sábado, 30 de setembro de 2017

30 DE SETEMBRO - SÉRGIO PORTO


EFEMÉRIDE - Sérgio Marcus Rangel Porto, que utilizava frequentemente o pseudónimo Stanislaw Ponte Preta, cronista, escritor, radialista e compositor brasileiro, morreu no Rio de Janeiro em 30 de Setembro de 1968. Nascera na mesma cidade em 11 de Janeiro de 1923.
Começou a sua carreira jornalística no final dos anos 1940, colaborando em publicações como as revistas “Sombra” e “Manchete” e os jornais “Última Hora”, “Tribuna da Imprensa” e “Diário Carioca”. Nesse mesmo período, Tomás Santa Rosa também trabalhava para vários jornais e revistas como ilustrador. Foi aí que surgiu o personagem Stanislaw Ponte Preta e as suas crónicas satíricas e críticas, uma criação de Sérgio juntamente com Santa Rosa, inspirado no personagem Serafim Ponte Grande do escritor Oswald de Andrade.
Porto também contribuiu com publicações sobre música e escreveu shows musicais para boîtes, além de compor a música “Samba do Crioulo Doido” para o teatro.
Foi ainda o criador e produtor do concurso de beleza “As Certinhas do Lalau”, onde figuraram vedetas de primeira grandeza.
Conhecedor de Música Popular Brasileira e jazz, ele definia a verdadeira MPB pela sigla MPBB - Música Popular Bem Brasileira. Era boémio, com um admirável senso de humor e a sua aparência de homem sisudo escondia um intelectual peculiar, capaz de fazer piadas corrosivas contra a ditadura militar e o moralismo social vigente, que fizeram parte do FEBEAPÁ - Festival de Besteiras que Assola o País, uma das suas maiores criações.
FEBEAPÁ tinha como característica simular as notas jornalísticas, parecendo noticiário sério. Era uma forma de criticar a repressão militar já presente nos seus primeiros “Actos Institucionais” (que tinham a sugestiva sigla de AI). Um deles noticiou a decisão da ditadura militar de mandar prender o autor grego Sófocles, que morreu há séculos, por causa do conteúdo subversivo de uma peça encenada na ocasião.
Alcançou fama também pelo seu sentido de humor refinado e a crítica mordaz aos costumes, nos livros “Tia Zulmira” e “Eu e FEBEAPÁ”. Nunca trabalhava menos de 15 horas diárias.  Escrevia para o rádio, para a TV, onde chegou a apresentar programas, e ainda para revistas e jornais, além de idealizar os seus livros. O excesso de obrigações foi demais para o coração de Sérgio Porto, que morreu de infarto aos 45 anos de idade.
Foi em sua memória que um grupo de jornalistas e intelectuais fundou o semanário “O Pasquim”, em 1969.

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