terça-feira, 11 de agosto de 2015

11 DE AGOSTO - FERNANDO ARRABAL

EFEMÉRIDE Fernando Arrabal Terán, escritor e realizador espanhol, nasceu em Melilla no dia 11 de Agosto de 1932. Vive em França desde 1955 e considera-se um “desterrado”. Aprendeu a ler e escrever em Ciudad Rodrigo, onde venceu o Prémio Nacional de Superdotado, aos dez anos de idade. Fez os seus estudos universitários em Madrid.
Ainda criança, sofreu o misterioso desaparecimento do pai, condenado à morte pela ditadura espanhola e que conseguiu escapar em 1941, depois de uma tentativa de suicídio e após ser considerado louco. Fugiu de pijama e nunca mais foi visto, nem morto nem vivo. 
Arrabal viria a ser igualmente preso pelo regime franquista em 1967, devido ao engajamento político da sua obra. Durante a sua detenção, recebeu o apoio de inúmeros escritores da época, de François Mauriac à Arthur Miller, e uma declaração de Samuel Beckett dirigida ao tribunal e pedindo a sua absolvição.
Após a morte de Franco, foi incluído – ao lado de Santiago Carrillo, La Pasionaria, Líster e El Campesino – no grupo dos espanhóis “mais perigosos” e impedido de regressar ao país. Anos mais tarde, teve o reconhecimento da Espanha com numerosas distinções, entre as quais dois Prémios Nacionais de Teatro.
Realizou sete longas-metragens de cinema, publicou catorze romances, um sem número de livros de poesia, perto de uma centena de peças de teatro, vários ensaios e a sua famosa “Carta al General Franco”, ainda em vida do ditador. O seu teatro completo, editado nas principais línguas, foi publicado em dois volumes de mais de duas mil páginas, na Colección Clásicos Castellanos de Espasa.
Com Alejandro Jodorowsky e Roland Topor, fundou em 1963 o Grupo de Teatro Pânico. Amigo de Andy Warhol e de Tristan Tzara, participou durante três anos no grupo surrealista de André Breton.
Apesar de ser um dos escritores mais controversos do seu tempo, tem recebido o aplauso internacional pela sua obra. O Colégio de Patafísica distinguiu-o com o título de Trascendente Sátrapa (equivalente do Nobel para este colégio). Esta distinção foi, neste último meio século, recebida por quarenta personalidades, entre elas Eugénio Ionesco, Boris Vian, Dario Fo e Umberto Eco.
Em 14 de Julho de 2005, recebeu a Legião de Honra Francesa e, em 2007, foi doutorado honoris causa pela Universidade Aristote da Grécia. Tem colaborado regularmente nos periódicos “L’Express”, “El Mundo”, “ABC” e “El País”.

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