quarta-feira, 31 de outubro de 2012

EFEMÉRIDEAntónio José de Almeida, médico e político português, sexto Presidente da República, morreu em Lisboa no dia 31 de Outubro de 1929. Nascera em Vale da Vinha, Penacova, em 17 de Julho de 1866.
Depois de ter frequentado o ensino primário em São Pedro de Alva, ingressou no Liceu Central de Coimbra. Em 1889/1890, inscreveu-se em Medicina na Universidade de Coimbra, curso que completou em seis anos.
Era ainda aluno de medicina, quando publicou, no jornal académico “Ultimatum”, um artigo que ficou célebre, intitulado “Bragança, o último”, que foi considerado insultuoso para o rei D. Carlos, o que levou à sua condenação em três meses de prisão.
Depois de terminar o curso, foi para Angola e posteriormente estabeleceu-se em São Tomé e Príncipe, onde exerceu medicina até 1904. Voltou a Lisboa nesse ano, indo depois para França onde estagiou em várias clínicas. Regressado a Portugal, montou consultório, primeiro na Rua do Ouro, depois no Largo de Camões, entrando então na política.
Foi candidato do Partido Republicano, sendo eleito deputado nas eleições realizadas em 1906. Em plena Câmara dos Deputados, equilibrando-se em cima de uma das carteiras, pediu aos soldados, que tinham sido chamados para expulsar os deputados republicanos do Parlamento, a imediata proclamação da República. Em 1907, aderiu à Maçonaria.
Os seus discursos eloquentes e inflamados fizeram dele um orador muito popular nos comícios republicanos. Foi preso por ocasião da tentativa revolucionária de Janeiro de 1908, dias antes do assassinato do rei D. Carlos e do príncipe Luís Filipe. Posto em liberdade, voltou a embrenhar-se na política, sobretudo como director do jornal “Alma Nacional”.
Após a Proclamação da República, foi nomeado ministro do Interior do Governo Provisório, exercendo posteriormente várias vezes as funções de ministro e deputado. Fundou em Fevereiro de 1912 o Partido Evolucionista, que veio a dirigir. Era um partido moderado, organizado em torno do diário “República”, que tinha sido criado em Janeiro de 1911 e que também dirigiu. Neste jornal, opôs-se aos outros partidos, especialmente ao Partido Democrático de Afonso Costa. No entanto, aliou-se a ele na formação do Governo de União Sagrada, em Março de 1916.
Em 1919, foi eleito Presidente da República e exerceu o cargo até 1923, sendo o único presidente que até 1926 ocupou o cargo até ao fim do mandato normal de quatro anos. Realizou uma visita oficial ao Brasil, para participar no centenário da independência deste país.
Durante o seu mandato, deu-se o levantamento radical de que resultou a noite sangrenta de 19 de Outubro de 1921, em que foram assassinados, por opositores republicanos, o chefe do governo da altura, António Granjo, assim como Machado Santos e Carlos da Maia. Nomeou 16 governos durante o seu mandato.
Em 1929, foi eleito 12.º Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano Unido, mas não chegou a tomar posse por entretanto ter falecido.
Uma estátua foi erguida pelos seus admiradores e amigos em Lisboa, da autoria do escultor Leopoldo de Almeida e do arquitecto Pardal Monteiro. Os seus principais artigos e discursos foram reunidos em três volumes intitulados “Quarenta anos de vida literária e política”, obra publicada em 1934.
A Câmara Municipal de Lagos decidiu, numa sessão realizada em Dezembro de 1929, dar o seu nome a uma rua da cidade. Uma estátua foi também erigida em São Pedro de Alva, Penacova, próximo do local onde nasceu.

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