domingo, 18 de novembro de 2012


 SANGUE E PÓ

 Assim que vêm ao Mundo,
ainda tão pequeninos,
tornam-se logo importantes
dando mais sentido às nossas vidas.
Conseguem transformar tristezas
em alegrias sem par
e rompem docemente os nossos silêncios
com a melodia do seu balbuciar.
Fazem esquecer as nossas solidões
e conseguem que a pureza
recupere espaço nos nossos corações.
Amam como só eles podem fazê-lo
e são amados com um Amor
diferente, quase reinventado.

Ser avô é ser feliz,
imensamente rico
e quase dono do Universo.
Ser avô é ignorar limites,
desejar viver eternamente
e tentar desacelerar os dias
para os saborear verdadeiramente.
Ser avô é sentir o nosso sangue
circular noutras artérias
e relembrar caminhos percorridos.

Ser avô é conseguir ser Tudo
num mundo em que somos quase Nada.
É transformar poeira em vida
antes dela em pó nos transformar... 

Gabriel de Sousa

NB – 1º Prémio(Poesia Lírica) nos XX Jogos Florais do Outono – 2012 – Monforte

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