleteatro no Brasil e em Portugal. Tornou-se em 1964 fundador e empresário do Teatro Villaret, estreando no ano seguinte "O Impostor-Geral".
Em Maio de 1966 gravou o EP "Chamada Para Washington" e, dois anos depois, foi lançado "Cabeleireiro de Senhoras".
Em Maio de 1969, foi gravado o primeiro programa "Zip-Zip", no Teatro Villaret. A última emissão foi no dia 29 de Dezembro do mesmo ano. O programa, da autoria de Solnado, Fialho Gouveia e Carlos Cruz, foi um dos marcos desse ano.
A peça "O Tartufo de Molière" foi estreada em Janeiro de 1972. No mesmo ano participou na revista "Prá Frente Lisboa". A canção "Malmequer" tornou-se um grande êxito popular. Em 1974 participou no filme "Aventuras de um Detective Português".
O programa/concurso “Cornélia” foi um grande sucesso da televisão portuguesa em 1977. Com César de Oliveira, adaptou a peça "Check-up" do dramaturgo brasileiro Paulo Pontes.
Raul Solnado pertencia ao Grande Oriente Lusitano (Maçonaria) desde meados da década de 1980.
Com Fialho Gouveia e Carlos Cruz, apresentou na RTP o programa "O Resto São Cantigas", onde eram recordados músicos e compositores da música ligeira portuguesa. No concurso televisivo "Faz de Conta" mostrou todo o seu talento ao contracenar e improvisar com os concorrentes que lhe davam réplica.
Na televisão foi ainda protagonista da sitcom "Lá Em Casa Tudo Bem" que durou vários meses.
Em 1987 interpretou um papel dramático no filme "A Balada da Praia dos Cães", de José Fonseca e Costa, baseado no livro de José Cardoso Pires. Foi actor convidado do Teatro Nacional D. Maria II, como protagonista da peça "O Fidalgo Aprendiz".
Publicou a sua autobiografia em 1991 (“A Vida Não Se Perdeu”). Em 1993 participou na telenovela "A Banqueira do Povo" de Walter Avancini. Em 1995 fez "O Avarento" de Molière.
Em 2001 voltou ao palco com um papel de grande relevo na peça "O Magnífico Reitor" de Freitas do Amaral. Recebeu o Prémio Carreira Luíz Vaz de Camões.
Foi homenageado em 2002 com a Medalha de Ouro da Cidade de Lisboa e recebeu, em 10 de Junho de 2004, das mãos do Presidente da República, a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.
Foi até à sua morte, Director da Casa do Artista, sociedade de apoio aos artistas, que fundou juntamente com Armando Cortez, entre outros.
Gravou ao longo da sua carreira 11 álbuns e 22 singles e EPs., tendo participado em mais de dez filmes, entre 1956 e 1998.

domingo, 18 de outubro de 2009

EFEMÉRIDEMelina Mercouri, famosa actriz, cantora e activista política grega, nasceu em Atenas no dia 18 de Outubro de 1920. Faleceu em Nova Iorque, em 6 de Março de 1994, vítima de doença cancerosa pulmonar. O seu corpo foi trasladado para Atenas, onde teve um funeral digno de um Primeiro-Ministro. Além de deputada, foi a primeira mulher a ser Ministra da Cultura na Grécia.
Oriunda de uma família da grande burguesia ateniense ligada à política, um seu avô foi Presidente da Câmara Municipal de Atenas durante muitos anos, o pai foi deputado e um tio foi líder do Partido Socialista e mais tarde presidente do Banco da Grécia.
Melina casou-se com quinze anos para fugir ao meio familiar. Divorciou-se aos dezoito e inscreveu-se no Instituto Dramático do Teatro Nacional de Atenas. Começou então uma carreira de comediante, que se desenrolou entre Atenas e Paris, trabalhando nomeadamente com Marcel Achard.
O seu primeiro filme (Stella, 1955), foi dirigido por Michael Cacoyannis, o realizador de “Zorba, o grego”. O filme foi nomeado para a Palma de Ouro do Festival de Cannes, tendo Melina Mercouri ganho o Prémio de Interpretação Feminina e sendo também nomeada para os Oscars. Foi precisamente em Cannes que Melina encontrou o homem da sua vida, o realizador Jules Dassin. Viveram juntos o resto da vida, tendo-se casado em 1966.
Melina tornou-se conhecida mundialmente em 1960, quando foi a protagonista do filme “Never on Sunday” de Jules Dassin. Com ele fez mais sete filmes. Abandonou o cinema em 1978.
Durante o período da ditadura militar na Grécia, Mercouri esteve exilada em França. Durante as suas tournées internacionais, tornou-se um símbolo da resistência grega. Depois da recuperação da Democracia (1974), foi deputada (1978) e mais tarde Ministra da Cultura de 1981 a 1989, voltando a ocupar o cargo em 1993/1994. Como Ministra da Cultura, lutou sem sucesso pela recuperação dos famosos frisos de Elgin, que tinham sido retirados do Partenon grego e estavam expostos no British Museum. Através do Conselho Europeu foi ela que criou em 1985 o conceito de Capitais Europeias da Cultura. Concebida para melhorar a aproximação dos países europeus, a ideia era designar duas cidades por ano para acolher diversas manifestações artísticas e divulgar os respectivos patrimónios históricos e culturais. A Fundação Melina Mercouri ocupa-se actualmente da preservação dos monumentos gregos antigos, prolongando no tempo a memória de uma grande Mulher.

sábado, 17 de outubro de 2009

EFEMÉRIDESandra Regina Machado Arantes do Nascimento Felinto, política brasileira, filha do ex-futebolista Pelé, faleceu em Santos no dia 17 de Outubro de 2006. Nascera em Guarujá, em 24 de Agosto de 1964.
Ficou conhecida por travar uma longa batalha jurídica pelo reconhecimento da paternidade. O processo começou em 1991, mas o reconhecimento só aconteceu em 1996, após o resultado positivo do exame de ADN. O ex-jogador, que tivera um romance extraconjugal com a mãe de Sandra em 1963, recorreu treze vezes e nunca quis a aproximação.
Em Maio de 2001, um juiz julgou improcedente o pedido de indemnização por danos morais, no qual Sandra alegava não ter tido a possibilidade de desfrutar do mesmo apoio emocional, psicológico e financeiro que tiveram os outros filhos legítimos de Pelé.
Sandra começou a sua vida profissional como balconista, mas a notoriedade do caso e a sua facilidade de comunicação lançaram-na na carreira política. Foi por duas vezes vereadora da cidade de Santos pelo Partido Social Cristão e uma das suas vitórias na Câmara foi tornar o exame de ADN gratuito para pacientes da rede pública, lei municipal que seria depois estendida a todo o País.
Morreu em consequência de uma metástase pulmonar com falência múltipla de órgãos, nos “cuidados intensivos” da Beneficência Portuguesa de Santos, local onde estava internada. A doença fora descoberta em Maio de 2005 no seio direito, que lhe foi retirado, mas logo se espalhou para o esquerdo, apesar da quimioterapia. Segundo relatos da sua médica, Sandra foi resistente ao tratamento porque acreditava num milagre.
O velório teve lugar no salão nobre da Prefeitura de Santos e o enterro no Cemitério Memorial Necrópole Ecuménica. Pelé não compareceu no funeral, mas enviou flores, que lhe foram devolvidas.
Sandra Regina escreveu um livro intitulado “A Filha que o Rei não Quis”, no qual relatou o sentimento de rejeição do pai em relação a ela. Evangélica da Assembleia de Deus e estudante de Direito, Sandra era casada, tendo deixado dois filhos.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

no comments...

EFEMÉRIDEMarc Lévy, escritor francês, nasceu em Boulogne-Billancourt, na região parisiense, em 16 de Outubro de 1951. É autor de vários romances, entre eles “A próxima vez” e “E se fosse verdade”, este último tendo dado origem a um filme com o mesmo nome, produzido por Steven Spielberg.
Aos dezoito anos entrou como socorrista para a Cruz-Vermelha, onde ficou seis anos. Ao mesmo tempo fez estudos de Gestão e Informática na Universidade Paris-Dauphine. Em 1983 criou a sua própria empresa Logitec France. Um ano depois instalou-se nos Estados Unidos, fundando duas sociedades, uma em São Francisco e outra no Colorado, especializadas em imagens de síntese (Rainbow Images). Em 1989 perdeu o controlo do grupo e demitiu-se. Voltou a Paris, onde fundou com dois amigos um gabinete de arquitectura de escritórios (Eurythmic Cloiselec).
Publicou o primeiro romance em 2000 e dedicou-se a partir daí apenas à Literatura. Tem outras obras adaptadas ao cinema e à televisão, tendo publicado o seu último livro em Junho de 2009 (Toutes ces choses qu'on ne s'est pas dites ). Escreveu igualmente algumas canções para diferentes artistas, entre os quais Johnny Hallyday.
Todos os seus livros são considerados best-sellers, estando traduzidos em quarenta e uma línguas e contando já com dezoito milhões de exemplares vendidos em mais de 30 países. É o romancista francês mais lido actualmente em França e no mundo. Os críticos consideram-no um novo talento da escrita, imaginando histórias excepcionais, muito criativas e com temas pouco usuais.
Nos seus tempos livres, dedica-se ao cinema, tendo já realizado uma curta-metragem (Carta de Nabila, 2004) para a Amnistia Internacional. Como projectos futuros, deseja realizar uma longa-metragem. Vive actualmente em Nova Iorque com a mulher e o seu único filho.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Aventuras do Edibar
Clicar na imagem para a aumentar

EFEMÉRIDEJosé Maria Nicolau, ciclista português, nasceu no Cartaxo em 15 de Outubro de 1908. Faleceu no dia 24 de Setembro de 1969 num acidente de viação.
Ingressou no Sport Lisboa e Benfica em 1929, tendo vencido, com a camisola vermelha, as Voltas a Portugal de 1931 e 1934.
Portugal, na década de 1930, rejubilava com os famosos duelos entre ele e o seu rival sportinguista Alfredo Trindade, também do Cartaxo. Ambos tinham cinco meses de diferença de idade e uma mútua e sã amizade. Nicolau era alto, forte e possante, ao contrário de Trindade, de corpo pequeno e franzino.
Esta rivalidade desportiva entre eles contribuiu decisivamente para a consolidação dos dois clubes desportivos a nível nacional. Nicolau é considerado o maior corredor da História do ciclismo no Benfica, modalidade que está simbolicamente representada no seu emblema.
Terminou a sua carreira em 1939. Por curiosidade diga-se que, à data da sua morte, Alfredo Trindade era técnico de ciclismo do Benfica.
Nicolau representou apenas dois clubes: o Carcavelos em 1928 e o Benfica de 1929 a 1939.
Na Volta Portugal de 1931, que ganhou, venceu seis etapas. Em 1932 foi vencedor de doze das 19 etapas.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Aventuras do Edibar
Clicar na imagem para a aumentar

EFEMÉRIDEEdward Estlin Cummings, mais conhecido como E. E. Cummings, poeta, pintor, ensaísta e dramaturgo norte-americano, nasceu em Cambridge, no Massachusetts, em 14 de Outubro de 1894. Faleceu em North Conway, Nova Hampshire, no dia 3 de Setembro de 1962.
Cummings é bastante conhecido pelo estilo inédito utilizado em muitos dos seus poemas, que incluía o uso não ortodoxo de letras maiúsculas e minúsculas, da pontuação e das regras sintáxicas. Utilizava também, muitas vezes, uma apresentação não convencional. Assinava frequentemente como “e. e. cummings”…
Apesar da afinidade de Cummings pelos estilos “avant garde” e por uma grafia não usual, muitos dos seus trabalhos são tradicionais, caso por exemplo dos sonetos. A sua poesia tem muitas vezes como tema o amor e a natureza, bem como a sátira e o relacionamento do indivíduo com as massas e com o mundo.
Publicou mais de 900 poemas, algumas peças teatrais, diversos ensaios, duas novelas e também inúmeros desenhos e pinturas. É um dos maiores poetas do século XX e um dos mais populares.
Educado no seio de uma família com alto nível de instrução, começou a escrever poesia aos dez anos. Fez os seus estudos secundários na Cambridge Latin High School, em cuja revista publicou os primeiros poemas.
De 1911 a 1916 estudou em Havard onde se licenciou em 1915, tendo feito o mestrado em Inglês e Estudos Clássicos no ano seguinte. Publicou poemas em várias revistas de Havard.
Ainda jovem, estudou grego e latim, línguas que utilizou em títulos de diversos dos seus poemas. Em 1920, os primeiros trabalhos de Cummings foram publicados numa recolha de poesia intitulada “Eight Harvard Poets”.
Em 1918 foi mobilizado para o serviço militar, servindo num regimento de infantaria. Foi depois para Paris onde ficou durante dois anos, regressando em seguida a Nova Iorque.
Durante os anos 1920 e 1930 voltou frequentemente a Paris e viajou através da Europa, onde encontrou entre outros Pablo Picasso. Em 1931 foi à União Soviética, viagem que descreveu em “Eimi”, que foi publicado dois anos mais tarde. Por esta época visitou igualmente a África do Norte e o México, trabalhando depois como ensaísta e retratista para a revista “Vanity Fair” (de 1924 a 1927).
Foi casado três vezes, a última das quais com Marion Morehouse, modelo e fotógrafa, que viveu com ele até à sua morte em 1962.
Em 1952 “Harvard” ofereceu-lhe uma cadeira de “Professor Honorário Convidado”. Cummings passou os dez últimos anos da sua vida a viajar, intervalando com as conferências para que era convidado e os Verões na sua residência em Silver Lake.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Aventuras do Edibar
Clicar na imagem para a aumentar

EFEMÉRIDERaymond Kopa, de seu verdadeiro nome Raymond Kopaszewski, ex-futebolista francês, nasceu em Nœux-les-Mines no dia 13 de Outubro de 1931.
Foi eleito o Melhor Jogador do Mundial de 1958 e é considerado um dos maiores jogadores da história do futebol francês.
Foi Campeão de França pelo Stade de Reims em 1953, 1955, 1960 e 1961 e Campeão Espanhol pelo Real Madrid em 1957 e 1958. Venceu as Taça Latinas de 1953 e 1957 e a Liga dos Campeões da UEFA em 1957/58/59.
Ganhou a “Bola de Ouro” em 1958, sendo o terceiro jogador a vencê-la e o primeiro francês a receber esta distinção.
Oriundo de uma modesta família de mineiros, os avós paternos tinham ido da Polónia para França em 1919, onde se instalaram numa região mineira entre Lens e Béthune.
Como a maioria dos 6 000 imigrantes polacos do pós-guerra, os pais preservaram a sua língua e uma forte fé católica, enquanto os mais jovens membros da família se tentavam integrar no modo de vida francês.
Raymond adaptava-se porém mal à escola, dizendo que era mau aluno em matemática, em história e em tudo o resto… Desde os cinco anos passava grande parte do seu tempo a jogar futebol : de manhã na escola, de tarde no jardim junto de casa e ao domingo durante os intervalos dos jogos de futebol “dos adultos”.
Aos oito anos fundou a sua primeira equipa de futebol de rua e tornou-se notado pelos seus dribles. Foi integrado na “US Nœux-les-Mines” em 1941 e foi passando por todas as categorias: cadetes, juniores e seniores (aos 16 anos). A zona em que viviam foi ocupada pelos alemães durante a II Grande Guerra Mundial. Estes requisitaram um campo de futebol para jogar. Kopa e os seus companheiros aproveitaram a ocasião para roubar uma bola aos soldados alemães. Foi a sua primeira bola de coiro.
Assinou o primeiro contrato profissional no “SCO d'Angers”, onde esteve dois anos, passando depois para o Stade de Reims. Foi a grande vedeta deste clube e foi seleccionado para equipa de França a partir de 1952. Em 1956 transferiu-se para o Real Madrid, enquanto o A.C. Milan também o cobiçava.
Na estreia defrontou os brasileiros do Vasco da Gama, ganhando por 4-2 e marcando dois golos.
Depois de várias peripécias, Kopa voltou em 1959 ao Stade de Reims, onde acabou a sua carreira em 1967. Gostava de tal modo do futebol que continuou a jogar nos veteranos. Aos 42 anos ainda recebeu um convite para jogar no Paris Saint-Germain que declinou.
Juntamente com Just Fontaine lutou pela adopção de contratos temporários para os jogadores de futebol que, até ao fim dos anos 1960, eram quase propriedade dos clubes por toda a vida, quais “escravos” da era moderna. Fundaram então o primeiro sindicato dos futebolistas franceses.
Em 1970 Kopa foi o primeiro jogador de futebol a receber a Legião de Honra (Cavaleiro). Seria mais tarde, em 2008, nomeado Oficial da Legião de Honra.
Foram publicados vários livros sobre a sua vida, alguns autobiográficos. Foi internacional francês 45 vezes, tendo marcado 18 golos e sendo capitão de equipa em seis jogos.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Aventuras do Edibar
Clicar na imagem para a aumentar

EFEMÉRIDEEdith Louisa Cavell, enfermeira britânica, considerada internacionalmente como heroína da Primeira Guerra Mundial, foi fuzilada em Bruxelas no dia 12 de Outubro de 1915, depois de ter sido capturada pelos alemães. Nascera em Swardeston, Norfolk, em 4 de Dezembro de 1865.
Formada como enfermeira no “Royal London Hospital”, foi nomeada em 1907 enfermeira-chefe no “Berkendael Institute” em Bruxelas.
Em 1909 fundou na capital belga uma escola de enfermagem. Quando a Primeira Guerra Mundial começou, o hospital entrou na posse da Cruz Vermelha. Edith e os seus alunos tratavam dos exércitos aliados e alemão.
Edith Cavell ajudou centenas de soldados aliados a passar da Bélgica ocupada para a Holanda neutra, em violação da lei militar. Esta rede de evasão foi iniciada pelos belgas da Região de Mons e ajudava os soldados aliados feridos e escondidos a evadir-se da Bélgica ocupada. Seguidamente esta rede fundiu-se com uma outra, criada por várias mulheres do norte de França.
Em 1915 Edith Cavell foi presa e conduzida perante um tribunal marcial alemão. Entre os inculpados figuravam igualmente numerosos patriotas provenientes dos meios populares.
Edith não se defendeu, admitindo os actos de que era acusada. Foi fuzilada por um pelotão de execução às 2 horas da manhã de 12 de Outubro, tornando-se assim numa mártir popular e entrando na história britânica como uma heroína.
Na noite precedendo a execução, falou com o capelão anglicano, que foi autorizado a vê-la para lhe dar a comunhão.
Depois da guerra, o seu corpo foi trasladado para o Reino Unido, onde se realizou uma cerimónia religiosa conduzida pelo rei Jorge V. Foi inumada na Catedral de Norwich.
Existem várias ruas com o seu nome, pelo menos na Bélgica, França, Portugal e Reino Unido. Um monumento inaugurado em Paris em 1920 foi destruído vinte anos depois, quando da entrada das tropas alemãs na capital francesa (Segunda Grande Guerra Mundial).

domingo, 11 de outubro de 2009

Aventuras do Edibar
Clicar na imagem para a aumentar
EFEMÉRIDE Bobby Charlton, ex-futebolista inglês, nasceu em Ashington no dia 11 de Outubro de 1937.
É considerado um dos melhores jogadores da história do futebol inglês. Tinha o desporto no sangue por parte da mãe: três irmãos dela jogaram profissionalmente como guarda-redes e o seu irmão Jack foi seu companheiro na Selecção Inglesa, campeã do mundo em 1966.
Vindo das categorias juvenis do Manchester United, então um clube médio ainda em ascensão, estreou-se na equipa principal em 1954. Fez parte dos chamados Busby Babes, os "bebés" do técnico escocês Matt Busby. O carinhoso apelido dado ao elenco vinha da baixa média de idade do grupo (22 anos).
Tinha uma notável visão de jogo e era um temível rematador e um verdadeiro gentleman em desportivismo e fair play. Também driblador hábil, inspirava-se no ídolo de quase todos os jovens ingleses da época, o veterano Stanley Matthews.
O destino reservou-lhe uma trágica surpresa em Fevereiro de 1958: estava com a equipa do United, voltando de uma partida em Belgrado, onde o clube tinha conseguido garantir lugar nas semifinais na Taça dos Campeões Europeus. O avião, fretado pelo clube para transportar jogadores e jornalistas, fez escala em Munique. A descolagem só foi conseguida à terceira tentativa devido a falhas nos motores, para logo resultar numa das maiores tragédias relacionadas com o futebol: a aeronave despenhou-se ainda na zona do aeroporto, desintegrando-se de encontro a um edifício abandonado.
O acidente mataria, entre outros, oito jogadores da equipa, para a qual se augurava um futuro brilhante. Ainda com 20 anos, Bobby ficou gravemente ferido, mas sobreviveu. Três meses depois, já estava a actuar num United em reconstrução. No mês seguinte encontrava-se entre os convocados para os Mundiais de 1958.
Estrela principal entre os jogadores que restavam do acidente, ao lado do técnico Busby, Charlton continuou a jogar durante quinze anos em Old Trafford, estádio apelidado por ele de "Teatro dos Sonhos". Participou activamente na nova ascensão do Manchester, primeiramente com o título na Taça de Inglaterra de 1963. Depois, com dois títulos na liga inglesa entre 1965 e 1967.
Naquela época, o Manchester United já contava com outros dois jogadores que, com Charlton, formariam a “santíssima trindade” em campo: o escocês Denis Law e o norte-irlandês George Best. Na Taça dos Campeões de 1966, o clube chegou novamente às semifinais da competição, perdendo com os jugoslavos do Partizan. A decepção foi logo esquecida com o título nos Mundiais daquele ano. Na mesma época recebeu a Bola de Ouro “France Football” como melhor jogador da Europa.
O título europeu veio finalmente em 1968, após decepção no campeonato inglês, em que o título foi perdido para o rival Manchester City. Na decisão, um novo tira-teimas entre os ingleses e Eusébio mais os seus companheiros do Benfica. O jogo, em Wembley, terminou empatado 1-1. Autor do golo do United no tempo regulamentar, Charlton colocaria os britânicos à frente durante o prolongamento, que terminou com 4 x 1 para os “Red Devils”.
Após ter atingido o zénite, o United começou a decair, ainda mais com a saída de Busby do cargo de técnico em 1971. Já veterano e sem ser chamado mais para a Selecção Inglesa desde a eliminação nos Mundiais de 1970, Bobby deixou o clube em 1973. Saiu com 752 partidas jogadas e 247 golos marcados. Foi para o Preston North End da segunda divisão inglesa, onde actuou como jogador e técnico. Não teve sucesso. Ainda assim, recebeu naquele ano o título de “Sir” concedido pela Rainha Isabel II. Charlton encerrou a carreira profissional no pequeno Waterford United, no ano seguinte.
Do seu palmarés, salienta-se: ser ainda o melhor artilheiro da Selecção Inglesa, com 49 golos em 106 jogos; campeão inglês em 1957, 1965 e 1967; Taça de Inglaterra em 1963; Campeão do Mundo em 1966; “Bola de Ouro” no mesmo ano e vencedor da Liga dos Campeões em 1968.

sábado, 10 de outubro de 2009

Aventuras do Edibar
Clicar na imagem para a aumentar

EFEMÉRIDEGeorge Orson Welles, cineasta norte-americano, realizador, cenarista, produtor e também actor, faleceu em Hollywood no dia 10 de Outubro de 1985. Nascera em Kenosha, no Wisconsin, em 6 de Maio de 1915.
Criança precoce, aos dois anos já sabia ler, aprendeu a tocar piano aos três e realizou a primeira adaptação de Shakespeare aos sete. Aos onze anos redigiu uma análise da obra de Nietzsche.
Órfão de pai aos quinze anos e de mãe aos nove, ficou a cargo de um amigo dos pais que se ocupou da sua educação. Ganhou um prémio com a adaptação teatral de “Júlio César” de Shakespeare. Foi para a Irlanda em 1931 para estudar pintura, primeira arte em que se envolveu seriamente. Adolescente, não via porém interesse nos estudos e resolveu representar e trabalhar.
Em Dublin apresentou-se como vedeta do teatro de Nova Iorque. Mais tarde, em Sevilha, fez-se passar por autor de romances policiais, ganhando dinheiro com algumas coisas que escreveu. Orson Welles representava, mesmo na vida real.
Voltou aos Estados Unidos em 1933. Apenas com dezoito anos, tinha já uma sólida cultura literária e teatral. Demonstrava igualmente aptidões para prestidigitador. Conseguiu pequenos papéis no teatro e começou a ser conhecido na Broadway.
Criou a sua própria companhia e foi trabalhar também para a CBS, na adaptação radiofónica de obras literárias. Em 1938, produziu uma transmissão radiofónica intitulada “A Guerra dos Mundos”, baseada no livro com o mesmo nome, que ficou famosa mundialmente por provocar o pânico nos ouvintes, que imaginavam estar a enfrentar uma invasão de extraterrestres. Chegou a haver o caos em Nova Iorque com fugas desordenadas de muitos habitantes. O exército foi mobilizado tal o realismo do programa. O sucesso da transmissão foi tão grande que, nos dias seguintes, todos queriam saber quem era o responsável pelo programa. A fama começava para ele.
A sua estreia no cinema, em filmes de longa-metragem, ocorreu em 1941 com Citizen Kane ("O Mundo a seus Pés"), considerado pela crítica como um dos melhores filmes de todos os tempos. Teve nove nomeações para o Oscar, mas venceu apenas como “O Melhor Guião Original”. Neste filme, Welles foi director, co-guionista, produtor e actor, o que é surpreendente pois, no cinema, a acumulação de funções acaba quase sempre por influenciar negativamente o produto final. Neste caso surgiu uma obra completamente à frente do seu tempo.
Em 1962 realizou "The Trial", filme baseado na obra "O Processo" de Franz Kafka, que Orson Welles considerava uma das suas melhores películas.
Apesar de só ter realizado quinze filmes, ele influenciou diferentes realizadores, em particular Stanley Kubrick.
Paradoxalmente, encontrou sérias dificuldades para continuar a sua carreira como realizador, passando décadas a aceitar papéis de actor, mas chamando sempre a atenção pela qualidade da sua presença e pela sua voz notável e inconfundível. A morte levou-o aos setenta anos, vítima de ataque cardíaco.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Aventuras do Edibar
Clicar na imagem para a aumentar
EFEMÉRIDEJohn Winston “Ono” Lennon, músico, autor-compositor, cantor, guitarrista, pianista e pacifista britânico, considerado um dos maiores ícones do século XX, nasceu em Liverpool no dia 9 de Outubro de 1940. Foi assassinado em Nova Iorque, em 8 de Dezembro de 1980.
John Lennon ganhou notoriedade mundial como um dos integrantes do grupo de rock britânico The Beatles. Em 1968, apaixonou-se pela artista plástica japonesa Yoko Ono, que se tornou na pessoa mais importante da sua vida e da sua carreira. Em 1970, os Beatles chegaram ao fim e, a partir de então, John dedicou-se a uma carreira a solo.
Afastado da música desde 1975, para se dedicar mais a família desde o nascimento de filho, John só voltou aos estúdios em 1980 para gravar um novo álbum. Era como que um recomeço. Porém, em 8 de Dezembro desse ano, John foi assassinado em Nova York, quando voltava do estúdio de gravações juntamente com a mulher.
Entre as composições mais notáveis de John Lennon estão "All You Need Is Love" enquanto fazia parte dos Beatles e "Imagine" na carreira a solo.
Em 2002, John Lennon ficou em oitavo lugar numa pesquisa feita pela BBC para escolher os 100 britânicos mais importantes de todos os tempos.
John estudou na Dovedale County Primary School até passar no exame Eleven-Plus. De 1952 a 1957, estudou na Quarry Bank Grammar School em Liverpool, onde ficou conhecido pelos seus desenhos e pelas suas mímicas. Nessa escola, em 1956, fundou uma banda de rock chamada The Quarrymen, que daria origem aos Beatles.
John era um aluno problemático na escola, mas mesmo assim foi aceite no Liverpool College of Art.
No dia 9 de Novembro de 1961, Brian Epstein viu os Beatles pela primeira vez a tocar no Cavern Club e assinou um contrato para ser seu agente. A constituição dos Beatles era: John Lennon (guitarra), Paul McCartney (baixo), George Harrison (guitarra) e Ringo Starr (bateria). Em Outubro de 1962, os Beatles lançaram o seu primeiro disco com a música "Love me Do". Em 1963, em apenas um dia, gravaram o primeiro álbum “Please Please Me”. Não demorou muito para os Beatles se tornarem um grande sucesso na Inglaterra e posteriormente nos Estados Unidos. Iniciava-se a beatlemania.
Na primeira fase do grupo, John era responsável pela maioria das composições, sendo evidente a sua liderança. Compôs algumas músicas mais intimistas, influenciado por Bob Dylan. Durante a segunda fase dos Beatles, John revelou-se também um grande letrista.
Em 1966 John declarou que os Beatles eram mais populares que Jesus Cristo. A declaração foi mal recebida e John pediu desculpas.
Devido à morte do empresário dos Beatles, Brian Epstein, em 1967, Paul começou a tomar o controlo total da banda. O fracasso financeiro da Apple Corps, empresa criada pelo grupo, a presença constante de Yoko Ono nos estúdios de gravação e a procura conflituosa de um novo empresário, fizeram com que sobretudo John e Paul tomassem lados opostos. Durante as gravações o clima estava cada vez mais tenso. Em 1970, Paul McCartney anunciou o fim dos Beatles.
Durante os últimos anos da banda, John e Yoko tinham-se tornado inseparáveis. Apareceram juntos numa gravação dos Rolling Stones e protestaram juntos contra a guerra do Vietname. Em 1969 casaram-se em Gibraltar.
Em 1971 John atingiu grande sucesso com o álbum “Imagine”, que se tornou o hino da paz, no mundo inteiro, e foi campeão de vendas na América e na Inglaterra.
Na noite de 8 de Dezembro de 1980, quando voltava para o apartamento onde morava em Nova Iorque, John foi abordado por Mark David Chapman, um rapaz que durante o dia lhe pedira um autógrafo num LPDouble Fantasy”. O rapaz era um fã dos Beatles e de John, mas disparou vários tiros sobre Lennon com um revólver calibre 38. A polícia chegou minutos depois e levou John na própria viatura para o hospital. O assassino permaneceu no local até ser preso. John morreu após perder cerca de 80% do seu sangue. O assassino foi condenado a prisão perpétua e até hoje tem sido mantido numa cela separada de outros presos, devido às ameaças de morte que recebe.
Yoko Ono tem administrado tudo o que se refere a John Lennon: as suas canções em carreira a solo, os seus vídeos e os seus filmes.
Em 2002 o aeroporto de Liverpool, renovado, foi rebaptizado John Lennon Airport. A sua estátua em bronze está instalada no hall do check-in.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Aventuras do Edibar
Clicar na imagem para a aumentar
EFEMÉRIDEJuan Domingo Perón, militar e político argentino, nasceu em Lobos no dia 8 de Outubro de 1895. Faleceu em Olivos, em 1 de Julho de 1974.
Foi presidente da Argentina de 1946 a 1955 e de 1973 a 1974. Foi igualmente secretário-adjunto da guerra, secretário do trabalho e da saúde assim como vice-presidente e secretário da guerra nos precedentes governos militares (1943/45).
Ingressou na Escola Militar com a idade de dez anos e progrediu rapidamente na sua hierarquia. Esteve como observador militar em Itália no fim dos anos 1930. Assistiu a cursos de filosofia política e integrou na sua ideologia certas concepções fascistas e corporativistas. Foi também em Itália que ele compreendeu a importância da mobilização das massas no jogo político. No entanto, Perón só assimilou da experiência italiana o que ele considerava útil à sua ideologia política, que era bem anterior à estadia em Itália.
Ele era herdeiro sobretudo da visão da doutrina social da Igreja, que preconizava a conciliação dos interesses dos patrões e dos operários e condenava o liberalismo e o capitalismo como filosofias de vida.
Perón casou-se com Aurelia Tizón (falecida em 1938) e, em segundas núpcias, com Eva Perón, mais conhecida por “Evita” que também faleceria de doença oncológica. O seu governo populista era apoiado pela Igreja Católica, pelo Exército e pelos Sindicatos, baseando-se num forte nacionalismo, centralizado no poder do Estado. Perón pôde também contar com o carisma da primeira-dama Evita Perón, através de campanhas sociais que davam ao Estado um carácter paternalista.
O Peronismo definia-se então pelo termo Justicialismo. Era uma mistura hábil de nacionalismo e de populismo, apoiando as reivindicações sociais e rejeitando a tutela americana ou britânica, ao mesmo tempo que procurava guiar o país na senda da modernização. Este modo de governo levava a pensar no fascismo italiano mas, ao contrário deste, fazia-se plebiscitar permanentemente através de eleições regionais ou municipais que confirmavam, quase de dois em dois anos, o apoio massivo do povo argentino. Apesar disso, o governo mostrava-se autoritário, se bem que respeitando sempre a Constituição.
Foi promovida a sindicalização dos trabalhadores e apoiada a criação da poderosa Confederação Geral do Trabalho. Perón chamava “Terceira Via” à sua maneira de governar, entre o capitalismo e o comunismo e fortemente anti-americano e anti-britânico. Industrializou o País e anunciou o primeiro plano quinquenal para incrementar o desenvolvimento das novas indústrias nacionalizadas, iniciando também o programa nuclear argentino.
Depois da morte de Evita, foi ainda reeleito em 1951, mas os problemas económicos e as suspeitas de corrupção, assim como conflitos com a Igreja católica, acabaram por unir a oposição e contribuíram para sua queda através de um golpe de estado militar em Setembro de 1955. Exilou-se no Paraguai, na Venezuela, no Panamá e na República Dominicana, instalando-se por uns tempos em Madrid.
Em 1961 casou-se uma terceira vez, agora com Maria Estela Martínez, mais conhecida como “Isabel Perón”, que lhe sucedeu na presidência da Argentina em 1974.
A Argentina “sem Perón” (anos 1950 e 1960) ficou marcada por frequentes mudanças de governo, fraco crescimento económico e uma contínua pressão social. Estava a abrir-se o caminho para o regresso de Juan Perón. O exército acabou por chamar para o poder o único homem que poderia controlar a situação. Tornou-se de novo presidente após eleições realizadas em 1973, sendo a vice-presidência ocupada por “Isabel Perón”.
Morreu menos de um ano após o seu regresso à Argentina e a sua mulher sucedeu-lhe. Os problemas mantiveram-se. Foi afastada em 1976 por uma Junta Militar dirigida pelo general Videla.
Perón foi enterrado no cemitério de Chacarita em Buenos Aires. O túmulo seria profanado em 1987. As suas duas mãos foram roubadas, desconhecendo-se ainda hoje a origem e o significado do gesto, pois o acto não foi reivindicado. Em 2006 o seu corpo foi trasladado para San Vicente, a 52 km de Buenos Aires, onde ele possuía uma residência entretanto transformada em museu.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Dos jornais: «António Gosta (PS) ofereceu bicicletas...» (De modo bastante selectivo, acrescento...)
Clique para aumentar imagem
Humor negro... (mas já aconteceu...)

EFEMÉRIDEMongo Beti, de seu verdadeiro nome Alexandre Biyidi Awala, romancista de nomeada, ensaísta, professor, livreiro e editor franco-camaronês, um dos maiores e mais prolíficos escritores africanos, faleceu em Douala no dia 7 de Outubro de 2001. Nascera em Akométam, em 30 de Junho de 1932.
Depois dos estudos primários na escola missionária de Mbalmayo, ingressou em 1945 no Liceu Leclerc em Yaoundé. Tendo obtido o bacharelato em 1951, instalou-se em França para prosseguir os estudos superiores de Letras em Aix-en-Provence e, depois, na Sorbonne em Paris.
Começou a sua carreira literária com a novela “Sem ódio e sem amor”, publicada na revista “Présence Africaine” em 1953. Seguiu-se em 1954 o seu primeiro romance “Cidade Cruel”, utilizando o pseudónimo “Eza Boto”, publicado nas edições “Présence Africaine”.
Em 1956, a publicação do romance “Pobre Cristo de Bomba” fez escândalo pela descrição satírica feita do mundo missionário e colonial. Apareceu em seguida “Missão terminada” (Prémio Saint-Beuve - 1958) e “O Rei miraculado” um ano depois.
Trabalhou para a revista “Preuves”, para a qual efectuou uma reportagem em África, e foi professor auxiliar no Liceu de Rambouillet.
Em 1959 foi nomeado professor no Liceu Henri Avril em Lamballe, ensinando mais tarde no Liceu Corneille de Ruão (1966/1994).
Em 1972 voltou à escrita, publicando nas edições “François Maspéro” o seu livro “Mão baixa sobre os Camarões, autópsia de uma descolonização”, que foi censurado por decreto do Ministro do Interior Francês, a pedido do governo dos Camarões.
Publicou em 1974 “Perpétue et Remember Ruben”. Depois de longos procedimentos judiciais, Mongo Beti e o seu editor obtiveram em 1976 a anulação da ordem de interdição de “Mão baixa…”.
Em 1978 lançou, com a sua esposa Odile Tobner, a revista bimestral “Peuples noirs Peuples africains” que foi publicada até 1991. Esta revista descrevia e denunciava os males causados em África pelos regimes neo-coloniais. Publicou vários livros durante este período, mais precisamente entre 1979 e 1989.
Em 1991 Mongo Beti voltou aos Camarões depois de 32 anos de exílio. Publicou em 1993 “A França contra a África, regresso aos Camarões”, reformando-se de professor no ano seguinte.
Abriu então em Yaoundé a “Livraria dos Povos Negros” e organizou actividades agrícolas na sua vila natal. Criou também várias associações de defesa dos cidadãos. Paralelamente a estas actividades sociais continuou a publicar romances em França, nomeadamente uma trilogia que não chegou a acabar (L’histoire du fou - 1994, Trop de soleil tue l’amour - 1999 e Branle-bas en noir et blanc – 2000). Foi internado no hospital de Yaoundé no dia 1 de Outubro de 2001 em virtude de insuficiência hepática e renal aguda, que ficou sem tratamento por falta de equipamento para diálise. Transportado para o hospital de Douala, veio ali a falecer dias depois.

Arquivo do blogue

Acerca de mim

A minha foto
- Lisboa, Portugal
Aposentado da Aviação Comercial, gosto de escrever nas horas livres que - agora - são muitas mais...