quarta-feira, 20 de novembro de 2013

20 DE NOVEMBRO - CELSO FURTADO



EFEMÉRIDECelso Monteiro Furtado, economista e um dos mais destacados intelectuais do Brasil no século XX, morreu no Rio de Janeiro em 20 de Novembro de 2004. Nascera em Pombal, Paraíba, no dia 26 de Julho de 1920. As suas ideias sobre o desenvolvimento e o subdesenvolvimento divergiam das teorias dominantes na sua época e enfatizavam o papel do Estado na economia, com a adopção de um modelo de desenvolvimento económico keynesiano. Celso Furtado é considerado o maior economista brasileiro de sempre.
Estudou no Liceu Paraíbano e no Ginásio Pernambucano do Recife. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1939. No ano seguinte, ingressou na Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro, tendo concluído o bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais em 1944, ano em que foi convocado para integrar a Força Expedicionária Brasileira em Itália.
Entre 1946 e 1948, fez o doutoramento em Economia na Universidade de Paris-Sorbonne, com uma tese sobre a economia brasileira no período colonial. Voltou ao Brasil para trabalhar no DASP e na Fundação Getúlio Vargas.
Em 1949, mudou-se para Santiago do Chile, onde integrou a recém-criada Comissão Económica para a América Latina, órgão das Nações Unidas que se tornaria, naquele período, um centro de debates sobre os aspectos teóricos e históricos do desenvolvimento.
Regressou ao Brasil na década de 1950, presidindo o Grupo Misto CEPAL-BNDES, que elaborou um estudo sobre a economia brasileira, que serviria de base para o Plano de Metas do governo de Juscelino Kubitschek. Mais tarde, foi convidado pelo professor Nicholas Kaldor para o King's College da Universidade de Cambridge, Inglaterra, onde escreveu “Formação Económica do Brasil”, um clássico da historiografia económica brasileira.
De novo no Brasil, criou – a pedido do presidente Kubitschek – em 1959, a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste. Em 1962, no governo de João Goulart, foi nomeado ministro do Planeamento, elaborando o Plano Trienal que visava a luta contra a hiperinflacção.
Depois do golpe militar de 1964, o Acto Institucional nº 1 incluiu Celso Furtado numa primeira lista de personalidades que perdiam os direitos políticos durante dez anos. Em Abril de 1964, foi para Santiago do Chile, a convite do Instituto Latino-Americano para Estudos de Desenvolvimento. Em Setembro do mesmo ano, mudou-se para New Haven, nos Estados Unidos, assumindo o cargo de pesquisador graduado do Instituto de Estudos do Desenvolvimento da Universidade de Yale. No ano seguinte, foi para Paris, onde – durante vários anos – foi professor efectivo de Economia do Desenvolvimento e Economia latino-americana na Faculdade de Direito e Ciências Económicas da Sorbonne, dedicando-se também a actividades de ensino e pesquisa nas Universidades de Yale e de Columbia, nos EUA, e na Universidade de Cambridge, na Inglaterra. Na década de 1970, viajou por diversos países, em missão das Nações Unidas ou como professor-visitante, e dedicou-se intensamente à redacção e publicação de vários livros.
Foi beneficiado pela amnistia decretada em Agosto de 1979, regressando à militância política no Brasil, que passou a visitar com frequência. Conciliou estas actividades com as tarefas académicas, como director de pesquisas da École des Hautes Études en Sciences Sociales (Paris).
Em 1981, filiou-se no Partido do Movimento Democrático Brasileiro. Em 1985, foi convidado para participar na Comissão do Plano de Acção do governo Tancredo Neves e, logo em seguida, foi nomeado embaixador do Brasil junto da Comunidade Económica Europeia, mudando-se para Bruxelas. De 1986 a 1988, foi ministro da Cultura do governo José Sarney, tendo criado a primeira legislação de incentivos fiscais à cultura. Nos anos seguintes, retomou a vida académica e participou em diferentes comissões internacionais. Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 1997.

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