terça-feira, 17 de junho de 2014

17 DE JUNHO - EUGEN WEIDMANN

EFEMÉRIDEEugen Weidmann, criminoso alemão, célebre por ter sido a última pessoa a ser guilhotinada em público, morreu em Versalhes, França, no dia 17 de Junho de 1939. Era conhecido como «o assassino com olhar de veludo». Nascera em Frankfurt, na Alemanha, em 5 de Fevereiro de 1908. Tinha sido julgado e condenado pelo assassinato de seis pessoas, todas mortas com um tiro na nuca, entre Julho e Novembro de 1937.
Oriundo de uma família da burguesia, tornou-se chefe de um bando de adolescentes, antes de ser educado «duramente» pelos avós, após a saída do pai do domicílio familiar. Esteve em várias casas de correcção.
Ainda muito jovem, deixou a Alemanha com destino ao Canadá, onde continuou a fazer malfeitorias que lhe valeram algum tempo na prisão, antes de o deportarem para a Alemanha em 1932. 
Pretextando ir criar uma sociedade de táxis, convenceu a mãe a oferecer-lhe uma viatura, que passou a utilizar para alguns dos seus golpes. Premeditou o rapto de um rico herdeiro, mas a tentativa falhou. Foi detido e preso durante perto de seis anos. Na prisão, conheceu dois franceses, encarcerados em virtude de tráfego de dinheiro. Os três homens tornam-se amigos. Os franceses foram libertados primeiramente e partiram para Paris. Weidmann, tendo antecedentes criminais, foi libertado mais tarde, mas sem ter teoricamente o direito de sair da Alemanha. Conseguiu, no entanto, arranjar um passaporte por intermédio da Gestapo e passou sem problemas a fronteira. Não se conseguiu averiguar se, simultaneamente, foi incumbido de alguma missão por aquela organização policial.
Os três amigos reencontram-se em Paris e decidem organizar alguns raptos. A Exposição Universal acabava de ser inaugurada e, entre os visitantes, iam haver certamente muitos estrangeiros ricos. Weidmann utilizou o seu físico avantajado e o seu domínio da língua inglesa para arranjar um lugar de intérprete na Exposição. O grupo alugou também uma vivenda, que serviria para sequestrar as vítimas. 
Os motivos exactos dos crimes que se seguiram, todos assacados a Weidmann, são desconhecidos. Medo de ser denunciado? Desejo de obter dinheiro imediato? Ou sadismo de serial-killer?
A polícia conseguiu prendê-lo em Dezembro de 1937. Começou por resistir, ferindo dois polícias, mas acabou por ser também atingido o que o levou à rendição. Confessou os crimes facilmente e sem arrependimento.
Foi executado no exterior da prisão Saint-Pierre, como era comum até então. O comportamento dos espectadores foi considerado «histérico» e o presidente da República Albert Lebrun convenceu o governo da época a passar a proceder às execuções no interior das prisões, longe das possíveis «emoções populares». Mulheres houve que queriam ensopar os seus lenços no sangue do executado, para guardar como recordação.
A utilização da guilhotina para execuções «em privado» continuou, mas cada vez mais raramente, até Setembro de 1977. Finalmente, a pena de morte foi abolida em França em Setembro de 1981, através de um decreto do presidente François Mitterrand.

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