quinta-feira, 16 de março de 2017

16 DE MARÇO - JOSÉ CARLOS DA MAIA

EFEMÉRIDEJosé Carlos da Maia, oficial da Marinha de Guerra Portuguesa e destacado político republicano, nasceu em Olhão no dia 16 de Março de 1878. Morreu em Lisboa, em 19 de Outubro de 1921.
Aos 19 anos, alistou-se na Armada como aspirante e, em 1900, foi promovido a guarda/marinha, sendo colocado na Divisão Naval do Atlântico Sul, navegando entre Angola, Cabo Verde e S. Tomé.
Foi promovido a 2º tenente em 1903, sendo colocado na Divisão Naval de Macau até regressar ao Reino em 1905. Seguidamente, seguiu para Angola, regressando a Lisboa em Fevereiro de 1907, para ser instrutor da Escola Prática de Artilharia Naval. Fez a especialização de “oficial torpedeiro”, voltou a Macau e regressou novamente a Lisboa em Agosto de 1909.
Desde muito novo, participou em todas as conspirações contra o regime monárquico, juntamente com Machado Santos e Almirante Reis, entre outros.
Foi encarregue – com grande sucesso – pelo Almirante Reis de atrair para a causa revolucionária muitos oficiais, de forma a que fosse possível a implantação da República. Na madrugada de 4 de Outubro de 1910, tomou parte activa na revolta republicana.
Após as operações militares, Carlos da Maia correu a abraçar a mãe dizendo-lhe: «Minha mãe, pode beijar-me que não matei ninguém».
Entre outras funções que veio a desempenhar, foi deputado à Assembleia Constituinte de 1911 e à Câmara de Deputados do Congresso da República, governador de Macau (1914/16), presidente da Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Lisboa, de Janeiro a Março de 1918, e ministro da Marinha durante três meses e meio, também em 1918.
Em Março de 1919, foi feito comendador da Ordem Militar de Avis. Encontrava-se afastado da política activa quando foi um dos assassinados na Noite Sangrenta de 19 de Outubro de 1921.
A mini-série da RTP, “Noite Sangrenta”, produzida em 2010, descreve os acontecimentos daquela noite, nomeadamente o assassinato de Carlos da Maia e os posteriores esforços da sua viúva, Berta da Maia, em encontrar os responsáveis pelo crime.
Após prolongadas investigações, os autores dos crimes foram duramente punidos em julgamento iniciado em Novembro de 1922, tendo-se chegado à conclusão que se tratara do desvario de um grupo tresloucado e alcoolizado que, a coberto da revolução, cometeu aqueles assassinatos.
José Carlos da Maia, pela sua vida idealista, a sua honestidade e humanidade permanente (e talvez também pela sua morte trágica), foi alcunhado por alguns como “o marinheiro romântico”.
Em Novembro de 1927, foi agraciado a título póstumo com a Grã-Cruz da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito. O seu nome é hoje recordado em diversos arruamentos, sendo patrono de uma escola básica na sua cidade natal.

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