sexta-feira, 17 de setembro de 2010

EFEMÉRIDE Dominique de Roux, escritor e editor francês, nasceu em Boulogne-Billancourt no dia 17 de Setembro de 1935. Faleceu em Suresnes, em 29 de Março de 1977.
Nascido no seio de uma família nobre de Languedoc, próxima dos meios monárquicos, Dominique de Roux manifestou uma independência precoce, ligada à vontade de se consagrar à literatura.
Interrompeu os seus estudos e, no fim dos anos 1950, fez vários estágios linguísticos e períodos de trabalho na Alemanha, em Espanha e na Inglaterra. De regresso a França fundou, juntamente com vários amigos, o boletim “L'Herne”, onde publicou as suas crónicas “Confidences à Guillaume”. Na mesma época efectuou o seu serviço militar numa base aérea francesa.
Em 1960 publicou o primeiro romance “Mademoiselle Anicet” e refundou a sua revista, sob uma forma definitiva e com o nome “Cahiers de l'Herne”, uma colecção de monografias livremente consagradas a figuras desconhecidas ou malditas da Literatura, compreendendo artigos, documentos e textos inéditos. Foram publicados cadernos dedicados a Georges Bernanos, Borges, Céline, Ezra Pound, Ungaretti, Lewis Carroll, Soljenitsyne, Dostoïevski, Thomas Mann, Edgar Poe, Júlio Verne e muitos outros.
Em 1966, a publicação do seu ensaio “A Morte de L.-F. Céline” inaugurou a editora que fundou juntamente com Christian Bourgois. Apenas com 30 anos, Roux já era uma
personalidade incontornável da literatura francesa.
O seu contacto com poetas e outros escritores da “beat generation” revelaram-lhe a possibilidade de um recuo em relação à agitação parisiense. Dois acontecimentos decisivos e traumatizantes decidem-no a partir: a censura da sua recolha de aforismos “Immédiatement” (1971), a pedido de Roland Barthes, e a tomada de controlo das edições da “L’Herne” por Constantin Tacou (1973).
Dominique de Roux começou então uma vida errante, refugiando-se em Lisboa e depois em Genebra. Foi nestas condições que ele animou a nova revista “Exil” e lançou os seus novos cadernos, “Os Dossiers H”. Publicou vários panfletos e consagrou bastante energia ao jornalismo escrito e televisivo, sobretudo coimo correspondente e enviado especial ao Ultramar Português, à beira da implosão.
De Roux foi tecendo várias redes activas nos meios lusófonos. Em Abril de 1974, quando da “Revolução dos Cravos”, ele era o único jornalista francês presente em Lisboa e provavelmente um dos estrangeiros com acesso mais directo ao general Spínola. Consagrou depois vários anos a secundar o opositor angolano Jonas Savimbi, junto da imprensa internacional e das chancelarias. Esta contribuição para a história do seu tempo deu impulso às suas últimas obras: “O Quinto Império”, que foi publicada quinze dias antes da sua morte súbita, com 41 anos, vítima de crise cardíaca, e postumamente “A rapariga do balão vermelho” e “O Livro negro”.

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