quarta-feira, 16 de junho de 2010

EFEMÉRIDE Marc Léopold Benjamim Bloch, historiador francês, foi fuzilado pelos nazis em Saint-Didier-de-Formans no dia 16 de Junho de 1944. Nascera em Lyon, em 6 de Julho de 1886.
Estudou na Escola Normal Superior de Paris e, posteriormente, em Berlim e em Leipzig, antes de ser bolseiro da Fundação Thiers (1909-1912).
Professor de liceu, participou na Primeira Guerra Mundial, tendo sido ferido e vindo a receber a Legião de Honra e a Cruz de Guerra.
Após este conflito, ingressou na Universidade de Estrasburgo, instituição onde conheceu e conviveu com Lucien Febvre, com quem fundou em 1929 a "Revue des Annales". Em 1936, sucedeu a Henri Hauser na cadeira de História Económica da Sorbonne. A revista e o seu conteúdo tiveram sucesso mundial, dando origem à chamada "Escola dos Annales".
Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial e a ocupação nazi, Bloch militou na resistência francesa, depois de se ver afastado da função pública por ser de origem judaica. Detido e torturado pela Gestapo (Março de 1944), foi fuzilado três meses depois.
Considerado o maior medievalista de todos os tempos e, na opinião de muitos, o maior historiador do século XX, os seus trabalhos e pesquisas abriram novos horizontes aos estudos sobre o feudalismo.
Foi um dos grandes responsáveis pelas inovações do pensamento histórico, defendendo o abandono de sequências pouco úteis de nomes e datas e uma maior reflexão na construção da História, como um todo entre o Homem, a Sociedade e o Tempo.
A sua última obra, “Derrota Estranha”, foi uma avaliação da derrota francesa a partir da invasão alemã. Na fase final da vida escreveu ainda “Apologia da História”, que deixou inacabada devido à sua morte.
George Altman, no posfácio de “Derrota Estranha”, descreveu os últimos instantes de vida deste grande resistente: «Um rapaz de dezasseis anos tremia a seu lado. “Isto vai doer”. Marc Bloch apertou-lhe afectuosamente o braço, dizendo-lhe: “Não, pequeno, isto não vai doer nada”»… E caiu baleado, ao mesmo tempo que gritava «Viva a França!».
Em Junho de 2006, vários historiadores pediram no “Figaro littéraire” a transferência dos restos mortais de Marc Bloch para o Panteão Nacional.

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