quinta-feira, 22 de maio de 2014

22 DE MAIO - LANGSTON HUGHES



EFEMÉRIDE – James Mercer Langston Hughes, poeta, novelista, dramaturgo, contista e colunista norte-americano, morreu em Nova Iorque no dia 22 de Maio de 1967, vítima de cancro na próstata. Nascera em Joplin, no Missouri, em 1 de Fevereiro de 1902.
A sua fama é devida, em grande parte, à implicação que teve no movimento cultural Renascimento do Harlem, que abalou o Harlem nos anos 1920.
Os pais divorciaram-se e o pai emigrou para Cuba e depois para o México, fugindo ao racismo de que era vítima nos Estados Unidos. Depois da separação dos pais, Langston foi viver com Mary, uma das suas avós, que habitava no Kansas. Depois do falecimento da avó, juntou-se com uns amigos da família durante dois anos. Todo este período da sua vida não foi particularmente feliz, mas influenciou consideravelmente o futuro escritor. Mais tarde, voltou para junto da mãe. Na escola secundária de Cleveland, participou num jornal estudantil e escreveu as suas primeiras novelas, poesias e peças de teatro.
Em 1919, esteve com o pai no México, por um curto período, mas a tensão entre ambos levou-o a várias tentativas de suicídio. Depois de terminar o curso secundário em Junho de 1920, foi de novo ter com o pai para o convencer a financiar os seus estudos na Universidade de Columbia. As opiniões dos dois divergiam: Langston queria ser escritor; o pai queria vê-lo seguir uma carreira de engenheiro. Apesar de tudo, chegaram a um acordo, sendo decidido que ingressaria na Columbia, estudando paralelamente engenharia. Em 1922, decidiu deixar a Universidade, não podendo suportar o racismo dos seus colegas. Foi desde aí que passou a preferir as alegrias das ruas de Harlem, negligenciando os estudos. arlem
Para viver, executou pequenos ofícios até ser admitido como membro da tripulação de um paquete que, em 1923, fazia o circuito das costas da África Ocidental e da Europa.
Depois de uma curta estadia em Paris, regressou aos Estados Unidos, juntando-se de novo à mãe, que estava em Washington. Voltou a executar pequenos trabalhos, tornando-se finalmente assistente pessoal do professor Carter G. Woodson da Associação Para o Estudo da Vida e da História do Povo Afro-Americano. Langston passava no entanto o seu tempo a escrever. Acabou por abandonar o cargo, para ir ocupar um lugar modesto num hotel, onde encontrou o poeta Vachel Lindsay. Impressionado com os poemas que ele lhe mostrou, Vachel interessou-se pela sua publicação, se bem que alguns já tivessem sido publicados em diversos periódicos e outros fizessem parte de uma recolha em vias de finalização.
Os estudos na Universidade de Lincoln, na Pensilvânia, que ele começara no fim dos anos 1920, culminaram com o seu doutoramento em Literatura. Interessado por viagens, multiplicou também as suas expedições através do Mundo, se bem que se sentisse profundamente e sobretudo um “homem do Harlem”.
Em 1926, publicou a sua primeira recolha de poemas “The Weary Blues”. Foi uma figura fundamental do movimento Renascimento do Harlem, que fez então surgir uma série de artistas negros. Escreveu no semanário político “The Nation”, ainda em 1926, o texto “The Negro Artist and the Racial Mountain”, que muitos consideram como um Manifesto de Engajamento Artístico Negro.
Langston descreve na maioria das suas obras a vida dos proletários negros, as suas alegrias, desilusões e esperanças, tudo num ambiente de jazz e de blues. Ele disse mais tarde «Procurei compreender e descrever a vida dos negros nos Estados Unidos e, também, de um modo mais superficial, a vida de todos os humanos». Com o seu trabalho, Hughes procurava mostrar a importância de uma “consciência negra” e de um nacionalismo cultural que devia unir os homens em vez de os separar. Este orgulho foi retomado por numerosos homens de letras, como Nicolás Guillén, Léopold Sédar Senghor e Aimé Césaire, entre outros.
Depois da publicação de múltiplas recolhas de poesias, de peças de teatro, de ensaios e de guiões para cinema, L. Hughes escreveu ainda, encorajado pelos amigos, duas autobiografias: “The Big Sea” e “I Wonder as I Wander”.

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