sábado, 1 de agosto de 2015

1 DE AGOSTO - ANTÓNIO MARIA LISBOA

EFEMÉRIDEAntónio Maria Lisboa, poeta português, nasceu em Lisboa no dia 1 de Agosto de 1928. Morreu na mesma cidade em 11 de Novembro de 1953.
Apesar da sua evidente preferência pelas artes e pelas letras, foi obrigado pelo pai a frequentar o Ensino Técnico, que detestava. A partir de 1947, formou – com Pedro Oom e Henrique Risques Pereira – um pequeno grupo, à parte das actividades dos surrealistas, adoptando uma postura inconformista diante da transformação do surrealismo numa escola. Isto acabaria por conduzir ao “abjeccionismo”, termo em que convergem os princípios da estética surrealista e uma postura poética de «insubmissão permanente ante os conceitos, regras e princípios estabelecidos».
Em Março de 1949, partiu para Paris, onde permaneceu dois meses. Datam provavelmente dessa curta estadia os seus primeiros contactos com o Hinduísmo, a Egiptologia e o Ocultismo.
Escreveu “Erro Próprio” (1950), o principal manifesto do surrealismo português. Colaborou na revista “Pirâmide”, publicada entre 1959 e 1960, e foi redactor de “Afixação Proibida”, em colaboração com Mário Cesariny, amigo que o acompanhou até aos últimos dias de vida. Atormentado por dificuldades existenciais, morreu de tuberculose com apenas vinte e cinco anos de idade.
Ainda que inserida no surrealismo, a obra de António Maria Lisboa (em parte publicada postumamente por Luiz Pacheco na editora Contraponto) caracteriza-se por uma faceta ocultista e esotérica que a torna muito particular.
António Maria Lisboa preferia intitular-se “metacientista”, e não surrealista, porque, como argumentou numa carta a Mário Cesariny, «a Surrealidade não é só do Surrealismo, o Surreal é do Poeta de todos os tempos, de todos os grandes poetas».
Em 1977, foi publicado um volume com a sua obra completa organizado por Cesariny. Na introdução, este salientou que a sua morte prematura e a destruição de vários manuscritos pelos familiares do poeta constituíam uma perda irreparável para a história do surrealismo português. Cesariny escreveu ainda: «Ele deve ser considerado o mais importante poeta surrealista português, pela densidade da sua afirmação e pela direcção desconhecida para que apontava».

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