quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

EFEMÉRIDE Philip Kindred Dick, também conhecido pelas iniciais PKD, escritor norte-americano de ficção científica que alterou profundamente este género literário, nasceu em Chicago no dia 16 de Dezembro de 1928. Faleceu, vítima de um AVC, em Santa Ana, Califórnia, em 2 de Março de 1982. Apesar de ter tido pouco reconhecimento em vida, a adaptação de vários dos seus livros ao cinema acabou por tornar a sua obra conhecida em todo o mundo, sendo aclamada tanto pelo público como pela crítica.
Os pais divorciaram-se quando ele tinha apenas quatro anos. Acompanhou a mãe na sua mudança para a Califórnia, onde estudou, ingressando na Escola Secundária de Berkeley, na qual esteve até 1945. Matriculou-se depois na Universidade da Califórnia, onde estudou Filosofia e Alemão. Por ter mantido relações com o Partido Comunista norte-americano, foi alvo de minuciosas investigações por parte do FBI que levaram à sua expulsão da Universidade. Trabalhou então como disc-jockey numa emissora de rádio, mantendo, ao mesmo tempo, uma loja discográfica em Berkeley, numa época em que se preparava já a grande vaga hippy e os diversos movimentos dos anos 1960.
Começou a escrever, publicando o seu primeiro conto de ficção científica na revista “Planet Stories”. O seu primeiro livro publicado foi “Solar Lottery” (1955), cuja acção decorre no século XXIII. Após o aparecimento de outras obras, conseguiu ser reconhecido como escritor, sobretudo com a publicação de “O Homem do Castelo Alto” (1962), romance que recriava um mundo em que a Alemanha e o Japão tinham vencido a Segunda Guerra Mundial.
Inspirando-se em ideias do Budismo, Cabalismo, Gnosticismo e outras doutrinas herméticas, e combinando-as com certos aspectos das novas crenças na parapsicologia, em extraterrestres e na percepção extra-sensorial, o autor criou mundos alternativos nos quais acabou eventualmente por julgar viver.
Entre outros, os filmes “Relatório Minoritário”, “A Nova Lei”, “O Vingador do Futuro”, “Screamers”, “O Pagamento / Pago para Esquecer” e “A Scanner Darkly” são baseados em novelas ou livros de Dick.
Philip tinha uma irmã gémea que morreu algumas semanas depois do seu nascimento. O facto afectou-o para toda a vida, sentindo que lhe faltava um bocado de si mesmo. Muito jovem, sentia vertigens e os médicos diagnosticaram-lhe uma esquizofrenia que seria refutada posteriormente. Aterrorizado pelas coisas que imaginava, descobriu a ficção científica na revista “Stirring Science Stories”, encontrando aí uma saída para exteriorizar as suas angústias. Muitos dos seus livros misturam a pura ficção com acontecimentos autobiográficos.
Para conseguir manter um ritmo de trabalho rápido, tomava muitos medicamentos, que lhe provocavam depressões terríveis. Casou-se e divorciou-se várias vezes. A vida mundana não o atraía e começou a quase não sair de casa. Os assassinatos de Robert Kennedy e de Martin Luther King revoltaram-no e, partir daí, deixou mesmo de votar.
Em 1970 teve problemas com o fisco e a guerra do Vietname tornou-o triste e sombrio. Abriu a sua casa a drogados e a hippies de passagem e começou a drogar-se também, tendo momentos de delírio. Esta experiência levou-o a escrever “Substância morta”, publicado em 1977. Tentou, sem o conseguir, ser internado num hospital psiquiátrico. A sua casa foi assaltada e os seus pertences roubados ou destruídos. Todos os seus medos e paranóias ressurgiram e tão depressa acusava o FBI como o KGB de o quererem matar.
Tentou refazer a sua vida em Vancouver e fez uma tentativa de suicídio com tranquilizantes. Apaixonou-se várias vezes sem ser correspondido. Fundou um último lar, com uma jovem de dezoito anos.
Morreu em 1982, sem saber até que ponto a sua obra se ia tornar quase mítica. Publicou ao todo 36 romances e cinco recolhas de novelas.

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