terça-feira, 12 de julho de 2011




EFEMÉRIDEBruno Schulz, escritor, desenhador, pintor e crítico literário polaco, nasceu em Drohobycz no dia 12 de Julho de 1892. Morreu na mesma localidade, em 19 de Novembro de 1942. É considerado um dos expoentes máximos da literatura polaca do século XX.


Estudou no liceu da sua terra natal, onde obteve o bacharelato. Muito jovem ainda, interessou-se pela pintura e acabou por ir estudar arquitectura, na Universidade de Lviv e nas Belas Artes de Viena. Entre 1924 e 1941 foi professor de desenho no Liceu público Władysław Jagiełło.


Fez-se escritor por acaso, após escrever algumas cartas a um amigo, nas quais dava conta, de modo muito original, da sua vida solitária e de detalhes da vida dos seus conterrâneos. Elas chamaram a atenção do novelista Zofia Nałkowska, que estimulou Schulz a publicá-las como relatos curtos de ficção. Foi assim que ele redigiu em 1934 “As lojas de canela”, livro reeditado mais tarde e traduzido em francês, alemão e inglês. Em 1936 publicou “Sanatorium pod Klepsydrą”.


A sua obra aproxima-se do expressionismo moderno de Kafka, do surrealismo e da psicanálise. Bruno Schulz era um apreciador de Rainer Maria Rilke, de Thomas Mann e de Franz Kafka, do qual traduziu para polaco “O Processo”.


Com o começo da Segunda Guerra Mundial, Drohobycz foi ocupada pela União Soviética e depois pela Alemanha nazi. Por ser judeu, foi forçado a viver no gueto de Drohobycz entre 1941 e 1942. Alguns relatos contam que ele seria “protegido” por um oficial da Gestapo, fervoroso admirador dos seus desenhos. Durante as últimas semanas de vida, pintou um grande mural na sua casa de Drohobycz. Pouco depois de acabar o trabalho, foi morto com dois tiros na cabeça, em plena rua, por um oficial alemão, rival do seu “protector”, sendo o mural escondido.


A maior colecção das suas obras gráficas (cerca de 300 desenhos e pinturas) encontra-se no Museu de Literatura Adam Mickiewicz em Varsóvia. Em 2001, foi dada autorização a representantes do Memorial de Yad Vashem de Israel, para irem a Drohobycz examinar o mural que tinha sido entretanto descoberto. Ao cabo de três dias, tiraram cinco secções do mural, roubando-as e levando-as para Jerusalém sem permissão das autoridades ucranianas.


A obra de Schulz serviu de inspiração para dois filmes: “Sanatorium pod Klepsydrą” e “A rua dos crocodilos”.

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