sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

18 DE DEZEMBRO - W. MARK FELT

EFEMÉRIDEWilliam Mark Felt, agente secreto norte-americano (fonte de informação dos jornalistas do “Washington Post” que estiveram na origem do caso Watergate que levou à renúncia de Richard Nixon em 1974), morreu em Santa Rosa no dia 18 de Dezembro de 2008. Nascera em Twin Falls, em 17 de Agosto de 1913. A fonte era conhecida apenas como “Garganta Funda” e a sua verdadeira identidade só foi revelada pelo próprio em 2005.
Felt ingressou no FBI em 1942 e foi encarregado de várias missões de espionagem durante a Segunda Guerra Mundial. Mais tarde, foi director adjunto e candidato à sucessão de J. Edgar Hoover (Maio de 1972). Seria afastado da corrida por Richard Nixon em proveito de Patrick Gray, vindo do ministério da Justiça.
Durante a companhia eleitoral de 1972, alguns indivíduos foram apanhados em flagrante delito, ao colocarem microfones na sede do Partido Democrata. Felt participou então na divulgação do que se viria a chamar “o escândalo do Watergate”, revelando pormenores do assunto aos jornalistas Bob Woodward e Carl Bernstein. Ajudou-os secretamente a descobrir que, na origem daquelas escutas ilegais, estavam a Casa Branca e Nixon. Todo o escândalo e a denúncia de obstruções à investigação do FBI que se seguiram foram denunciados por Felt e revelados pelos jornalistas. Incluía a criação, pela Administração Nixon, de um sistema de espionagem paralelo e ilegal. Tudo isto levou à demissão do presidente americano e a penas de prisão para alguns dos seus colaboradores. Do informador misterioso, apenas se sabia que era o “Garganta Funda”.
Só em 2005, a sua identidade foi revelada pelo magazine americano “Vanity Fair”. W. Mark Felt tinha decidido, aos 91 anos, descrever qual tinha sido o seu papel nos acontecimentos de há mais de três décadas atrás. Algumas horas mais tarde, o “Washington Post” – através da Internet – confirmava que ele tinha sido efectivamente a sua fonte de informação.
No seguimento desta revelação, as reacções foram várias. Para a família, ele era um herói nacional. Para outros, ele tinha sido um traidor. A motivação para o sucedido teria tido por origem, essencialmente, razões éticas relacionadas com a independência e integridade do FBI. Outros sugeriram que se trataria de uma vingança, por ter sido preterido na sucessão de Hoover à frente do FBI. Felt veio a falecer aos 95 anos, numa residência para reformados.

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