terça-feira, 1 de novembro de 2016

1 DE NOVEMBRO - JOSÉ DA FONSECA E COSTA

EFEMÉRIDEJosé da Fonseca e Costa, realizador de cinema português, morreu em Lisboa no dia 1 de Novembro de 2015. Nascera em Caála, Angola, em 27 de Junho de 1933.
Mudou-se para Lisboa em 1945. Frequentou a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, entre 1951 e 1955. Membro da direcção do Cineclube Imagem, fez crítica cinematográfica nas revistas “Imagem” e “Seara Nova”. Na editora Arcádia, traduziu para português livros da autoria de Sergei Eisenstein e Guido Aristarco, além de alguns romances, como “Il Compagno”, de Cesare Pavese e “Passione di Rosa” de Alba de Cespedes.
Fundada a Rádio e Televisão de Portugal (RTP) em 1958, concorreu a uma vaga como assistente de realização, classificando-se em primeiro lugar. Foi, no entanto, impedido de entrar na empresa, por interferência da PIDE (polícia política). Em 1960, foi-lhe recusada também uma bolsa de estudos solicitada ao Fundo do Cinema Nacional, para estudar cinema no Reino Unido. Pouco depois, seria detido por participação em acções contra o Estado Novo. Em 1961, fixou-se em Itália, onde foi assistente estagiário de Michelangelo Antonioni, na longa-metragem “L'Eclisse”.
De novo em Portugal, em 1964, produziu e dirigiu muitos filmes publicitários, além de realizar vários documentários sobre a indústria e o turismo: “Era o Vento… E o Mar… Sesimbra” em 1966; “A Metafísica do Chocolate” em 1967; “Regresso à Terra do Sol” de 1967; “A Cidade” em 1968; “The Pearl of Atlantic – Madeira” em 1968; “The Columbus Route” em 1969; “Voar” em 1970; e “Golf in Algarve” de 1972. Estreou-se como realizador de ficção com “O Recado”, em 1972.
Realizador do Cinema Novo em português, participou no filme colectivo do pós-25 de Abril, “As Armas e o Povo”, uma colagem de imagens recolhidas entre os dias 25 de Abril e o 1º de Maio de 1974.
Sobre o colonialismo português, realizou “Os Demónios de Alcácer Kibir”, em 1975, e o documentário “Independência de Angola – os Acordos de Alvor, o Governo de Transição”, em 1977.
Na televisão, filmou a série “Ivone – a faz tudo”, em 1979, protagonizada por Ivone Silva. Com “Kilas, o Mau da Fita”, de 1980, conseguiu um dos seus maiores êxitos junto do público. Obteve igualmente um sucesso significativo com “Cinco Dias, Cinco Noites”, em 1996, longa-metragem adaptada do romance homónimo de Manuel Tiago (Álvaro Cunhal), premiada no Festival de Gramado, nos Globos de Ouro e seleccionado para o Montreal World Film Festival. Posteriormente, realizou “O Fascínio” (2003), “Viúva Rica Solteira Não Fica” (2006) e “Os Mistérios de Lisboa or What the Tourist Should See” (2009), adaptado do guia turístico escrito por Fernando Pessoa em 1925.
Fonseca e Costa foi ainda dirigente do Centro Português de Cinema, da Associação de Realizadores de Cinema e Audiovisuais e presidente do Conselho de Administração da Tobis Portuguesa, entre 1992 e 1996.
Em Junho de 1995, foi feito grande-oficial da Ordem do Infante D. Henrique. Foi eleito para o Conselho de Opinião da RTP, em 2000. O seu percurso profissional incluiu o teatro, encenando em 2012 “O Libertino”, no Teatro da Trindade, em Lisboa, peça protagonizada por José Raposo, Maria João Abreu, Custódia Gallego e Filomena Cautela. Em Junho desse mesmo ano, ele e a sua companheira foram vítimas de um violento assalto, à porta de casa, no Bairro Alto, em Lisboa. Ferido por uma navalhada no pescoço, Fonseca e Costa foi assistido no Hospital de São José, tendo recuperado sem grandes problemas.
Veio a falecer em 2015, no Hospital de Santa Maria, vítima de pneumonia. Era irmão da actriz Cucha Carvalheiro e do treinador de atletismo António Fonseca e Costa. Divorciado, tinha dois filhos e três netos.

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