sábado, 4 de maio de 2013

4 DE MAIO - HOSNI MUBARAK

EFEMÉRIDE – Muhammad Hosni Sayyid Selaaem Mubarak, militar que governou o Egipto de 1981 a 2011, nasceu em Monufia no dia 4 de Maio de 1928. Renunciou ao cargo de presidente da república com 82 anos, após vários dias de protestos nas ruas. Era considerado um dos mais poderosos chefes de estado do Médio Oriente. Também foi conhecido pela sua posição neutra no conflito árabe-israelita, sendo – por isso mesmo – frequentemente envolvido nas negociações entre as duas facções. Nos últimos dias da sua presidência, estava a ser alvo de críticas e protestos pela maioria da população, que pedia a sua renúncia. Mais tarde, foi condenado a prisão perpétua «pela morte de 864 manifestantes nos protestos que o derrubaram».
Licenciou-se na Academia Militar em 1949 e na Academia da Força Aérea em 1950. Assumiu posições de comando na Força Aérea, entre 1966 e 1969. Em 1972, o presidente Anwar el-Sadat nomeou-o comandante-chefe daquele ramo das Forças Armadas. O seu desempenho na guerra de Yom Kippur com Israel, em 1973, valeu-lhe a promoção a marechal, que lhe foi concedida em 1974.
Em 1975, Sadat nomeou-o para o cargo de vice-presidente. Nos anos que se seguiram, Mubarak esteve envolvido em importantes negociações diplomáticas com outros países do Médio Oriente. Após o assassinato de Sadat, tornou-se presidente do Egipto em 1981, sendo reeleito por quatro vezes: em 1987, 1993, 1999 e 2005.
Mubarak reafirmou o tratado de paz com Israel, ao abrigo dos acordos de Camp David, e cultivou boas relações com os Estados Unidos. Durante a Guerra do Golfo, posicionou-se mesmo ao lado dos EUA contra as intenções expansionistas do Iraque de Saddam Hussein. O seu governo ficou ligado a progressos nas relações com os países árabes e, em 1982, ao arrefecimento das relações com Israel quando da invasão israelita do Líbano. Recebeu o Grande Colar da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal em 1983. Desempenhou um papel importante na mediação do acordo entre Israel e a Organização de Libertação da Palestina, assinado em 1993.
Segundo fontes da imprensa mundial, ele e a sua família tinham uma fortuna espalhada pelo mundo calculada entre 50 e 70 biliões de dólares. Mubarak teria construído “o seu império” a partir de contratos das Forças Armadas, na época em que fora oficial da Aeronáutica. Quando se tornou presidente, em 1981, começou a diversificar o seu património, com depósitos em bancos britânicos e suíços, e fortes investimentos imobiliários em Londres, Nova Iorque, Los Angeles e áreas junto do Mar Vermelho.
A população revoltou-se, depois de ter passado vários anos com uma alta taxa de desemprego e numa situação de pobreza extrema, «enquanto o presidente Mubarak acumulava riquezas à custa da corrupção e de desvios de recursos públicos». Em Janeiro de 2011, estimulados pela queda do chefe do governo autoritário da Tunísia, Ben Ali, centenas de milhares de egípcios iniciaram protestos por todo o país exigindo a renúncia de Mubarak. Em 1 de Fevereiro de 2011, mais de um milhão de pessoas tomaram a praça Tahrir, no Cairo, na maior demonstração contra Mubarak, realizada até então. Protestos maciços ocorreram também noutras cidades do Egipto, como Alexandria e Suez, no dia em que Mubarak anunciou que deixaria o cargo após as eleições previstas para o mês de Setembro, afirmando que não as disputaria. Acabou por renunciar, passando o poder para um Conselho Militar.
Mubarak, que estava hospitalizado, compareceu a todas as sessões do seu julgamento, deitado numa maca, e com respiração artificial após ter sofrido um AVC. Foi julgado e condenado a prisão perpétua «por crimes de guerra e contra a humanidade», tendo escapado à pena de morte por enforcamento.

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