segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

6 DE FEVEREIRO - ASSIA DJEBAR

EFEMÉRIDEAssia Djebar, de seu verdadeiro nome Fatima-Zohra Imalayène, escritora argelina de expressão francesa, autora de romances, novelas, poesia, ensaios, teatro e argumentos de cinema, morreu em Paris no dia 6 de Fevereiro de 2015. Nascera em Ouled Hamou, em 30 de Junho de 1936.
A sua obra tem por temas centrais a emancipação feminina, a história e a Argélia, suas línguas e culturas. É considerada uma das mais conhecidas e influentes personalidades da cultura do Magreb. Era membro da Academia Francesa desde 2005, sendo o primeiro autor norte-africano a ser eleito para esta instituição.
Nasceu numa família da pequena burguesia tradicional argelina. Estudou numa escola francesa e, depois, numa escola corânica privada. A partir dos 10 anos, ingressou no colégio de Blida, onde – não havendo curso de Árabe Clássico – começou a aprender grego antigo, latim e inglês. Obteve o bacharelato em 1953. 
Em 1954, entrou para o Liceu Fénelon em Paris. No ano seguinte, integrou a Escola Normal Superior de Sèvres, onde optou por História. Foi a primeira argelina e a primeira mulher muçulmana a frequentar esta escola.
Em 1956, aderiu a uma greve de estudantes argelinos em Paris e, como resultado, não passou nos exames. Por essa época, escreveu o primeiro romance, “La Soif”, assinando já com o pseudónimo Assia Djebar. “Assia” significa “Consolação” e “Djebar”, “Intransigência”. Casou com o escritor Walid Carn e saiu de França para a África do Norte.
A partir de 1958/59, ensinou História Moderna e Contemporânea do Magreb na Faculdade de Letras de Rabat. Em 1958, começou a colaborar em “El Moudjahid”, a revista da Frente de Libertação Nacional.
Em Julho de 1962, após a independência da Argélia, passou a ensinar História na Universidade de Argel mas, com o golpe de estado de Boumediene, mudou-se para Paris, onde se dedicou à crítica (literária e cinematográfica), e ao teatro. Em 1965, juntamente com o marido, decidiu adoptar uma criança órfã.
Entre 1966 e 1975, residiu em França, mas ia com regularidade à Argélia. Casou-se pela segunda vez, então com Malek Alloula, do qual se separou posteriormente.
Em 1974, reentrou na Universidade de Argel e, paralelamente, durante um dezena de anos dedicou-se também ao cinema, realizando uma longa-metragem, “La Nouba des femmes du Mont Chenoua” (1978), Prémio da Crítica da Bienal de Veneza de 1979, e a curta-metragem “La Zerda ou les chants de l'oubli” (1982).  
A sua carreira literária, iniciada com “La Soif”, prosseguiu com “Les Impatients” (1958), “Les Enfants du nouveau monde” (1962), “Les Alouettes naïves” (1967), “Femmes d'Alger dans leur appartement” (1980) e “Loin de Médine” (1992). O seu nome foi apontado como forte candidato ao Prémio Nobel de Literatura.
Em 1999, defendeu a sua tese sobre a própria obra, na Universidade Paul-Valéry em Montpellier. No mesmo ano, foi eleita membro da Academia Real da Língua e da Literatura Francesa da Bélgica.
Repartindo-se depois entre a França e os Estados Unidos, foi professora no Departamento de Estudos Franceses da Universidade de Nova Iorque. Era Doutora Honoris Causa das Universidades de Viena, de Concordia (Montreal) e de Osnabrück (Alemanha).
Entre inúmeros prémios e condecorações que recebeu, salientam-se: os graus de Cavaleiro da Legião de Honra e de Comendador da Ordem das Artes e das Letras, ambas de França. Em 2015, foi criado – na Argélia – o Prémio Assia Djebar de Romance. Uma das salas da Escola Normal Superior de Paris tem o seu nome.

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