terça-feira, 17 de maio de 2011

EFEMÉRIDEMario Benedetti, poeta, novelista, ensaísta, romancista e dramaturgo uruguaio, morreu em Montevideu no dia 17 de Maio de 2009. Nascera em Paso de los Toros, em 14 de Setembro de 1920. Integrante da “Geração de 45”, é considerado um autor de primeiro plano na literatura contemporânea da América Latina.
Iniciou a carreira literária em 1949 e ficou famoso em 1956, ao publicar “Poemas de Oficina”, uma das suas obras mais conhecidas. Benedetti escreveu mais de 80 livros, assim como guiões para cinema.
De origem italiana, a família mudou-se para Montevideu quando ele tinha quatro anos de idade. Iniciou os seus estudos no Colégio Alemão de Montevideu, onde ficou até 1933. Ingressou depois no Liceu Miranda mas, por problemas financeiros, acabou por prosseguir os seus estudos de maneira auto-didacta, trabalhando desde os catorze anos na empresa Will L. Smith S.A., da Argentina. Em 1938 mudou-se para Buenos Aires, onde permaneceu até 1941.
Em 1945 passou a integrar a equipa redactorial do semanário “Marcha”, de Montevideu, onde permaneceu até 1974, ano em que o semanário foi fechado pelo governo de Juan María Bordaberry. Em 1953 publicou “Quién De Nosostros” e em 1954 foi nomeado director literário do semanário.
Em 1948 dirigiu a revista literária “Marginalia” e publicou o volume de ensaios “Peripecias y Novela”.
Em 1949 tornou-se membro do conselho de redacção da revista literária “Número”, uma das revistas mais em destaque na época. Participou activamente no movimento contra o Tratado Militar com os EUA, a sua primeira acção como militante político. Ainda nesse ano, ganhou o Prémio do Ministério de Instrução Pública, pela sua primeira antologia de contos, “Esta Mañana”.
Em 1960 publicou “La Trégua”, romance que foi levado aos ecrãs do cinema. Nomeado para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 1974, perdei a estatueta para “Amarcord” do italiano Fellini.
Em 1964 trabalhou como crítico de teatro e co-director da página literária semanal “Al Pie de Las Letras” do diário “La Mañana”. Colaborou ainda como humorista na revista “Peloduro” e fez crítica de cinema na “Tribuna Popular”.
De 1968 a 1971 foi director do Centro de Pesquisas Literárias da Casa de las Américas de Havana, do qual foi membro fundador.
Em 1971 participou activamente na vida política, como membro do Movimiento 26 de Marzo. Foi nomeado director do Departamento de Literatura Hispano-Americana na Faculdade de Humanidades e Ciências da Universidade da República, em Montevideu.
Depois do Golpe de Estado de 27 de Junho de 1973, Mario Benedetti renunciou ao cargo na Universidade. Pelas suas posições políticas, teve de deixar o Uruguai, partindo para o exílio na Argentina. Posteriormente, exilou-se no Peru, onde foi detido e deportado, indo em 1976 para Cuba. Esteve igualmente em Espanha. De 1973 a 1985 as suas obras foram retiradas das bibliotecas do Uruguai.
Voltou ao seu país em 1983 e, em 1986, ganhou o Prémio Jristo Botev da Bulgária, pela sua obra poética e ensaística.
Recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade de Alicante, Espanha, em 1997.
Doou parte de sua biblioteca pessoal ao Centro de Estudos Ibero-Americanos Mario Benedetti da Universidade de Alicante. A sua obra está traduzida em mais de 20 línguas. Ganhou numerosos prémios literários de que se salientam o Prémio Internacional Menéndez Pelayo, o Prémio Rainha Sofia (Poesia) e o Prémio Ibero-Americano José Martí.
A última obra publicada, o poemárioTestigo de Uno Mismo”, foi apresentada em Agosto de 2008. Quando morreu, estava a trabalhar num novo livro de poesia com o título provisório “Biografía para Encontrarme”.

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