domingo, 20 de outubro de 2013

20 DE OUTUBRO - JOMO KENYATTA

EFEMÉRIDEJomo Kenyatta, de seu nome original Kamau wa Ngengi, político queniano de etnia kikuyu, considerado o fundador da nação, nasceu em Ngenda, Gatundu, então África Oriental Britânica, em 20 de Outubro de 1894. Morreu em Mombaça no dia 22 de Agosto de 1978.
Estudou na escola missionária escocesa de Thogoto e converteu-se ao cristianismo em 1914, sendo baptizado como John Peter Kamau, nome que ele posteriormente modificou para Johnstone Kamau. Ingressou na política em 1924 e, em 1928, começou a editar o jornal “Muigwithania” (“Reconciliador”).
Em 1929, foi para Londres, encarregado de tratar dos interesses dos kikuyu ligados à posse de terras. Durante a sua estadia, escreveu diversos artigos para jornais britânicos sobre o mesmo tema.
Regressou ao Quénia em Setembro de 1930, começando a trabalhar em escolas kikuyu. Em 1931, voltou ao Reino Unido, indo trabalhar no Woodbrooke Quaker College em Birmingham.
Entre 1932 e 1933, estudou Economia em Moscovo. Em 1934, regressou a Londres para estudar Antropologia Social na London School of Economics. Em 1938, publicou a sua tese “Ao pé do Monte Quénia”, já assinada com o nome como ficaria conhecido – Jomo Kenyatta.
Durante a Segunda Guerra Mundial, trabalhou numa herdade britânica em Sussex, para escapar ao recrutamento pelo exército britânico. Leccionou na Associação Educacional dos Trabalhadores e, em 1946, regressou ao Quénia. Nesse mesmo ano, fundou a Federação Pan-Africana e tornou-se professor titular no Kenya Teachers College. Em 1947, foi eleito presidente da União Africana do Quénia (KAU), passando a receber ameaças de morte da parte de colonos brancos.
A sua reputação junto do governo britânico foi prejudicada pelo seu envolvimento com a rebelião Mau Mau. Preso em Outubro de 1952, foi acusado de, juntamente com mais seis pessoas, “comandar e integrar" a Sociedade Mau Mau. O julgamento durou cinco meses, sendo condenado a 7 anos de trabalhos forçados. Foi libertado apenas em 1961, sob pressão dos dois partidos que sucederam à antiga KAU: a União Nacional Africana do Quénia (KANU) e a União Democrática Africana do Quénia (KADU). Em Maio de 1960, ainda preso, foi eleito presidente da KANU. Após a libertação, foi admitido no Parlamento Legislativo, contribuindo assim para a criação da nova Constituição queniana.
A KANU ganhou 83 dos 124 lugares nas eleições de Maio de 1963 e, em Junho, Kenyatta tornou-se primeiro-ministro do governo autónomo. Pediu então aos colonos brancos que não deixassem o país e apoiou a reconciliação nacional. Manteve o cargo de primeiro-ministro após a independência, declarada em Dezembro de 1963. Um ano mais tarde, o Quénia tornava-se uma república, tendo Kenyatta como presidente.
A política de Kenyatta foi de continuidade administrativa, mantendo vários funcionários civis coloniais nos seus antigos postos. Em Novembro de 1964, a KADU juntou-se à KANU, formando um único partido.
Kenyatta instituiu uma reforma agrária relativamente pacífica, conseguiu a admissão do seu país nas Nações Unidas e concluiu acordos comerciais com o Uganda e a Tanzânia. Seguiu uma política externa pró ocidental. A estabilidade atraiu investimentos estrangeiros e ele tornou-se uma figura influente em toda a África. No entanto, as suas políticas autoritárias despertaram críticas e dissidências.
Foi reeleito em 1966 e, no ano seguinte, mudou a Constituição para ter mais poderes. As suas forças de segurança ameaçavam os dissidentes e foram suspeitas de ligação com o assassinato de diversos opositores. Voltou a ser reeleito em 1974, em eleições que não foram livres nem justas e nas quais concorreu sozinho. Morreria quatro anos depois.
Figura controversa, foi acusado pelos seus críticos de ter deixado o país à mercê de rivalidades tribais. O Aeroporto de Nairobi, recebeu o seu nome, em sua homenagem.
Deve-se a ele esta afirmação curiosa: «Quando os missionários chegaram, os africanos tinham a terra e os missionários tinham a Bíblia. Eles ensinaram-nos a rezar de olhos fechados. Quando os abrimos, eles tinham a terra e nós tínhamos a Bíblia».

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