quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

4 DE JANEIRO - MANOEL DIAS DE ABREU


EFEMÉRIDE - Manoel Dias de Abreu, médico, cientista e inventor brasileiro, nasceu em São Paulo no dia 4 de Janeiro de 1891.  Morreu no Rio de Janeiro em 30 de Janeiro de 1962.
Doutorou-se na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1914. Pouco depois, viajou para França, onde foi director do laboratório de radiologia da Santa Casa de Paris. Foi também na capital francesa que iniciou os seus estudos de radiografia dos pulmões, no Hospital Franco-Brasileiro.
Depois de 1918, trabalhou no Hospital Laennec (também em França) e, em 1921, publicou uma obra pioneira sobre a interpretação radiológica das lesões pulmonares chamada “Radiodiagnóstico na tuberculose pleuropulmonar”.
Em 1922, voltou ao Brasil e assumiu a chefia do departamento de raios X da Inspectoria de Profilaxia da Tuberculose, no Rio de Janeiro. Por essa época, intensificou as pesquisas sobre radiografias do tórax, mas os resultados foram desanimadores. Apenas em 1935, em decorrência da melhoria dos aparelhos radiográficos, retomou as suas experiências no antigo Hospital Alemão do Rio de Janeiro. Foi nesse período que concebeu um método rápido e barato de fazer pequenas chapas radiográficas dos pulmões, para maior facilidade de diagnóstico, tratamento e profilaxia da tuberculose e do cancro de pulmão. Era a invenção da abreugrafia, nome dado em homenagem ao cientista e reconhecido em 1936 pela Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro e depois adoptado universalmente.
Manoel Dias de Abreu leccionou Radiologia em inúmeras instituições científicas do Brasil e do estrangeiro e foi membro das mais importantes organizações médicas do mundo.
Era cavaleiro da Legião de honra francesa e detentor de inúmeros prémios, entre eles a medalha de ouro que recebeu nos Estados Unidos em 1950, como Médico do Ano do Colégio Americano de Médicos do Tórax.
No campo da medicina e da pesquisa, publicou “Ideias gerais sobre o radiodiagnóstico na tuberculose”, “Estudos sobre o pulmão e o mediastino”, “Nova radiologia vascular” e “Radiologia do coração”, obras que o consagraram. Além disso, publicou também poesia: “Substâncias”, ilustrada por Di Cavalcanti e “Poemas sem realidade”, que ele mesmo ilustrou.
Ao lado de Carlos Chagas, Vital Brazil, Osvaldo Cruz e outros, Manoel Dias de Abreu está entre os grandes vultos da medicina brasileira. Recebeu pelo menos cinco indicações para o Prémio Nobel de Medicina e Fisiologia, embora nunca tenha sido laureado.
Manoel Dias de Abreu morreu em 1962, vítima de cancro no pulmão, provavelmente causado pelo tabaco, vício que mantinha desde longa data.
Em Maio de 2012, cinquentenário da sua morte, foi lançada - pela Sociedade Paulista de Radiologistas - a biografia “O Mestre das Sombras - Um Raio X Histórico de Manoel de Abreu”, escrita pelo jornalista e historiador Oldair de Oliveira.

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