sábado, 26 de janeiro de 2013

26 DE JANEIRO - EDDIE BARCLAY

EFEMÉRIDE Eddie Barclay, de seu verdadeiro nome Édouard Ruault, um dos mais importantes editores e produtores de música franceses, nasceu em Paris no dia 26 de Janeiro de 1921. Morreu em Boulogne-Billancourt, em 13 de Maio de 2005.
Filho de um empregado de café e de uma funcionária dos correios, que viriam a abrir o Café dos Correios, em frente da Gare de Lyon, Édouard detestava a escola e era um grande fã da música transmitida pela rádio, tendo uma memória fora do comum. Conseguia reproduzir ao piano, de maneira instintiva e autodidacta, as novidades de jazz que ouvia. Trabalhou no estabelecimento dos pais, tornando-se depois pianista de bar, compositor e chefe de orquestra do seu próprio grupo de jazz.
Grande amador de festas, muito carismático, organizou durante a ocupação germânica algumas festas clandestinas numa cave de Saint-Germain-des-Prés, onde a juventude vinha escutar o jazz americano. Escutavam, nas então muito populares juke-boxes, todos os discos de jazz que lhes chegavam às mãos.
Quando da Libertação, americanizou o seu nome para Eddie Barclay, criou um look à Clark Gable e fundou uma das primeiras discotecas de Paris, o Barclay’s Club, que se tornaria rapidamente num dos locais do culto de jazz e onde ele tocava com os seus amigos Boris Vian, Henri Salvador, Michel Legrand, Quincy Jones (que era então trompetista de Lionel Hampton), acompanhando com a sua orquestra Louis Armstrong, Ella Fitzgerald, Dizzy Gillespie, Sacha Distel, Glenn Miller, etc. Organizava também festas para as estrelas do momento, como Édith Piaf, Charles Trenet, Charles Aznavour e Francis Blanche.
Em 1949, lançou-se na produção e edição musicais. Para o efeito, alugou um dos estúdios da Pathé Marconi para gravar os primeiros discos. Em 1954, fundou o “Jazz Magazine” e a etiquete Barclay Records.
Entre os anos 1950 e 1980, lançou numerosos artistas, que descobria graças à sua importante rede de amigos no show business, à sua excepcional perspicácia artística e à premonição do que agradaria ao público. Dalida, Henri Salvador, Charles Aznavour, Charles Trenet, Brigitte Bardot, Jacques Brel e Juliette Gréco (quando deixaram a Philips), Léo Ferré, Frank Alamo, Françoise Hardy, Michel Sardou, Mireille Mathieu e Claude Nougaro foram alguns deles.
Um amigo americano falou-lhe, nos anos 1950, da nova invenção nova-iorquina – os discos de 45 e 33 rotações que permitiam gravar uma hora de música em vez dos 3 a 5 minutos dos 78 rotações. Partiu imediatamente para os Estados Unidos para procurar a técnica de fabrico desta invenção revolucionária, que já constava dos catálogos da Pathé Marconi desde 1951 mas que não estava ainda desenvolvida em França. Aproveitou a deslocação para assinar alguns contratos com estrelas americanas do jazz da época, como The Platters, Charlie Parker, Ray Charles e Dizzy Gillespie.
Em 1958, recrutou – para a Barclay Records – Quincy Jones como director artístico, Boris Vian como director de variedades, Raymond Lefèvre e Michel Legrand como orquestradores e Philippe Bouvard como adido de imprensa.
Em 1978, com 58 anos e um cancro na garganta, vendeu 40% da sua sociedade à Polygram (herdeira da Philips e futura Universal), ficando com 60% das quotas e sendo ainda seu presidente durante 5 anos.
Figura importante do jet set, casou-se oito vezes. Era célebre nas noites de Saint-Tropez e de Paris. Organizava festas esplendorosas, para as quais convidava figuras como Stéphane Collaro, Darry Cowl, Alain Delon, Thierry Le Luron, Johnny Hallyday e Eddy Mitchell. Em 1988, publicou a autobiografia “Que a festa continue”. Morreu em 2005, vítima de problemas cardíacos, após quase trinta anos de luta contra o cancro.  

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