quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

19 DE FEVEREIRO - DIOGO DE MACEDO



EFEMÉRIDEDiogo Cândido de Macedo, escultor, museólogo e escritor português, morreu em Lisboa no dia 19 de Fevereiro de 1959. Nascera em Vila Nova de Gaia, em 22 de Novembro de 1889. Destacou-se como um dos mais importantes escultores da primeira geração de artistas modernistas portugueses. Para além da criação artística, a sua acção cultural teve um impacto particularmente decisivo no país, como um dos autores mais prolíferos sobre arte moderna e contemporânea e enquanto comissário e museólogo, assumindo em 1944 a direcção do Museu Nacional de Arte Contemporânea até ao final da vida.
Matriculou-se na Academia Portuense de Belas Artes em 1902, mas interrompeu os estudos pouco tempo depois. Regressou à Academia em 1905, sendo aluno de Teixeira Lopes. Concluiu o curso em 1911 e, nesse mesmo ano, partiu para Paris a expensas da família. Frequentou as Academias de Montparnasse, nomeadamente a Académie de la Grande Chaumière, onde foi influenciado pelas aulas de Bourdelle. Frequentou durante alguns meses a Escola Nacional de Belas Artes.
Regressou a Portugal em 1914, participando em diversas mostras colectivas, entre as quais a I Exposição de Humoristas e Modernistas (Porto, 1915) e a Exposição dos Fantasistas (Porto, 1916). Expôs individualmente no Porto e em Lisboa. Casou-se em 1919 e, no ano seguinte, fixou-se de novo em França.
A sua obra ficou sobretudo ligada à década de 1920, tendo exposto no Salon (1913, 1922 e 1923). Na sua obra, confluem referências diversificadas: romântico, obcecado por Rodin e interessado em Bourdelle, aproximou-se do expressionismo em muitas obras, sendo noutras um escultor puramente clássico ou talvez mesmo académico.
Na sua obra, pode destacar-se o “Torso de Mulher” de 1923, onde está presente um gosto expressivo mais essencialmente lírico e que, segundo José-Augusto França, é uma das melhores obras de escultura do primeiro modernismo português.
Foi animador de exposições de referência como: Cinco Independentes (1923), na qual participou ao lado de Francisco Franco, Eduardo Viana e Almada Negreiros e o I Salão dos Independentes em 1930.
Em 1941, enviuvou. A partir dessa data, renunciou voluntariamente à escultura. Entre as suas últimas obras, pode destacar-se o conjunto de quatro “Tágides” para a Fonte Monumental da Alameda D. Afonso Henriques. Em 1944, foi nomeado director do Museu Nacional de Arte Contemporânea, cargo que exerceu até à data da sua morte. Voltaria, no entanto, a apresentar obras suas, em mostras nacionais e internacionais, nomeadamente na Bienal de Veneza (1950) e no Pavilhão Português da Exposição Internacional de Bruxelas (1958).
Em 1946, casou-se pela segunda vez. Dois anos depois, fez uma viagem a Angola e Moçambique, no decurso da qual proferiu conferências e organizou duas exposições de arte portuguesa. Visitou o Brasil durante 4 meses em 1950, fazendo uma conferência sobre Soares dos Reis, no Rio de Janeiro.
Ao longo dos anos fez conferências, dirigiu exposições, prefaciou catálogos e foi autor de livros e monografias sobre arte, entre as quais: “Columbano” (1952); “Mário Eloy” (1958); e “Machado de Castro” (1958). Da sua actividade no domínio da escrita, deixou ainda um extenso legado de artigos, publicados em revistas e jornais, portugueses e estrangeiros, entre os quais: “Boletim da Academia Nacional de Belas-Artes”, “Ocidente”, “The Connoisseur”, “Contemporânea” e “Panorama”.
Está representado em colecções públicas e privadas, nomeadamente: no Museu do Chiado, Lisboa; no Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; no Museu de José Malhoa, Caldas da Rainha; no Museu do Abade de Baçal, Bragança; no Museu Grão Vasco, Viseu; e no Museu Nacional de Soares dos Reis, Porto.
Em sua homenagem, em 1995, a Escola Secundária de Olival, Vila Nova de Gaia, passou a designar-se Escola Secundária Diogo de Macedo.
A sua obra inclui inúmeras esculturas, desenhos e gravuras. Esculpiu bustos de Camilo Castelo Branco (1913), Antero de Quental (1929), Sarah Afonso (1927), António Botto (1928) e Mário Eloy (1932), entre outros.
Das suas obras em espaços públicos, destacam-se: monumento a Antero de Quental (Coimbra); monumento a Afonso de Albuquerque (Porto); monumento a Fialho de Almeida (Vila de Frades, Alentejo); esculturas no pórtico do Museu Nacional de Arte Antiga (Lisboa); e 5 esculturas para a Fonte Monumental, Alameda Dom Afonso Henriques (Lisboa).

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