domingo, 3 de julho de 2011



EFEMÉRIDEAlfredo Cristiano Keil, compositor de música, pintor, poeta, arqueólogo e coleccionador de arte português, nasceu em Lisboa no dia 3 de Julho de 1850. Morreu em Hamburgo, em 4 de Outubro de 1907.


Os pais eram de origem alemã. A sua educação básica foi feita na Alemanha. Estudou desenho e música em Nuremberga e, em 1870, devido à Guerra Franco-Prussiana, regressou a Portugal.


Em 1890, o ultimato inglês deu-lhe a inspiração para compor o canto patriótico “A Portuguesa”, com versos de Henrique Lopes de Mendonça, que se tornou popular em todo o país e seria mais tarde o Hino Nacional de Portugal.


Músico e compositor lírico, escritor e poeta, Keil não era um pintor a tempo inteiro, embora também não fosse um artista dos tempos livres, pois pintava regularmente e deixou centenas de quadros. Era pintor sobretudo de paisagens, mas também de interiores requintados.


Em 1890, realizou uma exposição individual em Lisboa, bastante concorrida, na qual expôs cerca de trezentos quadros. Foi a consagração em Portugal, depois do reconhecimento que já tinha obtido noutros países.


Em 1878, inscreveu-se na Exposição Internacional de Paris e, no ano seguinte, esteve no Brasil, expondo no Salão Nacional de Bellas-Artes, onde conquistou a Medalha de Ouro. Em 1886, participou numa exposição em Madrid, recebendo a condecoração da Ordem de Carlos III de Espanha.


Em Portugal a sua pintura foi um pouco ofuscada pelo brilhantismo com que se destacou na música e na poesia. Foi na música, sobretudo, que obteve maior sucesso. A sua composição mais conhecida foi a “Marcha Fúnebre”.


Entre os livros que publicou, destaca-se “Tojos e Rosmaninhos” (1908), poemas inspirados nas lendas e tradições de Ferreira do Zêzere, concelho no qual era cliente assíduo da Estalagem dos Vales, que muitos artistas do final do século XIX também frequentavam.


Como compositor, ganhou ainda destaque com as suas óperas “D. Branca” (1883), “Irene” (1893) e “Serrana” (1899), considerada então a melhor ópera portuguesa.


Em 1911, após a Proclamação da República no ano anterior, “A Portuguesa” foi aprovada como Hino oficial de Portugal. Ironicamente, Alfredo Keil tinha morrido exactamente três anos antes do primeiro dia da Revolução Republicana.

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